O ColetiveArts vem trazer na Exposição Percursos Traçados uma mostra do que produziu nesses três anos durante o projeto #temliteraturanarede. Projeto que marcou o inicio das atividades do Coletive no dia 21 de maio de 2018, sempre com um texto e uma ilustração sendo publicados quartas, sábados e domingos na página do fecebook do Coletive e sendo compartilhados pela rede. Um dos lemas do Coletive é "Em vez de espalhar fake news, espalhe cultura na rede! A exposição fara uma viagem por textos e ilustrações dos mais variados estilos que fizeram e fazem a historia do Coletve.
A Exposição terá inicio dia 18 de maio e ficara de forma permanente no blog do Coletive.
(*) A Exposição Percursos Traçados foi um dos projetos contemplados e financiados com recursos da Lei Federal 14.017/2020 - Lei Aldir Blanc em Gravataí, categoria Ocupação do Quiosque.
#quiosquedacultura #prêmioocupaçãodeterritórios
Apoio: Secretaria da Cultura, Esporte e Lazer de Gravataí
Curadoria:
Laís Cardoso |
PERCURSOS TRAÇADOS
ARCO-IRÍS
a tristeza que corrói seu coração
hoje te deixa assim perdida
mas não deixa que isso venha te abater
pois também fico triste com você
não critique a si mesma
como se fosse um carrasco
pois a vida é assim
todo o dia parece um fim
eu estarei aqui sempre que precisar
sou um amigo que quer te ajudar
conte comigo para o que der e vier
e nunca deixe de meu amor invocar
não fique assim tão mal
se aquele sonho não era real
e nunca diga eu te amo sem pensar
pois o amor é uma forma
tão simples de se expressar
mas só conhece quem realmente sabe amar
não cometas nenhuma besteira
pois a caminhada dura a vida inteira
você tropeça, cai
mas um dia achará a solução
para nunca mais machucar seu coração
esse seu sonho me deixa tão feliz
não te abatas
minha eterna flor-de-lis
TEXTO: WALTER SETE
ARTE: LAÍS CARDOSO
LAVADEIRA
Cantei minha dor na beira d’água
ao bater intenso e terno da roupa suja
na corrente intermitente do rio.
No canto e na corrente fluxos gentis,
de saudade e de deixar ir.
Minha voz se torna una com o entorno.
A roupa em minhas mãos, renovo.
As dores da canção dançam com
a água do caminho, misturando-se em
cadência serena e decidida.
Imagens navegam por ali.
A canção engasga na garganta.
Os olhos cantam, cantam tão apaixonadamente
que a boca se cala, ante estrondoso espetáculo.
Minhas mãos serenam com a roupa
que dança na correnteza.
-Me leva junto, rio! Deixa-me ser água!
Dissolvida das dores e do que não fui!
Uma vozinha filha surge ali, cantando a infância
ingênua e esperançosa.
Meu olho se cala e a boca abre.
As mãos voltam ao movimento.
A canção tem agora duas vozes, duas vidas:
daquela que fui e daquela que flui
ao bater intenso e terno da roupa suja
na corrente intermitente do rio.
No canto e na corrente fluxos gentis,
de saudade e de deixar ir.
Minha voz se torna una com o entorno.
A roupa em minhas mãos, renovo.
As dores da canção dançam com
a água do caminho, misturando-se em
cadência serena e decidida.
Imagens navegam por ali.
A canção engasga na garganta.
Os olhos cantam, cantam tão apaixonadamente
que a boca se cala, ante estrondoso espetáculo.
Minhas mãos serenam com a roupa
que dança na correnteza.
-Me leva junto, rio! Deixa-me ser água!
Dissolvida das dores e do que não fui!
Uma vozinha filha surge ali, cantando a infância
ingênua e esperançosa.
Meu olho se cala e a boca abre.
As mãos voltam ao movimento.
A canção tem agora duas vozes, duas vidas:
daquela que fui e daquela que flui
ARTE: MIRIAM COELHO
- Se fosse antigamente...
-
- Se fosse antigamente, orientava a comer mais frutas e verduras... mas
agora... com esse monte veneno que eles colocam...
TEXTO: FABIO DA SILVA BARBOSA
ARTE: MIRIAM COELHO
PAUSA
ARTE: JORGINHO
EU PASSARINHO
Quando criança encantavam-me os prédios altíssimos no centro de Porto Alegre, com portas de vidro cuidadosamente abertas por um senhor simpático, já grisalho, toda vez que alguém se aproxima. Encantavam-me, da mesma forma, aqueles prédios já maltratados pelo tempo, com um letreiro luminoso – normalmente verde – indicando o local para futuros hóspedes.
Sonhava em passar por todos. Do mais luxuoso ao mais pulguento. E espantou - me quando – já adulta – descobri que um hotel nada mais é que um não-lugar. Lugar de ninguém e sem identidade. Maldito Bachelard! Não sabe de nada, o tal senhor. São os lugares mais completos. Não em suas paredes lisas, decoradas com réplicas de Picasso. Mas em seus cafés, onde o Sr. Embaixador e o Sr. Governador sentam a ler a Zero Hora. Naquele quarto do décimo segundo andar, onde Marta e Ricardo passaram as primeiras noites após o casamento, que durou apenas um ano. No salão enorme do café da manhã, ali na mesa do cantinho, onde Sara revisa seu texto para a palestra de mais tarde.
