DANIEL FILÓSOFO

 A boate 

É chegado o fim de semana. Para uns, é um momento sagrado. Para a turma da labuta é dia de descansar o corpo e a alma e ajeitar tudo em casa, ir ao mercado, olhar o caderno dos filhos, dar banho no cachorro e, sobrando tempo, ainda tentar ser feliz.

Aos mais jovens, é dia da curtição. É esperado com ansiedade e com um bom planejamento de qual lugar vai ser a noitada. Isso quando sai de um e emenda outro lugar. São jovens, disposição a mil, testosterona à flor da pele e sem querer saber do amanhã, curtem até não poder mais.

A boate Whisky a Go-Go é a melhor casa da região de Rocha Miranda e adjacências. Lugar com bom ambiente, espaço amplo, era bem frequentado. Não só a galera do bairro frequentava a boate, vinha também gente de outras redondezas ao recinto. Era bem concorrida a entrada na boate na sexta e sábado à noite.

Numa dessas sextas era dia do aniversário de Carlinhos, um dos mais antigos taxistas da praça de Rocha Miranda, que quis comemorar o aniversário no Whisky a Go-Go. Antes da comemoração do aniversário, a boate já estava aberta para a turma do happy hour, aquela que sai do trabalho e para no bar da boate, relaxa bebendo chopp, whisky e uns petiscos.

Chegada a hora da festa, foi chegando a rapaziada que frequenta sempre a boate, os convidados de Carlinhos e alguns forasteiros que costumavam adentrar a boate. Carlinhos, como é um cara bem popular, levou bastante gente a sua festa. Foi uma mistura de gente no lugar. Tinha o pessoal da curimba, da igreja, o bicheiro da área, o delegado da DP, uma boa miscelânea de gente. Pessoas de estilo e vidas bem diferentes confraternizaram entre si, sem nenhum tipo de confusão, numa maior diversão.




Daniel Filósofo é cronista, jornalista, profundo conhecedor de rock'n'roll, torcedor do Fluminense e radialista. Também escreve a coluna "A música segundo o Filósofo".















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2 Comentários

  1. Esse Carlinhos é gente boa.
    O escritor também.
    Se fosse comigo no maldito teclado bailarino do pard Fábio Barbosa tinha sido mesas e garrafas para todos os lados e algumas caras quebradas e claro que o delegado haveria de fuzilar uns dois ou mesmo o teto.
    Caramba, ainda bem que o Carlinhos não me conhece e tudo acabou bem, mas...

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  2. Obrigado pelo gente boa e ter curtido a crônica.

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