TRANSVIADA, o olhar que desafia

 Dezembro à vista…

Cá estamos, com os pés novamente em Dezembro, e com ele, chega o cansaço, a introspecção e para alguns, a expectativa do início de um novo ano.

Esse ano tudo isso bateu muito forte, só me falta a expectativa.

Talvez seja essa cara invernal que nos castiga e teima em não sumir. Ou talvez seja a falta de perspectivas em relação aos velhos problemas que insistem em assombrar. 

Por mais que a tendência seja fazer planos, manter a esperança e ter fé em um ano melhor, algumas lutas têm  tanto tempo, e já nos custaram tanto da nossa energia e psicológico, que parecem que nunca terão fim. Isso acaba com qualquer um.

Há quem pense que isso é falta de fé, outros irão fazer discurso sobre todas as coisas que deveríamos ser gratos, sobra quem julgue, falta quem traga a solução.

A verdade é que só a gente conhece a própria realidade, só a gente sabe o quanto custa manter o bom humor e o sorriso no rosto, mesmo diante de tanta adversidade.

A vida nem sempre é simples como a gente gostaria que fosse, as coisas não se resolvem apenas na conversa, e quando achamos que conseguimos, não temos garantia nenhuma que será levada a sério até o final.

Expectativa  sempre foi algo que me incomodou, ao meu ver, sempre foi o caminho mais curto para decepção. Quando depositamos expectativas em cima dos outros então… isso é um tobogã, que ao final nos joga no precipício.

E a culpa? É nossa!  Ninguém é responsável pela expectativa que a gente criou. Esse bichinho estranho cultivado por muitos, é fruto de projeções que nem sempre a realidade do outro alcança.

Aprendi cedo o peso do “te vira”. Primeiro por não poder contar as enrascadas em que me metia, depois por que o problema não era de ninguém, então de novo, TE VIRA! 

E assim, tu vais te tornando “forte”, um “mulherão” que enfrenta tudo, uma “mãe Leoa”, uma perfeita mulher SOBRECARREGADA.

A gente pensa demais, trabalha demais,tem mais coisas pra resolver durante o dia, que tempo hábil pra isso. E quando não dá conta, se culpa.

Talvez tu aches besteira, ou veja como exagero, mas encerrar ciclos nessas condições, não é a mesma coisa. Fica difícil de comemorar, fazer planos e até ter forças para enfrentar as expectativas alheias.

 Afinal, tu não criar expectativas, não impede de  te encherem delas, mesmo que tu não tenhas mínimas condições de realiza - las.

Então, chega mais Dezembro! 

Mas vem de mansinho, sem muita bagunça. Não tenho planos mirabolantes, nem promessas infundadas, desejo apenas calma, um alento pros dias que virão.



D'Anjo

D'Anjo é gaúcha, educadora, controversa e gosta de brincar entre rabiscos e palavras.

CINCO ANOS DE COLETIVEARTS,
CONTANDO HISTÓRIAS, 
CRIANDO MUNDOS!
Chegou dezembro!


Postar um comentário

0 Comentários