ARTE E CULTURA

capa de Ana Paula Otero

III - CAVALGANDO COM TEX

UMA TARDE BONELLI

No próximo dia 30 de setembro o maior mito de quadrinhos de faroeste estará completando 75 anos de vida, e o ColetiveArts, pelo terceiro ano consecutivo, esta elaborando sua cavalgada de comemoração.

Este ano estamos marcando presença com matérias e entrevistas no blog, com mais uma exposição online inédita, a terceira dedicada ao caubói de camisa amarela e a seus pards, a III - Exposição virtual Cavalgando com Tex. Também estaremos publicando online o mais novo banner da exposição Dia Nacional do Tex, atualizando o mesmo, que tem a criação e curadoria do grande coletive GG Carsan. As exposições entrarão no ar no dia 30 de setembro.

O Coletive estará  dando apoio e ajudando na realização daquele que promete ser o maior encontro Texiano já realizado no Brasil, a segunda edição de UMA TARDE BONELLI, que irá ocorrer no dia 30/09 e 01/10 em Porto Alegre/RS na Biblioteca Pública do Estado, na rua Riachuelo nº 1150, das 13h às 19h, um evento recheado de atrações para deixar todo o texiano e todo o fã de quadrinhos em êxtase. 

No dia 30/09 e dia 01/10, lugar de texiano é em Porto Alegre!


E continuando a nossa cavalgada, nós do Arte e Cultura fomos conversar com um dos mais icônicos desenhistas do maior pard dos quadrinhos: Claudio Villa.

Claudio Villa nasceu em Lomazzo, Itália, em 1959. Depois de cursar o ensino médio artístico, começou a desenhar quadrinhos, frequentando o estúdio de Franco Bignotti. Para as edições de Lug, Lyon, França, ilustrou as séries "Enguerrand et Nadine" e "Gun Gallon".

Na década de 1980 entrou para a equipe dos desenhistas de "Martin Mystère" e assinou as capas dos primeiros 41 números de "Dylan Dog". Em seguida, entrou para o time de "Tex" e recebeu de Galep a honrosa tarefa de fazer as capas da série principal da Sergio Bonelli Editore.

Paralelamente a "Tex" fez outros trabalhos, como a história curta "Sessenta Dias Em Palermo", sobre os assassinatos dos juízes Falcone e Borsellino. Em 2006, em parceria com o roteirista Tito Faraci, fez uma história do "Demolidor & Capitão América" para a Marvel/Panini Comics.

Mas é com Tex que ele atingiu o seu grande reconhecimento. Todos os fãs, quando compram uma revista de Tex, já saem encantados pela sua arte, sendo o desenhista favorito de muitos leitores, entre eles o editor brasileiro Dorival Vitor Lopes , da Mythos editora.

CLAUDIO VILLA

JORGINHOComo Cláudio Villa se define?   

CLAUDIO VILLAUma criança curiosa procurando a maravilha escondida em um lençol branco.


JORGINHOQuando a arte entrou na sua vida?  

CLAUDIO VILLADesde pequeno adorei colocar marcas de lápis em todos os lugares, acho que a paixão pelo desenho nasceu e cresceu comigo, me fazendo companhia.  


JORGINHOO que você lia quando era criança?

CLAUDIO VILLAMeu pai era um grande fã de quadrinhos, e trazia regularmente para casa as revistas que eram recém lançadas e então eu as estudava com "atenção" (eu olhava principalmente as figuras, eu mergulhava nos desenhos)

Então assim eu entrei em contato com os primeiros super heróis americanos que chegaram na Itália: o Superman que aqui se chamava Nembo Kid, o Batman que nos primeiros tempos tinha um traje vermelho, depois uma série (Os clássicos D'Audace ), que oferecia quadrinhos franco - belgas de personagens como Dan Cooper, Ric Roland e muitos outros.

Depois houve Tex e Zagor.

Na medida que eu cresci, fui ficando curioso sobre o Universo Marvel, com o Homem - Aranha e o Demolidor.

Eu cresci entre gigantes.

JORGINHO: Quais são as suas maiores influências no desenho de quadrinhos?

CLAUDIO VILLASempre adorei uma prancha clássica e legível como a de Curt Swan (desenhista clássico de Superman) e Carmine Infantino (Flash), a dinâmica de Neal Adams (Batman), depois veio Giraud com seu Blueberry, Hermann com Red Dust e Ticci no mundo Texiano.

Agora eu sou influenciado por muitos autores, entre os quais se destacam Lewis La Rosa e Alex Ross

JORGINHOComo começou a sua carreira nos quadrinhos?

CLAUDIO VILLAQuem me ajudou a aprender trabalhar com quadrinhos foi Franco Bingotti (Zagor Mister No, Martim Mystére além de outros personagens que ele desenhou no passado) e foi ele quem me apresentou a uma editora francesa, na qual eu dei meus primeiros passos no mundo dos quadrinhos . 