Quem sabe é por isso que o famoso prédio rosado, antiga morada de Quintana, se tornou o lugar que mais amo nesta cidade, que há anos deixou de ser minha. Ali, ao final da Rua da Praia, já não é mais hotel. Deixou de ser a casa do poeta para ser casa da cultura, para todos aqueles, que assim como eu, sempre foram hóspedes.
ARTE; ISRAEL SANTIAGO
CAOS
TEXTO: FERNANDO ROSA (YCARO)
ARTE: MARA ZINE
O VENTO QUANDO PARADO...
O vento quando parado
Não parou para descansar
Ele apenas está pensando pro
Lado que vai ventar
ARTE: NATHÁLIA RL
A delicadeza de seus traços...
A delicadeza de seus traços não consegue transparecer a sua força interior. Possui toda aquela magnificência quando carrega o fruto em seu ventre, quando dá o primeiro alimento e mesmo isso não sendo possível, continua com o seu instinto maternal. Por vezes consegue ser mãe e pai se precisa for ou se assim quiser, também possui a incrível capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo e sem nem ao menos reclamar, nem ao menos chorar. Chora claro, é um ser humano, mas, às vezes, teria muitos motivos para desabar e, ao contrário disso, se mantém firme. É um ser sagrado e escolhido para ter todas essas qualidades e virtudes. Além do mais, por elas que estamos aqui, ou melhor, por causa delas estamos aqui, pois nos formamos dentro um ventre.
TEXTO: JACSON SILVA
ARTE: LAÍS CARDOSO
FRAGMENTOS DO TEMPO
Olhou para dentro de seu navegaDor coração e viu a esperança cristalizada
Experimentou a solidão e todas as fechaduras de seu ser.
Forjou a chave e olhou pra fora.
Avaliou os laços, nós, passos, dores, prazeres e se fez espera.
Foi quando olhou para suas cores e começou a se transformar, de dentro pra fora. Ressignificou sua existência.
Então percebeu que quem deseja o tempo do tempo corre atrás.
Então o tempo se fez inteiro, transformou seus fragmentos em joias e seguiu.
Forjou a chave e olhou pra fora.
Avaliou os laços, nós, passos, dores, prazeres e se fez espera.
Foi quando olhou para suas cores e começou a se transformar, de dentro pra fora. Ressignificou sua existência.
Então percebeu que quem deseja o tempo do tempo corre atrás.
Então o tempo se fez inteiro, transformou seus fragmentos em joias e seguiu.
ARTE: JORGINHO
EDUCAÇÃO E CONQUISTA
Um educador autocentrado está errado. A educação é o caminho mais doloroso para chegar ao conhecimento. Isso não se faz com autoridade e sim com conquista. Um educador que não entende isso não deveria nem tentar ser educador. A educação é privamento. Privamento de criatividade, de autenticidade e de questionamento. Mas é necessário. Uma criança é um livro em branco. Páginas inteiras que querem ser escritas. Mas com uma vontade incontrolável de ser. Mesmo sem saber, uma criança quer ser mais do que qualquer adulto se permitiu ser. Algo que um adulto nem entende o que pode ser. Uma linguagem completamente diferente, autônoma e em constante construção. Ainda assim, quem educa deve persistir em passar o que é necessário como base e olhar pra cima e vislumbrar a escalada, que em tempo vital, será feita. Um terço, talvez um quarto, sim, um quinto se muito. As possibilidades são infinitas, muito além da visão do educador.
Mas ainda assim a tentativa é necessária. A base sempre foi e sempre será a mesma. Sabendo conquistar o coração do educando, o educador sempre vai ser a peça mais importante.
uma semana
enterrada
solitária
não sabe o que fazer da vida
não sabe aonde ir
então resolve abrir os braços
fechar os olhos
deixando que a natureza a guie
seu coração agora é quem decide
os rumos de suas raízes
aos poucos ela percebe
o bem que vem fazendo a si
passa a crescer
enxergando a luz do dia
sentindo o amor
as ilusões
os receios
o calor do sol
o frio da madrugada
a tempestade
resistindo bravamente
pois quem decidiu isso
enterrada
solitária
não sabe o que fazer da vida
não sabe aonde ir
então resolve abrir os braços
fechar os olhos
deixando que a natureza a guie
seu coração agora é quem decide
os rumos de suas raízes
aos poucos ela percebe
o bem que vem fazendo a si
passa a crescer
enxergando a luz do dia
sentindo o amor
as ilusões
os receios
o calor do sol
o frio da madrugada
a tempestade
resistindo bravamente
pois quem decidiu isso
não quer saber
se está certo ou errada
ou se existe razão
para a felicidade
e ela vai crescendo
tem as primeiras folhas e flores
passando a espalhar
sua pureza
seu perfume
sua inocência
seu amor...
se está certo ou errada
ou se existe razão
para a felicidade
e ela vai crescendo
tem as primeiras folhas e flores
passando a espalhar
sua pureza
seu perfume
sua inocência
seu amor...
