ROTA SONORA

A Rainha das Discotecas e Danceterias

Apesar de não ser baladeiro, do nada me veio a ideia de escrever sobre uma cantora que fez muito sucesso em casas noturnas e que já escutava desde criança através de vinis e do rádio.

“LaDonna Adrian Gaines” nasceu em “Boston” (“Massachusetts-EUA”) e em 1948. Sendo de família cristã devota, aprendeu a cantar em corais de igreja e mais pra frente, se inspirou em artistas da “Motown Records”. Na levada da contracultura da época, em 1967 ela se tornou integrante de um grupo de blues rock chamado “Crow” e mudou-se pra “Nova York”. Após a curta carreira da banda, fez um teste e conseguiu um papel no musical “Hair” (que depois virou filme), concordando em fazer parte da produção durante a turnê em “Munique” e teve que ir morar na “Alemanha” (em 1968) após a aprovação de seus pais exigentes (um açougueiro e uma professora) que reprovavam sua decisão.

Após tornar-se fluente em alemão, passou a fazer outras peças e a cantar no idioma. Foi morar em “Viena” (“Áustria”’) e passou a se apresentar como cantora usando o nome de “Donna Gaines”. Em 1973, casou-se com o empresário “Helmut Sommer” com quem teve uma filha. Foi vocalista de apoio creditada como “Gayn Pierre”.

No ano seguinte, enquanto trabalhava como modelo e cantora, “Donna” conheceu o cantor/produtor /compositor italiano “Giorgio Moroder” (do qual já falei sobre ele faz tempo em Rota Sonora: Giorgio Moroder (rotasonora-andf.blogspot.com) e o produtor inglês “Pete Bellotte” durante uma sessão de gravação da banda americana “Three Dog Night”.

Por causa de um erro na capa de seu 1º disco, o sobrenome de “Donna” sofreu uma “inglesificação” pela troca de uma letra e “Sommer” virou “Summer”... mas pegou! Ela e “Moroder” compuseram e lançaram a 1ª versão de “Love to Love You’’ (ainda sem a palavra “Baby” no título), que foi oferecida e tocada numa festa de “Neil Bogart” (presidente da “Casablanca Records”). Aí, “Donna” assinou contrato com a referida gravadora e começou a fazer sucesso de vez a partir de 1976, ano em que retornou aos “Estados Unidos” e que também se divorciou de “Sommer”. Casou-se com o cantor/compositor americano “Bruce Sudano” em 1980, mas manteve o sobrenome “Summer” que já ficou estabelecido artisticamente. A sucessão de hits lançados na época das discotecas e após o final dela até chegar aos anos 1990 (tempos da “Dance Music”) não são pouca coisa: “I Feel Love”, “Could It Be Magic” (do “’Barry Manilow”), “I Remember Yesterday Parts 1 & 2”, “Love’s Unkind”, “Let’s Dance”, “MacArthur Park”, “Heaven Knows”, “Hot Stuff”, “On the Radio”, “Bad Girls”, “She Works Hard For the Money”, “I Don’t Wanna Get Hurt”, “’This Time I Know It For Real”... sendo que várias foram incluídas em trilhas de filmes e novelas, além de diversas coletâneas da cantora e com músicas de artistas diferentes (como “Disco Dance”, que a gravadora “K-Tel” lançou em 1975). A “Rainha da Disco” aparecia bastante nas paradas da “Bilboard”, chegando a ganhar 5 prêmios “’Grammy” e a vender mais de 100 milhões de discos ao redor do planeta, sendo uma das artistas musicais mais vendidas de todos os tempos, aclamada até pelo jornal britânico “The Times”. Foi incluída no “Rock and Roll Hall of Fame”.

Lembro de um daqueles compactos com apenas 2 músicas, sendo a faixa “Lucky” de um lado e do outro, um dueto com “Barbra Streinsand”:

 No More Tears (Enough is Enough) - Barbra Streisand & Donna Summer (7" Mix)  


Teve uma outra música que já ouvi num daqueles vinis que a “CID/Square” lançava com versões cover e eu nem sabia que eram regravações mesmo notando diferenças do que a gente ouvia em rádios: 

The Wanderer 

Teve uma que me lembrava de ter ouvido há muito tempo sem lembrar que era dela ou de ser parte da trilha do filme “Flashdance” (1983)... esta aqui: 

Romeo (2014 Remaster) 

 

“Donna” faleceu em sua casa na “Flórida”, em 2012, vítima do câncer de pulmão.

Discografia: Lady of The Night (1974), Love to Love You Baby (1975), A Love Trilogy (1976), Four Seasons of Love (1976), I Remember Yesterday (1977), Once Upon a Time (1977), Bad Girls (1979), The Wanderer (1980), Donna Summer (1982), She Works Hard For the Money (1983), Cats Without Claws (1984), All Systems Go (1987), Another Place and Time (1989), Mistaken Identity (1991), Christmas Spirit (1994), I’m a Rainbow (1996) e Crayons (2008)


Segundo disse certa vez “Marc Almond” (ex-vocalista do “Soft Cell”): “a parceria entre “Donna” e “Moroder” mudou a cara da música”.

Donna Summer - Breakaway 


Anderson ANDF

Anderson ANDF é ilustrador, fanzineiro e nerd de carteirinha. Já lançou fanzines, quadrinhos e é um grande rockeiro!

Você pode acompanhar o trabalho do Anderson:


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2 Comentários

  1. Grande Donna Summer! Na boa, nunca fui muito fã (digo isso porque nunca tive um disco dela) mas reconheço a importância e quando tocava na rádio eu não mudava de estação. Era o tipo de hit que tocava em festas dançantes nos anos 70 e 80 e eu nesses lugares ficava mais deslocado que um pinguim no meio do deserto do Saara. Mas os sucessos dela eram de um tempo onde a música era divertida.

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    1. Verdade! Dificil ficar indiferente ao escutar o som dela, nem que seja pra bater o pé no riitmo

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