Meu bloco na Rua
Vem chegando mais um carnaval, época festiva para uns, a outros de se retirar e descansar e para alguma parcela da sociedade, época de libertinagem e pecadores no meio da rua e avenida. E tem os que estão alheios a isso e levam a vida como se nada estivesse acontecendo pela cidade
Numa cidade do litoral, daquelas que há um sol pra cada um, até a pessoa mais branca, tem seu bronzeado. Durante o ano, a cidade é pacata, mas não chata. Tem seu charme e seus habitantes são alegres e festeiros. Até por estarem a algumas horas do centro, onde a agitação e onde tudo acontece,fazem as coisas acontecerem por eles mesmos.
Se a capital tem a Sapucaí, por que não podemos ter a nossa avenida?Não seria nada com as mesmas proporções com o desfile das escolas de samba, nem era a ideia. O que se tinha vontade era ter alguns blocos pelas ruas da cidade no período de carnaval.
A ideia foi se tornando realidade. O local a se desfilar foi decidido. Seria a rua em frente a praia.Por ser uma rua larga e cumprida,teria espaço para os blocos e o quem quisesse acompanhar e brincar o carnaval.E o entorno é perfeito.A praia ao fundo,o por do sol e tudo mais.
A turma do beco resolveu botar o bloco na rua. Na figura do morador mais velho do beco, seu Vanderlei, do alto de seus 90 anos. Ainda desejava pular o carnaval e lembrar os bons tempos em que era moço e curtia por aí. A turma resolveu atender o desejo do ancião e organizou o bloco do beco.
Montaram o bloco “Sai dessa rua escura” e lá foram todos para orla e juntar-se aos outros blocos que iriam brincar o carnaval. Aliás, era o primeiro ali na cidade. Aos que se dispuseram a sair com os blocos na rua, fizeram uma festa pra ninguém botar defeito. E quem foi só para assistir, acabou se misturando dentro de algum bloco e pode brincar até o por do sol.
Daniel Filósofo |
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