ARTE: LAÍS CARDOSO
CARTA PARA ALBERTO
Já que mais nada adiantava, Alberto se quedava por ali. Na revisita ao caminho percorrido, encontrava mais equívocos do que acertos. Não tinha culpa, pensava ele, afinal, a vida está aí para ser vivida, não importa o outro,importo eu.
ARTE: JORGINHO
LEMBRANÇAS
lembro das luzes ao longe, iluminando o subir do morro
e daquela casa que ficava depois da última luz
onde a eletricidade ainda não tinha chegado
do esgoto a céu aberto que o menino sempre pulava
para jogar bola no campinho esburacado
.
e do choro de Dona Berenice
quando viu o filho tombar
ao ser atingido por uma bala de não sei qual calibre
e quando o sobrinho apanhou na delegacia
falaram que confundiram com traficante
.
das casas empilhadas umas sobre as outras
barracos sobre barracos
moradias sobre moradias
morando pessoas espremidas, gente sofrida
mordida por misérias, fomes e apatias
.
lembro também dos barulhos de tiros
ouvidos na hora da novela
dos apartamentos
que assistem de bem longe
se convencendo que não tem nada com a vida dos mortos
e daquela casa que ficava depois da última luz
onde a eletricidade ainda não tinha chegado
do esgoto a céu aberto que o menino sempre pulava
para jogar bola no campinho esburacado
.
e do choro de Dona Berenice
quando viu o filho tombar
ao ser atingido por uma bala de não sei qual calibre
e quando o sobrinho apanhou na delegacia
falaram que confundiram com traficante
.
das casas empilhadas umas sobre as outras
barracos sobre barracos
moradias sobre moradias
morando pessoas espremidas, gente sofrida
mordida por misérias, fomes e apatias
.
lembro também dos barulhos de tiros
ouvidos na hora da novela
dos apartamentos
que assistem de bem longe
se convencendo que não tem nada com a vida dos mortos
ARTE: JORGINHO
GENTE
Eu gosto dessa gente
Que se vira
Se lhes tiram a vara
Pescam com os dentes.
Que lutam pelo que sentem
E vão onde querem ir.
Gosto dessa gente
Alheia ao nada,
Ao “não pode”,
Ao “não dá”.
Gente que dá “gosto”,
Só de pensar!
Que se vira
Se lhes tiram a vara
Pescam com os dentes.
Que lutam pelo que sentem
E vão onde querem ir.
Gosto dessa gente
Alheia ao nada,
Ao “não pode”,
Ao “não dá”.
Gente que dá “gosto”,
Só de pensar!
ARTE; DANIEL SUÁREZ
MEDICAÇÃO
POR MAIS QUE EU QUEIRA
Por mais que eu queira
Não posso
Fazer greve com as rimas
Pois mesmo quando tropico
Elas me caem por cima
Fazer mal sei que não fazem
E ficam até engraçadas
Quando são postas em prática
Matando qualquer charada
Uso as rimas por esporte
Pois nasci privilegiado
Já que não herdei riquezas
As rimas são meu legado
Não posso
Fazer greve com as rimas
Pois mesmo quando tropico
Elas me caem por cima
Fazer mal sei que não fazem
E ficam até engraçadas
Quando são postas em prática
Matando qualquer charada
Uso as rimas por esporte
Pois nasci privilegiado
Já que não herdei riquezas
As rimas são meu legado
Confesso que não tenho muito tempo para mim nem para as pessoas de quem gosto, nem mesmo para as coisas que gosto de fazer. Na verdade, mal tenho tempo de parar para pensar em ter esse tempo. Tenho tido trabalho e mais trabalho. Mas preciso me focar, preciso me dedicar, pois minha promoção está logo ali. Ao mesmo tempo estou esgotado de tanto trabalhar. Mas vai valer o sacrifício, sei que vai. Tenho meu apartamento, meu carro para sair nas noites, como posso não ser feliz? Sou Feliz, lógico que sou! Pensando bem, talvez nem tanto. Talvez eu nem seja. Eu já ouvi inúmeras vezes “dê tempo ao tempo”, no entanto, será que o tempo esperará mesmo eu ter esse tempo mais tarde? Obedeço ao relógio, calendário — os que me tiram da cama no frio do inverno para o trabalho. Mas e quando o tempo passar demais e eu não tiver muito mais tempo para mim, para quem gosto e para o que gosto? Quando eu olhar para o relógio e ele estiver escondendo, através dos seus números, o meu fim próximo. É, pensando bem, vou tirar um tempo mesmo
ARTE; JORGINHO
CONTEMPLAÇÃO
O fogo que cresce em línguas sempre desiguais. Sempre perfeito na sua constante indiferença de tamanho, formas e intensidades.
Se alimenta da madeira e bebe do oxigênio. Sem eles, não é nada além de uma mera idéia de calor.
.
Se estingue deixando apenas o pó, que outrora incandescia e aquecia os corpos.
Fica apenas lembrança do calor que sem oxigênio e sem ter aonde queimar se apagou, cansado.
ARTE: WALDEMAR MAX
A PAZ DO PERDÃO
Apesar de brigas, insultos e farpas.
Sentimos o gosto de chutes e tapas Que a vida nos dá.
O que resta de nós se não perdoar?
