O DIÁRIO DO CHAPELEIRO LOUCO E DA LEBRE MALUCA


Hoje é quarta e existe um uma criatura saído dos recônditos do inferno na presidência.
A cada dia o infeliz retira um civil  de alguma parte do poder e coloca um militar.

A pandemia vai fazendo vitimas e tem ainda quem a  negue, alguns querem volta as aulas. O presidente é a cara deste brasil (com b pequeno que é do jeito que eles estão deixando).

A  Amazônia é devastada e o Pantanal arde.

Um retardado grita gol, o futebol não para.

Hoje é quarta e penso nos meus filhos (penso neles todos os dias), como estarão?

Tenho duas mães, uma que me liga e outra que quer distância.

Me olho no espelho e vejo que estou velho, gordo, neurótico e cansado.

Desenho para esta coluna, mas não estou legal, algo me incomoda.

Carros entram e saem do condomínio, crianças correm pela rua, sem se preocupar.

Uma boçal não para de gritar pelo filho: "- João Victor!",  me encho da gritaria, fecho a janela.Mas tenho vontade de gritar de volta; - Ei João, manda ela tomar no cu!

Abro as redes sociais e me enojo, alienados, haters e patrulhas ideológicas.

Hoje é quarta e metade da semana se foi. 

Queria pegar a moto e rodar sem destino por ai, mas me lembro que vendi ela, 
estou a pé.

Volto para a mesa, pego o lápis, desenhar é preciso.

Na minha cabeça o som do vento.


 Jorginho é um desenhador.




Jorginho                



 

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