Às Novas Flores


As novas flores

eles são como semeadores
que espalham morte e sangue em nossas vidas
somos a terra em que nos enterram
o descartável do descartável
através do medo e paranoia impedem a vida
afastam-nos de nossos irmãos
fazem acreditar ser impossível a felicidade
que viver sem temer é um perigo
eles insistem que devemos ter medo do perigo
mas o perigo não é nosso irmão
o perigo é apenas o sabor de estar vivo
é o oposto dessa morte confortável
e segura que vivemos dia a dia a incerteza é a felicidade de viver criar raízes é virar planta
virar vegetal é vegetar
se evitarmos o desconhecido
ficamos apenas com o que já sabemos
nada mais será aprendido
se não nos aventurarmos pela vida afora
se não abraçarmos o desconhecido
lascando um beijo na boca
estaremos apenas andando em círculos
só a loucura é descoberta
só a loucura caminha rumo ao saber
só a loucura salva
a loucura o mal gosto e o perigo
eis a Santíssima trindade que devemos beber.

Texto: Fabio Da Silva Barbosa
Arte; Jorginho                          

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