Sentir o alívio no peito
Livrar-nos do sentimento de amargura, soberba, orgulho.
Frustrado a cada segundo,
tentando entender seu lugar.
onde está a paz no olhar?
De um ser que nunca sentira ser perdoado
ARTE: LAÍS CARDOSO
EXISTE O FOGO!
Existe um túnel, e no fim dele não há luz. Existe sim uma luz, mas ela é fogo. Cor de sangue. Uma cor viva que te faz sentir calafrios só de ver. Existe vida. Existe o fogo. Uma força vital impossível de ser combatida. Tu vai estar deitado, olhando para o teto, sem forças para levantar. Lá, no fundo do teto, no escuro da tua vida, tu vai encher o fogo. Uma fogueira simples, feita de lenha e combustível viável. Uma força primal. Uma força que tirou os primeiros homens da caverna. A maior força básica alcançável da nossa existência. Algo simplesmente anormal e transformador. Algo que vai te queimar e te fazer levantar. Algo simplesmente insuportavelmente bom. Algo inexplicável ao ponto do entendimento. Depois, tu vai controlar. Vai fazer de tudo comida. Vai te aquecer na noite mais escura. Vai te iluminar na noite mais fria. Vai ser o teu melhor amigo. Vai ser o teu melhor amante. Não adianta, o fogo sempre estará lá. Na tua volta, na tua mente ou no teu coração.
Basta olhar com cuidado, a luz no final do túnel é vermelha, com detalhes alaranjados, amarela nas pontas e colorida no núcleo, e não branca. Branco é cor de paz e tu não quer paz.
Tu quer viver.
ARTE: ISRAEL SANTIAGO
A NOVIDADE
Estou comemorando
aprendi a rir de minha loucura
a ver esperança no que não tem cura
a falar como se tudo tivesse significado
a parar quando perceber
que tudo está errado
após cada decepção
a encontrar caminho
onde não tinha solução
a caminhar sem tirar os pés do chão
a recitar os valores da vida
nos versos de uma canção
aprendi a tirar lições
do que achava complicado
e a viver os sonhos sem perder o significado
a extrair um sorriso
na forma de carinho
a brincar comigo mesmo
cada vez que estou sozinho
aprendi a assumir os riscos da vida
a pedir perdão pelas feridas
a obter de tudo a vital energia
a equilibrar forçãs opostas todos os dias
a viver loucuras e esquecer as leis
e fazer tudo como se fosse a ultima vez
(...acho que enlouqueci...)
TEXTO: WALTER SETE
ARTE: MIRIAM COELHO
PELAS JANELAS DO ÔNIBUS
Já imaginou o quanto de história existe através de uma janela de ônibus? Uma vez eu vi uma moça chorando. Eu estava no ponto de embarque. Ela encontrava-se sentada à janela, com a cabeça encostada no vidro. Fiquei hipnotizada com a cena e com o percurso que a lágrima fazia ao sair do seu olho, escorrer pelo rosto e deslizar suavemente para a face fria daquela transparência embaçada. Por um momento achei que àquela lágrima se unia outra, caída do céu, criando uma dança triste e cúmplice, consolando e tornando poesia a dor sentida pela moça, no movimento inadiável do ônibus e da vida.
TEXTO: PATRÍCIA MACIEL
ARTE: WALDEMAR MAX
FUMOU...
TEXTO: FABIO DA SILVA BARBOSA
ARTE: MARA ZINE
UM TEMPO PERFEITO
Tempo perfeito é o que passa
E por ele atravessamos
Sem que um minuto se esvaia...
É o tempo que é partido
E por ele transitamos
Sem que algo seja perdido...
É tempo por perfeição
E por ele calculamos
Sem que dure menos a lição...
E por ele atravessamos
Sem que um minuto se esvaia...
É o tempo que é partido
E por ele transitamos
Sem que algo seja perdido...
É tempo por perfeição
E por ele calculamos
Sem que dure menos a lição...
Não diga, esqueça...
Deixe que desse tempo passado
Seja somente o elo
De toda a nossa espera
Deixe que desse tempo passado
Seja somente o elo
De toda a nossa espera
ARTE: JORGINHO
PSIQUIATRA
ARTE: NATHÁLIA RL
A QUE GRUPO PERTENCE
TEXTO: FERNANDO ROSA (YCARO)
ARTE: LAÍS CARDOSO
NÃO POSSO MUDAR O MUNDO
ARTE: JORGINHO
QUE MAL EU FIZ?
Que mal eu fiz? Trancafiou-me quase como ele que vive em uma caixa. Acredita que me trazendo comida e água me deixa alegre, mas apenas vivo. Ele sim consegue sair livremente de sua casa. Se ao menos eu pudesse também. Algumas vezes assisto outros iguais a mim no alto flutuando livremente com as asas abertas. A que saudade... Saudade do vento batendo em mim quando plainava. Saudade de me refrescar e encharcar minha penugem nas divinas poças d’água e de sentar nos galhos finos que balançavam ao meu peso. Mas tendo sol, chuva ou lua, ainda continuo aqui, trancafiado. Que mal eu fiz?
ARTE: NATHÁLIA RL
PELOS, TUFOS, POEIRA E CABELO
Arrumei a cama como se organizasse os pensamentos dentro de mim. Troquei os lençóis e fronhas jogando pra lavar o velho de semana passada, retrasada, atrasada.
