NAVALHAS AO VENTO

 

CASAMENTO HOMOAFETIVO SÓ 

INTERESSA AOS NOIVOS

Eu tinha um grande amigo, Filipe, hoje me olhando por entre as nuvens, conhecido como Juno entre os poetas, que dizia que “atrás de todo homofóbico tem um fiofó que pisca na velocidade da luz”... e eu concordo com ele. O que interessa para o “cidadão de bem” se o outro está casando com um homem ou com uma mulher?

No dia 10.10.23 um bando de “homens de bem, da tradicional família brasileira”, daquele tipinho que tem amante e todo mundo sabe, mas que bate no peito dizendo que defende a família tradicional, se juntou com aquele outro tipinho que espanca a esposa quase toda a semana, mas que também defende a família cristã e, sem nada de útil para fazer, aprovam projeto de lei que proíbe o casamento homoafetivo.

No site da CNN podemos ler que “por 12 votos a 5, a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que proíbe o casamento homoafetivo e a união estável entre pessoas do mesmo sexo e cria uma outra modalidade de união civil.”

Ora, o que mais é um casamento senão um contrato entre duas pessoas? Qual a diferença? O que mudará chamá-los de noivos ou de contratantes? O relator do projeto, deputado Pastor (claro) Eurico (PL-PE), ao invés de se preocupar com a fome, o desemprego, a falta de escolas públicas, saneamento básico, fica ocupando seu tempo com a nomenclatura de algo que não lhe diz respeito, afinal ele não é o noivo.

Esse projeto que “na avaliação da base governista, o texto foi apresentado em cima da hora e, além disso, apresenta termos que tratam as pessoas da comunidade LGBTQIA+ como ‘cidadãos de segunda categoria’,” provoca uma discussão futura para a eliminação do direito ao casamento homoafetivo. A redação do texto é rica em termos considerados ultrapassados e homofóbicos. O texto nem ao menos foi debatido com a comunidade LGBTQIA+, a única realmente atingida.

Chegam ao cúmulo de afirmar que “nos termos constitucionais, nenhuma relação entre pessoas do mesmo sexo pode equiparar-se ao casamento ou a entidade familiar” e que “aprovar o casamento homossexual é negar a maneira pela qual todos os homens nascem neste mundo, e, também, é atentar contra a existência da própria espécie humana”.

Ah, pelo pelo amor do meu jesusinhocristinhoamadomestre, vão cuidar do fiofó de vocês e deixar quem se ama viver como quiser. Deixem de ser hipócritas, aliás muitos de vocês têm as esposas como troféus e seus namorados às escondidas. Eu não entendo porque tanto ódio direcionado a pessoas que nada fizeram contra vocês, que seus únicos crimes é a coragem que vocês não têm de se assumirem. É a felicidade, a cumplicidade e o amor entre os casais que incomoda vocês, bando de invejosos.

Se assumam... ou sumam de vez da frente de quem só quer amar e ser amado.


Isab-El Cristina Soares
Isab-El Cristina Soares é poeta, membro do Clube Literário de Gravataí, autora de 6 livros.  Graduada em Letras/ Literaturas, pós-graduada em Libras.

Escute o episódio do podcast Coletive Som gravado com Isab-El , clicando Aqui.

 CINCO ANOS DE COLETIVEARTS,
CONTANDO HISTÓRIAS, 
CRIANDO MUNDOS!
O Coletive apoia
a união homoafetiva, simples assim!

Postar um comentário

1 Comentários

  1. Isab, estás cada vez melhor! Coragem e língua afiada não te faltam! Parabéns!

    ResponderExcluir