TRANSVIADA, o olhar que desafia

ColetiveArts fevereiro 27, 2023


 Ser excelente, não é necessariamente 
acumular funções! 

O servidor público é o profissional responsável por estabelecer uma ponte entre o Poder Público e a sociedade, prestando serviços essenciais à população. Do gari que limpa as ruas de tua cidade, ao médico que te atende no posto médico, todos são servidores públicos.

O estatuto do servidor público que regulamenta os direitos do servidor, é o mesmo que cobra seus deveres. Dentre esses deveres, estão a ética, a proteção ao nome da autarquia e a reportação de qualquer ação que prejudique ou invalide as duas primeiras. E talvez, esse seja o motivo de tantos ataques ao funcionalismo.

Ele não se dobra!   

O que não contam sobre os servidores públicos, é que a grande maioria das classes está com salário defasado, que o plano de saúde, não é dado e sim pago mensalmente pelo funcionário e muitas vezes de pouco adianta. Sem contar que para servidor público não existe seguro desemprego, FGTS, nada ligado a previdência social,  regime de previdência é próprio. E é aí, que começa a desvalorização. 

Pra quem é novo ou tá fora parece besteira, afinal, não tá satisfeito é só largar. Para quem tem dez, quinze anos de serviço, a última coisa que se pensa, é em deixar pra trás todos aqueles anos de contribuição sem levar nada.

E assim, o funcionário é feito refém, o salário vai ficando defasado, as atribuições vão aumentando,  os direitos sendo reduzidos, os benefícios então…

Exemplo claro disso, são as auxiliares de educação infantil, as "tias" que antigamente era exigido nível de ensino fundamental, hoje exigem da classe  o magistério ou pedagogia. 

Com a mudança do nível escolar, mudaram também as atribuições.

O  cuidar, ganhou atribuições pedagógicas, incluindo nas funções muito que era papel apenas de professor. Sabe o que não mudou? A remuneração! 

 A injustiça ocorre quando apesar de terem formação, acumularem as funções de professor, não haver aumento no salário base, não conseguem ter direito aos benefícios garantidos ao magistério, como o direito aos recessos.

Numa consulta rápida ao Google, é possível observar que essa realidade é geral, mostrando o abandono de nossa classe política a essa classe que tanto faz pela educação.

Em vários estados brasileiros é possível observar a movimentação de processos e até alguns pareceres positivos, dando aval para a inclusão da classe  ao plano de carreira do magistério.

Mas então, o que falta para regularizarem os pedidos ? Falta vontade, falta respeito com o servidor. E dessa falta de vontade, vão surgindo servidores desmotivados, estafados e até afastados.  Mas a culpa, a culpa é do servidor, afinal, ser servidor público é tudo "preguiçoso".

Valorizar o servidor é necessário, é urgente. Respeita-lo, é mínimo que se espera de qualquer governo.


D'Anjo

D'Anjo é gaúcha, educadora, controversa e gosta de brincar entre rabiscos e palavras.

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