Admirei meu lençol de baixo rasgado pela gata que gosta de sapatear de madrugada, contornei com os dedos a dobra imperfeita do lençol xadrez.
Afofei os travesseiros como se afagasse minha alma ansiosa.
Posicionei o edredom dobrado nos pés da cama... A gata gosta de deitar ali, e não está tão frio ainda assim para eu dormir sempre com ele.
Contemplei meu quarto, um pouco de pó na cômoda de vidro e na "prateleira" das revistas em quadrinhos e livros de ficção.
Gosto de ficção, leva a gente pra um lugar longe daqui.
Admirei meu lençol de baixo rasgado pela gata que gosta de sapatear de madrugada, contornei com os dedos a dobra imperfeita do lençol xadrez.
Afofei os travesseiros como se afagasse minha alma ansiosa.
Posicionei o edredom dobrado nos pés da cama... A gata gosta de deitar ali, e não está tão frio ainda assim para eu dormir sempre com ele.
Contemplei meu quarto, um pouco de pó na cômoda de vidro e na "prateleira" das revistas em quadrinhos e livros de ficção.
Gosto de ficção, leva a gente pra um lugar longe daqui.
ARTE: DANIEL SUÁREZ
O MAIOR PROBLEMA
Não seja um leitor desatento. Não se confunda. Se precisar, leia novamente. Quantas vezes forem necessárias. Isso daqui é um texto sobre amor. Amor verdadeiro. Aquele que sentimos vir fundo, mas não sabemos exatamente de onde vem nem para onde vai. Todos atentos? Podemos começar então? Lá vai!
Vocês lembram do momento que vocês escolheram amar alguém? Aqui excluímos várias pessoas. Pais, mães, irmãos, familiares em geral, bichinhos de estimação, enfim, todo amor incondicional. Não estou falando isso. Estou falando quando escolhemos abrir nosso coração para alguém. Um amigo novo na faculdade ou no trabalho. Quando aceitamos ser padrinhos do filho de algum primo distante, sem saber o direito porque fomos escolhidos. Uma namorada ou namorado. Em todos estes casos, são pessoas que mal conhecemos. Não conhecemos a suas história. Não conhecemos as suas dores. Não conhecemos absolutamente nada a não ser o que vemos no convívio básico. Isso cria um sentimento possivelmente efêmero. Mas ainda assim, um sentimento que pode persistir. Então, chegamos a uma encruzilhada, devemos ou não dar atenção?
Os mais rancorosos diriam que não. Pois já viveram e sofreram demais com sentimentos não correspondidos. Os mais otimistas diriam que você deve tentar pois pode dar certo. Afinal, sempre existe a possibilidade. Existem os pessimistas, que darão tempo para ver se aparece algum indício que pode dar certo. E existem os loucos. Puros de alma que amam tudo e todos. Para eles, é mais fácil, pois se entregam na primeira oportunidade.
De todo modo, esse tipo de amor tende a ser cíclico. Ele tem inicio, meio e fim. Eis o maior problema. O que fazer quando esse amor acaba? Antigamente, era usual brigas homéricas, falar na cara, mandar embora e um “até nunca mais”. Com o advento da tecnologia, como anteviu a série Black Mirror, as pessoas simplesmente começaram a bloquear os seus ex-amores para não ter que falar sobre. Em outras palavras, não sofrerem. Mas o outro? Aquele que juramos eterno respeito. Juramos eterno amor em certos casos. Afinal, por que juramos? Será que esse amor, esse amor que escolhemos amar é tão forte assim? Será que conseguimos nutri-lo o suficiente para ele se tornar realmente eterno? Voltando, e o outro? Quando o amor acaba, eis o maior problema. O que tu prometeste? Como tu prometeu cuidar do coração para quem você entregou o seu? Você, ao final de tudo, vai devolver o coração do outro? Você devolveu?
Eis o maior problema.
ARTE: JORGINHO
POÉTICO E LOUCO
ARTE: MARA ZINE
NUVEM
Se as coisas fossem mais fáceis, eu seria escritor. Mas não desse tipo de escritor que chega e vomita regras gramaticais, acordos ortográficos, conceitos estilísticos e o escambau. Eu seria escritor de nuvens.
Acordaria cedinho pela manhã, colocaria minha cadeira na varanda e observaria as histórias das nuvens. Cada uma delas me contaria uma coisa diferente: a pontiaguda me diria que foi uma flecha atirada por um deus irado, e que saiu sem rumo, buscando o seu alvo; outra, mais arredondada, falaria que saiu da cabeça de uma criança, tinha começado pequenina, mas avolumou quando uniu-se à outra que não tinha história. Juntas, procurariam um sentido para a vida diáfana de nuvem. Acabaram se apaixonando. Entre tantas outras coisas que posso ver, viajo com elas até o horizonte, quando se desfazem e eu volto para minha cadeira, minha varanda, e a minha pequenez de vida. Seria escritor se a vida real não me gritasse aos ouvidos, pedindo para abandonar as nuvens.
