O PALÁCIO E O PORCO
Certa vez li em algum lugar que um porco não vira rei quando entra em um palácio, o palácio é que vira uma pocilga. E foi o que aconteceu com o Palácio da Alvorada...
Noticiado em vários jornais impressos e televisivos a inspeção do Palácio da Alvorada demonstrou um local depredado: infiltrações, estragos no piso, avarias e sumiço de móveis tombados, danos a obras de arte do acervo oficial e, maior infantilidade jamais imaginada... portas deixadas trancadas e sumiço das chaves. Foi preciso chamar um chaveiro para a inspeção e trocar diversas fechaduras internas. Conforme o Correio Braziliense , a jornalista Natuza Nery e a primeira dama Rosângela Lula da Silva visitaram a residência oficial do Presidente da República e mostraram para a imprensa os danos na estrutura e mobília. "A falta de manutenção no edifício deixou danos que levarão, ao menos, 20 dias para serem reparados e, consequentemente, atrasar a mudança do presidente para o local." De acordo com a jornalista, o estado geral da residência “não é bom e exige muitos reparos”. Também foi registrado o desaparecimento de pratarias e objetos de arte.
Além dos estragos já relatados, quando o Lula foi presidente entre 2003 e 2010, ele plantou um pée de mandacaru, planta da família das Cactaceae, nativa do Brasil e em visitação dia 3 de janeiro, percebeu que a árvore não está mais lá, foi retirada. Janja relata que Lula ficou "um tanto decepcionado" com a situação. Além da planta, uma obra de arte da pintora brasileira Djanira da Motta e Silva (1914-1979), figura importante do modernismo brasileiro, foi removida. O óleo sobre tela "Três Orixás" criado em 1966, exibe três iabás femininas: Iansã, Oxum e Nanã, no sincretismo são representações de Santa Bárbara, Nossa Senhora Aparecida e Santa Ana, respectivamente. As três orixás estão entre duas mães de santo que reverenciam suas entidades amadas. A obra foi retirada do Salão Nobre do Palácio do Planalto logo no primeiro ano do des-governo anterior, um claro desrespeito e ataque às religiões afrodescendentes, além de ignorância artística. O retorno representa a promoção da "tolerância religiosa", pauta defendida pela artista e pelo atual governo. De acordo com o G1 a obra deixada no depósito do Palácio apresenta um furo feito por caneta e será necessário restauro. “Vai voltar ao local que pertence, o Palácio do Planalto. Vai estar numa exposição agora em janeiro, mas vai voltar. Aliás, faremos todo o trabalho de recomposição do acervo, vamos tratar isso com muito carinho", garantiu a primeira-dama à BBC.
Se esse bando continuasse no Palácio por mais quatro anos o prédio, provavelmente, seria implodido e no lugar seria construído um chiqueiro, moradia apropriada para eles, não querendo ofender os porcos, claro. Isso demonstra o grau de ignorância e desrespeito pelo erário público, pelo país e pelos brasileiros. Gente que canta para um pneu, reza para tanque de guerra e depreda prédio público gritando "Deus, pátria e família..."
Agora é partir para o restauro de obras de arte e mobiliário. Restaurar é muito mais caro do que reformar e será o dinheiro de cada cidadão que será usado. Eu não carrego essa culpa, não elegi essa vara, mas pagarei pelo restauro com os impostos como todo o brasileiro.
Isab-El Cristina Soares |
Isab-El Cristina Soares é poeta, membro do Clube Literário de Gravataí, autora de 6 livros. Graduada em Letras/ Literaturas, pós-graduada em Libras.
Escute o episódio do podcast Coletive Som gravado com Isab-El , clicando Aqui.
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2 Comentários
Acompanhei a reportagem da inspeção da Residência Oficial. Desleixo, mau cuidada, diria até depredada ... Apesar de ser a residência oficial, é patrimônio público, pertence a coletividade, está somente emprestada por um determinado período de tempo a quem foi eleito democraticamente. E obrigação destes cuidarem do Patrimônio. Triste!
ResponderExcluirInfelizmente após este maravilhoso texto sobre uma situação nada maravilhosa, os ditos seguidores daquele inútil tentaram completar a destruição. Simbólica sim, mas na sua ignorância acharam que estavam finalizando o trabalho sujo que o desprezível cometeu.
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