O MAL DO SÉCULO XXI
Um dos males que mais afeta a humanidade nos dias atuais é a depressão.
Não é um fato novo, uma vez que esta doença, embora mascarada com outros nomes, afligiu o homem desde sempre.
No passado, os casos deste distúrbio eram tratados como mito ou superstição, e comumente era chamado de melancolia, e aliados a crendices. Pessoas quem eram alvo desse mal estariam sendo castigadas pelos deuses.
Só a partir de 1952 é que os casos de depressão, ou melancolia, passaram a ser tratados como doença.
Hipócrates, o pai da medicina, no século IV a.C., criou a teoria humoral, determinando que a vida era uma questão de equilíbrio entre a bile, a fleuma, o sangue e a bile negra. A falta de harmonia em relação a esses humores é que causaria a doença. Segundo o primeiro médico do mundo, “se a tristeza e a angústia não passam, o estado é melancólico”. Deste modo, o fator mais importante que caracterizava o ser melancólico seria a predominância da bile negra.
Entretanto, a Igreja Católica fragmentou a noção de corpo e alma, o que precipitou um estudo mais aprofundado sobre melancolia, que para a Igreja era uma questão espiritual, pois espíritos malignos se apoderavam dos mortais para roubar-lhes a alma.
Depois do Iluminismo é que as teorias religiosas começaram a perder terreno, criando-se concepções racionalistas que deram vazão aos estudos de anatomia.
A palavra neurose então aparece pela primeira vez durante o Iluminismo pelo químico William Cullen que criou este vocábulo como uma “alteração da função nervosa”, e não dos humores, como supunha Hipócrates.
O termo depressão, aproximado à acepção que lhe damos hoje, surgiu por volta de 1860.
O psiquiatra Philippe Pinel destaca a depressão como doença e a ideia de que ela pode levar ao suicídio. Por outro lado, o médico acreditava que a hereditariedade e a cultura eram fatores predominantes que podiam levar às doenças mentais, e uma delas à depressão.
Na Idade Média, para São Tomás de Aquino, a melancolia era “uma tristeza devastadora”. Neste meio tempo, escritores desta época eram taxados de melancólicos pelo uso de ideias e expressões deprimentes, como morte, tempestade e anoitecer.
A melancolia configurou-se como o mal-estar do século XIX, conquanto a depressão, o
mal-estar do século XXI. De acordo com a OMS, a depressão já atingiu cerca de 19% da população mundial.
Segundo Freud, o pai da Psicanálise, há uma sutil distinção entre melancolia e depressão. Melancolia seria a ausência do eu, ou a perda da autoestima, enquanto a depressão se qualifica pelo desinteresse à vida e à realidade. Na depressão, o ser pode ter tudo, mas há um vazio existencial no qual nada tem sentido para ele. Por isso, é uma doença que precisa de atenção e tratamento.
Fernando Medina |
Fernando Medina é escritor , tem Licenciatura em Letras na ULBRA e Pós Graduado em Literatura pela UFRGS, escreveu os livros ,A Testemunha (contos) e O Circo (romance infanto-juvenil). Aficionado por música instrumental tem como orquestras preferidas Ray Conniff, Percy Faith, Nelson Riddle e o saxofonista Kenny G. Leitor prolífico tem como autores preferidos Machado de Assis, Júlio Verne, Victor Hugo e Sir Arthur Conan Doyle. Também é cinéfilo, apaixonado por filmes dos gêneros suspense e policial, e também não dispensa um bom documentário.
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