ARTE: ISRAEL SANTIAGO
CRISTINE
dizer que não se importa é mais fácil que lutar
trancar-se na própria jaula não vai aliviar
mesmo quando as grades são de ouro
estamos presos
as barras estão cada vez mais pesadas
independente do seu esforço para não ajudar em nada
olhar para trás traz sempre conforto
a ilusão é sempre a pior aliada
tantas mentes atrasadas
transformando esse mundo em um mar de nada
o oposto anda sempre entrelaçado
assim como o acaso da vida e um simples acaso
afirmar incertezas também pode ser um grande antídoto
mas quando vem a ressaca
você sente que não é nada daquilo
quanto piolho e lêndea nessa cabeça deserta
quantas voltas e piruetas se estabelecem como meta
até lugar nenhum
trancar-se na própria jaula não vai aliviar
mesmo quando as grades são de ouro
estamos presos
as barras estão cada vez mais pesadas
independente do seu esforço para não ajudar em nada
olhar para trás traz sempre conforto
a ilusão é sempre a pior aliada
tantas mentes atrasadas
transformando esse mundo em um mar de nada
o oposto anda sempre entrelaçado
assim como o acaso da vida e um simples acaso
afirmar incertezas também pode ser um grande antídoto
mas quando vem a ressaca
você sente que não é nada daquilo
quanto piolho e lêndea nessa cabeça deserta
quantas voltas e piruetas se estabelecem como meta
até lugar nenhum
nunca mais.
ARTE: DANIEL SUÁREZ
PROTELAR
ARTE: JORGINHO
BORDERLINE
ARTE: MARA ZINE
MENINA DOS CABELOS NEGROS
Vou parar de falar de morte,
A morte no olhar se vai com o amor
Tu é "perfeito do seu jeito" não importa o que diga,
A morte no olhar se vai com o amor
Tu é "perfeito do seu jeito" não importa o que diga,
o coração dela é quente como brasas do calor
Quem diria que a paixão viria em instantes?
ela odeia a ironia do destino,
pois acredita que as pessoas que estão mais
Quem diria que a paixão viria em instantes?
ela odeia a ironia do destino,
pois acredita que as pessoas que estão mais
perto são sempre as mais distantes.
Ela é meiga com sorriso no canto da boca,
Ela é a personificação do paraíso,
O negro de seus olhos combinam com o negro de suas roupas.
Ela parece um sonho,
Mesmo se for um pesadelo, não me deseje bons sonhos,
Ela é a personificação do paraíso,
O negro de seus olhos combinam com o negro de suas roupas.
Ela parece um sonho,
Mesmo se for um pesadelo, não me deseje bons sonhos,
porque com ela eu vou sonhar.
Menina de cabelos negros, você é tão perfeita
Como que você não enxerga?
Talvez o amor seja cego, por isso é que eu digo:
Diga tudo o que sente, pois eu nunca vou te deixar
Como que você não enxerga?
Talvez o amor seja cego, por isso é que eu digo:
Diga tudo o que sente, pois eu nunca vou te deixar
Pode ter certeza que em meio de milhões eu sou o que mais te entende,
Somos tão parecidos,
A nossa dor só a gente entende, mas minha dor
Somos tão parecidos,
A nossa dor só a gente entende, mas minha dor
já não mais importa,
se tiver você do meu lado;
Entenda, menina, não passo de um fracassado, mas mesmo fracassando,
se tiver você do meu lado;
Entenda, menina, não passo de um fracassado, mas mesmo fracassando,
por você, eu juro que vou tentar.
ARTE: NATHÁLIA RL
BEM TE VI
BEM TE VI CANTOU NO GALHO
E O GALHO SE ENVERGOU,
MAS QUEM VIU NÃO APLAUDI-O,
E O BEM-TE- VI CHOROU,
BEM-TE-VI VOOU PRA LONGE
E SE ESCONDEU NO ARVOREDO,
QUIZ CANTAR MAS NÃO CANTOU
TADINHO FICOU COM MEDO
BEM-TE-VI, SOU QUE NEM TU
PRA CANTAR NÃO MANDO BEM
POIS PRA ME MANDAREM
PRA CASA, EU CHEGAVA GANHAR CEM
E O GALHO SE ENVERGOU,
MAS QUEM VIU NÃO APLAUDI-O,
E O BEM-TE- VI CHOROU,
BEM-TE-VI VOOU PRA LONGE
E SE ESCONDEU NO ARVOREDO,
QUIZ CANTAR MAS NÃO CANTOU
TADINHO FICOU COM MEDO
BEM-TE-VI, SOU QUE NEM TU
PRA CANTAR NÃO MANDO BEM
POIS PRA ME MANDAREM
PRA CASA, EU CHEGAVA GANHAR CEM
ARTE: LAÍS CARDOSO
GRANDE MÃE
No marasmo desta vida confinada
Devido a um causador que não se enxerga
A grande mãe cicatriza suas feridas
E finalmente respira aliviada
Os altos cumes estão a aparecer
As tartarugas desovam aos montes
A vossa mãe estais se restaurando
E nós que estamos a sofrer
Se ainda tivéssemos vossa perfeição
Uma parte da vossa grandeza
Tudo seria verdadeiramente diferente
Enfim, confesso que não temos comparação
Devido a um causador que não se enxerga
A grande mãe cicatriza suas feridas
E finalmente respira aliviada
Os altos cumes estão a aparecer
As tartarugas desovam aos montes
A vossa mãe estais se restaurando
E nós que estamos a sofrer
Se ainda tivéssemos vossa perfeição
Uma parte da vossa grandeza
Tudo seria verdadeiramente diferente
Enfim, confesso que não temos comparação
ARTE: LAÍS CARDOSO
CARTA PARA O AMANHÃ
Pouco a pouco os elos vão se quebrando e os laços se esvaindo
Os versos de anteontem, as palavras não entregues, as dores e paixões do passado encerradas, seladas e guardadas.
