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 FÉRIAS DE NATAL


CHARLEY MASON É UM JOVEM de classe média que, por ocasião do Natal, vai usufruir suas férias em Paris, cidade que já conhece bem, pois desde a infância que ele e sua irmã Patsy desfrutavam uma temporada na Cidade Luz com os pais. Mas agora estava resolvido que o jovem de vinte e dois anos, que primeiro sonhara com a carreira de pintor —como o seu falecido avô materno —, iria sozinho passar o Natal na terra de Victor Hugo.

Embora Leslie Mason procurasse não interferir diretamente na escolha dos filhos na carreira profissional, sentiu um grande alívio quando Charley desistiu de seguir a profissão de Da Vinci, a quem Venetia, sua mãe, admirava tanto. Na verdade os Mason não acreditavam muito que ser um artista plástico fosse de fato uma profissão, principalmente Leslie, que sempre acreditou que o sogro, com efeito, fora um pintor medíocre. No entanto, o jovem Charley não os decepcionou, e resolveu cuidar dos negócios da família.

E agora iria para França, conhecer a noite parisiense, mas principalmente rever o amigo Simon, a quem não via algum tempo. Simon era jornalista e durante sua infância ia passar os finais de semana na casa dos Mason. Fora ele quem reservara o hotel onde se hospedaria Charley, contudo o filho de Leslie decepcionou-se, pois o amigo não fora recepcioná-lo na estação de trem, e nem o esperara no check-in do hotel.

Jovem de boa educação e de família requintada, Charley iria deparar-se, pela primeira vez, sozinho, com pessoas que considerava viverem com a mesma postura com a qual ele fora preparado para a vida. Contudo, a realidade que Paris iria lhe oferecer era bem outra.

Fora de Londres, Simon acabou mostrando a Charley seu verdadeiro caráter, não aquele jovem amigo e simples da infância. Sua outra face iria surpreender o filho de Leslie, que acabou dando de cara com outra realidade da vida, quando o jornalista o leva para conhecer a noite francesa, nos cabarés de Paris.

Foi lá que conhece Princesa, uma prostituta que lhe foi apresentada pelo amigo, e logo acaba descobrindo que se trata, na realidade, de Lígia, uma moça russa, que possuía um passado de abandono e frustrações amorosas.

A história de Lídia se mescla à história de Simon — e Charley se vê em meio a duas criaturas cujas vidas se entrelaçam com a dele, sem que isto o afete, a ponto de perder sua identidade. Pelo contrário, o bom moço dos Mason se mantém com o mesmo caráter irrepreensível — as vidas de Simon e Lídia é que cruzam com a sua, mas não o fazem distanciar-se de suas convicções, apenas ele passa a conhecer mais de perto a alma humana.

Somerset Maugham é um autor que traça um denso perfil físico e psicológico de seus personagens, embora detenha-se demasiado em descrever ambientes e indumentárias. Seus parágrafos são longos, nos quais se debruça a pormenorizar idiossincrasias e ambientes da época.

Embora a prolixidade, o autor de Férias de Natal fisga o leitor, e sua história impressiona de tal modo, que mantém seus personagens inolvidáveis.

Somerset Maugham 
 


Fernando Medina


Fernando Medina é escritor , tem Licenciatura em Letras na ULBRA e Pós Graduado em Literatura pela UFRGS, escreveu os livros ,A Testemunha (contos) e O Circo (romance infanto-juvenil). Aficionado por música instrumental tem como orquestras preferidas Ray Conniff, Percy  Faith, Nelson Riddle e o saxofonista Kenny G. Leitor prolífico tem como autores preferidos Machado de Assis, Júlio Verne, Victor Hugo e Sir Arthur Conan Doyle. Também é cinéfilo, apaixonado por filmes dos gêneros suspense e policial, e também não dispensa um bom documentário.


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2 Comentários

  1. Eu acredito que prolixidade demais cansa o leitor. Lembro o J.J. Benitez em Operação Cavalo de Troia 1 e 2 (os que li), com notas de página inteira. Em A Guerra dos Tronos, George R. R. Martin, também se depara com longas descrições de todo tipo. Em verdade, muitos totalmente necessários, noutros...
    Saudações,

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  2. W. Somerset Maughan tinha alguma prolixidade típica dos escritores de sua época. Mas era um extraordinário criador de personagens e analista da alma humana. Não li esse, mas recomendo muito os seus clássicos "O Fio da Navalha" e "Servidão Humana".

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