A Música Segundo o Filósofo

 Deep Purple - Burn

Há algumas bandas de rock que tem uma grande voz. Alguns viraram ícones. E talvez uma certa banda, tem dois ótimos vocalistas e ainda um deles, toca contra baixo. Ao lado de um baterista que não tem medo de descer o braço e de um guitarrista genial e temperamental, juntos fizeram um clássico que perdura por cinqüenta anos e segue sendo atemporal.



A banda vinha do álbum Who Do We Think We Are que foi gravado de forma bem rápida, em meio à turnê do machine Head. A banda estava exausta e bem estressada, juntou isso ao ego inflado e o temperamento forte de Blackmore, resulta na iminente saída de Ian Gillan e Roger Glover. Duas perdas irreparáveis, mas a banda viu a luz no fim do túnel.

Como Glover já desejava sair da banda, já se estava na mira do grupo, Glenn Hughes, que integrava o Trapeze. Glenn que toca baixo e canta, manteria o Deep Purple é um bom quarteto. Mas não foi o suficiente. Queria um frontman e fizeram algumas audições e receberam uma demo  tape do até então desconhecido, David Coverdale.

Antes só tinha Ian Gillan nos vocais, uma senhora voz. Agora tem dois excelentes vocais para ninguém botar defeito. Hughes com sua voz suingada e Coverdale com sua voz rasgada foi uma bela junção. O time tinha digamos, uma bela dupla de ataque.

Resolvido o problema, agora era hora de botar a mão na massa. Em Novembro de 73, Burn foi gravado em Montreux na França no estúdio móvel dos Stones. A banda já tinha gravado os dois últimos por lá. Nomes como Uriah Heep, The Who, Fleetwod Mac e Bob Marley, gravaram no estúdio. Burn foi lançado em 15 de Fevereiro de 1974.

Duvidas pairavam na cabeça dos fãs e critica. Será que a banda manteria o mesmo nível da formação clássica?Começo pelo festival Califórnia Jan.Classico festival, algumas bandas icônicas passaram por lá. A apresentação do Deep Purple foi incendiária e de afirmação deles. Mostrando realmente que a formação estava afiada e que Burn tornaria mais um álbum que não merece sofrer algum tipo de dúvida. E incendiário por razões óbvias. Blackmore tacou fogo na parede de amplificadores do festival e a banda teve que fugir de helicóptero do festival.

Com a entrada de Hughes e Coverdale a banda, os dois deram uma guinada e uma revigorada no som da banda. O som ainda continuou  sendo um exímio Hard Rock. Os dois só implementaram uma pitada de Soul e Funk ao som do Deep Purple. Percebe-se isso nos três discos em que a dupla está na banda. Isso até culminou com a saída de Blackmore no álbum seguinte da banda. Mais isso é tema de outra coluna.

O álbum possui oito faixas. Burn é a primeira e chega pedindo passagem e com seu riff mostra como se faz um hard rock de respeito e com peso. A música virou mais um grande hino da banda. Outra que virou umclássico é Mistreated. Uma bela balada em que evidencia a voz de Coverdale. Outra que merece destaque é Lay Down, say down. Nessa Ian Paice mostra o porquê é um dos melhores bateras de todos os tempos do rock. E a música tem uma levada boa soul-funk.

Burn mostrou que a banda ainda tinha algo a mostrar, um som revigorado e ainda relevante. Por mais que essa formação tenha durado pouco e rendido só dois álbuns, serviu para ficar na história e mostrar que mesmo tendo algumas divergências, se faz bons trabalhos.


Para escutar a obra:


Daniel Filósofo 


Daniel Filósofo é cronista, jornalista, profundo conhecedor de rock'n'roll, torcedor do Fluminense e radialista Também escreve suas crônicas dominicais na coluna do Daniel Filósofo.

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