Como uma menina de olhos brilhantes olhando para as belezas, amores e dores do mundo...a certeza de um novo caminho.
Se eu puder te dizer algo para levares para sua vida, digo que carinho,
amorosidade e um coração aberto é o que o mundo mais precisa.
Posso dizer do fundo do coração que a capacidade de dar e receber atenção e carinho nos momentos mais simples e banais é, certamente, uma das formas mais belas de levar o bem a diante.
Jamais esqueça a criança que vive em ti.
Os versos de anteontem, as palavras não entregues, as dores e paixões do passado encerradas, seladas e guardadas.
Como uma menina de olhos brilhantes olhando para as belezas, amores e dores do mundo...a certeza de um novo caminho.
Se eu puder te dizer algo para levares para sua vida, digo que carinho,
amorosidade e um coração aberto é o que o mundo mais precisa.
Posso dizer do fundo do coração que a capacidade de dar e receber atenção e carinho nos momentos mais simples e banais é, certamente, uma das formas mais belas de levar o bem a diante.
Jamais esqueça a criança que vive em ti.
ARTE: JORGINHO
DE PASSSAGEM
Eis que ele se encontrava de passagem. Sem dinheiro para a passagem diga-se de passagem. Lá no interior. Aonde o cheiro de grama exala forte em uma manhã de sol. Aonde a vida é mais lenta do que pode ser, do que deveria ser. Ninguém se importa se vai chover ou se já choveu. Se o ônibus vai atrasar ou já atrasou. Se o asfalto está bom ou tem buraco. Ou se tem asfalto. Todas essas observações dele. Logo ele que estava passando e resolveu ficar um pouco. Depois, resolveu ficar mais um pouco. Fez um pouco da vida naquele canto. Naquela cidade. Naquela vila. Ao final de tudo ele amou. Quando deixou de amar, pegou sua pasta, sua única bagagem. É, ele já não tinha mais nada. Como disse antes, nem o dinheiro da passagem. Então foi para a beira da faixa e apontou o dedo. Não sabia nem se o levariam embora daquele lugar. Daquele breve
momento de sua vida. Afinal, apesar da vida, ele só estava de passagem.
ARTE: ISRAEL SANTIAGO
ESTOU...
ARTE: MARA ZINE
RAIZ
Viemos de germens distintos, mas nos alimentamos de nós e entre nós. Somos individualidade e unicidade, singular e plural. Os olhares se alimentam do caminhar junto e do incontestável crescimento em uníssono. Mesmo que haja voo solo, ele se alimenta de sonho, intensidade e estímulo. Matriz perfeita, parte segurança, parte ousadia. O duplo que vive em nós cresce e enraíza, se torna mais do que quando semente: é usina.
ARTE: ISRAEL SANTIAGO
DIA DE VISITA
Mais um dia de visita na clínica. Me arrumo toda e fico esperando. Já faz tempo que ela não vem. Ao invés de dia de visita, tinha de se chamar dia de espera. Começa a chegar gente para ver Fulana e Beltrana, mas a minha não chega. Será que vai vir dessa vez? Fico esperando. O negócio é esperar. Pior que aqui não dá nem para fumar cigarro. Se ainda pudesse matar o tempo enquanto me mato… Tique-taque, os ponteiros vão passando. Levanto e olho para a porta. Ninguém. O negócio é continuar esperando. Agora vem alguém. É visita atrasada, mas não é para mim. Puta merda. E nem um cigarrinho. Percebo que começo a andar de um lado para outro. O enfermeiro olha. Já percebeu minha agitação. Melhor sentar. Tique-taque. Nada de chegar. Tique-taque. Puta que o pariu. Já passou mais da metade do tempo de visita e até agora nada. Os ponteiros demoram a andar e ao mesmo tempo não param de correr. Vai entender. Disseram que iam me tratar, mas a única coisa que fazem é administrar o maior número de remédios que podem sem correr o risco de me matar. É a prisão química, o paraíso da indústria farmacêutica. Não é a primeira vez que paro nesse buraco e quando sair estarei do mesmo jeito, só que impregnada de remédios, mais drogada do que nunca. Tique-taque e não chega ninguém. Devem estar muito ocupados trabalhando, fazendo compras ou sabe lá mais… Passou um mosquito voando. Pelo menos acho que era um mosquito. Pode ser mais uma daquelas bolinhas luminosas que aparecem na frente da vista. Não! Era um mosquito! O tique-taque não para de tiquetaquear. Parede branca, parede branca, porta, parede branca, grade, chão, teto, mesa, balcão, chão, teto. Sujeirinha esquecida no canto. Chão, teto, parede, porta, grade, porta, grade. Ó o enfermeiro passando. Até que não é dos piores, mas o trabalho dele que é o problema. Tique-taque. Olho de um lado para outro. Sacudo a perna cada vez mais forte. Nem percebi que estava sacudindo a perna até então. Tique-taque! Pronto, deu a hora. Tenho de me recolher e esperar até o próximo dia de vista quando novamente não virão.