Mas essa aventura logo terminou, então me apresentei na Bonelli enquanto estavam trabalhando  Martim Mystére. Eles me deram as pranchas de teste padrão que dão para todos os desenhistas, e acabei entrando para a equipe de desenhistas.

Depois de quatro histórias de Martim Mystére, me perguntaram se eu queria fazer western. E então comecei a cavalgar ao lado de Tex.


JORGINHOO que Tex significa para você?

CLAUDIO VILLAEle é o herói mais clássico. Ele ajuda os fracos e luta contra os valentões, mesmo que eles usem uniforme. Os valores que o movem são valores absolutos para a humanidade. Às vezes gostaríamos de ter ele por perto quando encontramos algum valentão pela rua. Tex iria consertá-lo adequadamente e o faria mudar de atitude.




JORGINHOQuais os escritores que mais te impressionaram? Claro, estou falando daqueles com quem você trabalhou nas edições de Tex.

CLAUDIO VILLACada escritor tem suas próprias características e é tarefa do desenhista se adaptar a ele para poder tirar o melhor de uma história.

Comecei (em Tex) com textos de G.L. Bonelli, e ele foi muito decisivo para minha diagramação de página, Depois trabalhei com Claudio Nizzi, muito meticuloso e descritivo. E por fim com Mauro Boselli, um vulcão em erupção.

Cada um com sua personalidade, mas no centro de tudo estava sempre o bom e querido Tex.

JORGINHOTem ideia de quantas capas de Tex você já desenhou? Qual a sua capa favorita?

CLAUDIO VILLASinceramente, perdi um pouco a conta. Mas acho que já está em torno de mil capas.

A minha favorita?  A próxima, espero. Em cada desenho que eu faço, sempre encontro algo que eu faria de novo, ou faria diferente.

JORGINHOQuais são os seus próximos projetos?

CLAUDIO VILLAEu acabei de terminar uma historia  que será lançada agora em setembro. É a história que celebra o "aniversário de publicação de Tex", e retrata uma situação muito importante e envolvente para Tex.

Agora estou fazendo as capas de Tex, mas espero conseguir me dedicar para algumas páginas da revista que sairá em novembro de 2023, será um história maravilhosa. Não posso dizer mais nada.


JORGINHOQuais os quadrinhos que você acompanha como leitor?

CLAUDIO VILLAGosto de reler aqueles que me inspiraram de forma virtual como artista: Batman, ano um (Frank Miller/David Mazzucchelli); Batman, O cavaleiro das Trevas (Frank Miller); O Reino do Amanhã (Alex Ross) e as obras de Lee Bermejo.


JORGINHONós brasileiros somos apaixonados por Tex e pelo seu trabalho com ele. O que você conhece, o que você acompanha do nosso Brasil?

CLAUDIO VILLABarrichello, Stock Car, Atila Abreu. Resumindo, eu sou um fã do automobilismo e pratico por comodidade de forma virtual, revivendo as façanhas dos motoristas que eu mencionei através de um simulador nascido ai no Brasil: o Automobilista 2

Então eu também tenho um pouco de seu lindo país em minha casa.

JORGINHO:  Nos dias 30/09 e 01/10 estaremos reunidos na cidade de Porto Alegre/RS para comemorarmos os 75 anos de Tex no evento "Uma tarde Bonelli". Você poderia deixar uma mensagem para todos os fãs que estarão lendo essa matéria e estarão reunidos na festa Texiana?

CLAUDIO VILLAO que eu posso dizer é um grande obrigado por vocês escolherem ler Tex! 

E vou fazer aqui uma promessa à esse enorme povo Texiano que está lendo esta entrevista  e nos dias 30 e 01 vai festejar o aniversário de Tex: enquanto vocês estiverem aqui para ler, estaremos aqui para contar a história!

Um grande abraço!


Uma Tarde Bonelli

Dias: 30/09 e 01/10/2023. 
Local: Biblioteca Pública do Estado, na rua Riachuelo nº 1150, Porto Alegre/RS
Horário: 13h às 19h

Entrada franca.

"...enquanto vocês estiverem aqui para ler, estaremos 
aqui para contar a história!"
- Claudio Villa

Jorginho

Jorginho é Pedagogo, Filósofo, graduando em Artes, com pós graduação em Artes na Educação Infantil, ilustrador com trabalhos publicados no Brasil e exterior, é agitador cultural, um dos membros fundadores do ColetiveArts, editor do site Coletive em Movimento, produtor do podcast Coletive Som - A voz da arte, já foi curador de exposições físicas e virtuais, organizou eventos geeks/nerds, é apaixonado por quadrinhos, literatura, rock n' rol e cinema. É ativista pela Doação de Órgãos e luta contra a Alienação Parental.

CINCO ANOS DE COLETIVEARTS,
CONTANDO HISTÓRIAS, CRIANDO MUNDOS!
O Coletive também cavalga
com Tex!
 

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1 Comentários

  1. Não é à toa que lhe denominam de implacável Jorginho. O homem que entrevistou C. Villa.

    G. G. Carsan

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