TEXTO: FABIO DA SILVA BARBOSA
ARTE: WALDEMAR MAX
AS CURVAS
É perigoso calcular nas entrelinhas da vida enquanto a ansiedade está nos comendo por todas as beiradas. Vamos forçando os ângulos de nossa visão, estreitando limites e acumulando vontades... sofrendo pelo mal da antecipação. O frio que sobe no estômago quer dizer alguma coisa, o olho que fecha e revira entre as pálpebras quer emitir um sinal, as mãos que se esfregam sem cessar querem transmitir uma mensagem, os pés que atritam contra o chão precisam do entendimento: a pressa é nossa companheira.
Temos ânsia de algo inominável, tateamos um universo desconhecido de possibilidades e esperamos sempre escolher o certo. Acontecemos entre os caminhos, esbarramos nas vontades alheias, nos esprememos entre as fendas que encontramos e fugimos do espaço limitado e sufocante de um cotidiano sem surpresas.
É incoerente que sigamos na busca de uma via pavimentada e segura, mas por dentro desejemos uma estrada de curvas acentuadas. Talvez sejam as curvas que almejemos e os mistérios que residem por detrás delas. Precisamos da adrenalina do não-saber, da dúvida que revira o estômago, do frio na espinha de pensamentos que seguem para lados opostos.
Parece parte inerente da condição humana esse desejo versus angústia pelo desconhecido. Ter certeza não soluciona, atrapalha, torna monótono, tira a graça de conquistar o próximo passo. Merecer a paisagem faz o quadro inteiro ter mais cores... e isso provêm de esforço.
ARTE: DANIEL SUÁREZ
COQUEIRO - PARTE II
USANDO A IMAGINAÇÃO
Vamos aprender a rimar
Usando a imaginação
Vamos alegres a cantar
Com a voz do coração
E sorrindo festejar
Com poesia de botão
Usando a imaginação
Vamos aprender rimar
Usando a imaginação
Vamos alegres cantar
Com a voz do coração
E sorrindo festejar
Com poesia de botão
Usando a imaginação
Vamos aprender rimar
Usando a imaginação
Vamos alegres cantar
Com a voz do coração
E sorrindo festejar
Com poesia de botão
Usando a imaginação
Todo pássaro tem asas
Por isso voam distante
Mas se eu tivesse asas
Só voaria rasante para
Ter tempo de abraçar
Os amigos mais distantes
ARTE: NATHÁLIA RL
ÁGUAS RASAS
ARTE: JORGINHO
SUMINDO
tenho saudades daquele seu jeito
daquela pessoa
o que aconteceu pelo caminho?
tudo está se apagando
você está aqui
mas não é mais você
a vida consegue fazer isso com algumas pessoas
apagá-las sem fazê-las sumir
as vezes elas chegam a ficar transparentes
mesmo estando ali
aparentemente
como sempre
daquela pessoa
o que aconteceu pelo caminho?
tudo está se apagando
você está aqui
mas não é mais você
a vida consegue fazer isso com algumas pessoas
apagá-las sem fazê-las sumir
as vezes elas chegam a ficar transparentes
mesmo estando ali
aparentemente
como sempre
ARTE: DANIEL SUÁREZ
ANA
ARTE:JORGINHO
TRADIÇÕES/TRAIÇÕES
Quem é que diz o que é bom gosto?
Quem determina o normal.
Quem faz da vida um desgosto?
Quem te protege do mal.
Quem define o seu posto?
Quem alimenta o banal.
Quem te acorrenta ao relógio?
Quem impõe o trivial.
Quem é que diz do que eu gosto?
Quem se acha maioral.
Quem me impede de estar vivo?
Quem sustenta essa moral
Quem determina o normal.
Quem faz da vida um desgosto?
Quem te protege do mal.
Quem define o seu posto?
Quem alimenta o banal.
Quem te acorrenta ao relógio?
Quem impõe o trivial.
Quem é que diz do que eu gosto?
Quem se acha maioral.
Quem me impede de estar vivo?
Quem sustenta essa moral
ARTE: ISRAEL SANTIAGO
ARTISTAS E ESCRITORES
PRESNTES NA EXPOSIÇÃO:
PATRÍCIA MACIEL CAROLE KUMMECKE |
CRIS BASTIANELLO NATHÁLIA RL MARA ZINE RAFAEL ILHESCAS |
LAÍS CARDOSO |
O COLETIVEARTS FOI FUNDADO NO DIA 21 DE MAIO DE 2018 POR ISRAEL SANTIAGO, PATRÍCIA MACIEL E JORGINHO
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4 Comentários
Bela exposição. Parabéns!!!
ResponderExcluirObrigada
ExcluirParabéns, Coletives! Lindíssima e sensível exposição. Obrigada por nos presentearem com estes textos e artes!
ResponderExcluirObrigada, esse grupo tem artistas incríveis
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