O pai de Marilyn Monroe
O escritor Lucas Martini nasceu em em 1993, na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, onde trabalha como professor de inglês por mais de 10 anos. Descendente de italianos, viajou pela Europa em 2015, onde pode aprender bastante sobre a cultura inglesa. É fã de filmes dos anos 1940 e 1950, adora escrever contos e romances ficcionais com personalidades de destaque do mundo real. "O pai de Marilyn Monroe" é seu primeiro livro.
A história do livro se passa em 1950. O detetive particular Clint Harper se prepara para desembarcar no aeroporto de Los Angeles e atender ao chamado de uma atriz iniciante de Hollywood, a jovem Marilyn Monroe. Ele recebe a missão de contactar o homem que Marilyn afirma ser pai dela, Charles Stanley Gifford, e relatar a ela todas as ações dele.
Harper aceita o trabalho, mas não é tão simples como ele imagina. Acontece que Gifford é um velho conhecido do investigador, e isso deixa ele dividido entre a lealdade ao amigo dele e o compromisso com a cliente. Se decidir manter a amizade, Harper perde o pagamento e a reputação dele como profissional é afetada. Se resolver cumprir com o dever como detetive, pode perder pra sempre uma das suas amizades mais antigas.
Pra complicar ainda mais a vida dele, Harper precisa lidar tanto com as repentinas mudanças de humor da atriz quanto com a personalidade difícil de sua colega de quarto e professora de teatro, Natasha Lytess, que podem dificultar o trabalho dele e até mesmo colocar em risco sua missão.
Agora que falamos um pouco do livro, vamos conversar com Lucas Martini, para conhecer um pouco mais sobre o autor, sua obra e seu pensamento.
LUCAS MARTINI
JORGINHO: Quem é o Lucas Martini? Como você se define?
LUCAS MARTINI: Me considero um tímido extrovertido, meio rabugento, que fica entediado facilmente quando estou com outras pessoas, mas gosto de conversar quando curtem as mesmas coisas que eu. Sinto que nasci na época e no país errados. Me sinto feliz de poder criar meus próprios mundos por meio da escrita.
JORGINHO: Como a literatura entrou em sua vida?
LUCAS MARTINI: Meu pai e minha mãe liam histórias para mim quando era criança, e mais tarde meu pai começou a comprar livros mais substanciais para que eu criasse o gosto pela leitura. Eu dificilmente gostaria de ler hoje se não fosse pelo meu pai, que sempre destacou a importância da leitura para mim, desde cedo. Ele mesmo lia bastante, e ainda lê, o que me motivou a seguir seu exemplo.
JORGINHO: Quais as obras e autores que mais te marcaram em sua formação como leitor e escritor?
LUCAS MARTINI: Luis Fernando Veríssimo foi o primeiro autor do qual fui fã. Morria de rir com as crônicas de seus livros, a começar por Comédias para se Ler na Escola e O Santinho. Logo depois comecei a me interessar pela literatura policial, começando por Arthur Conan Doyle. A coleção de contos As Aventuras de Sherlock Holmes foi o livro que me inspirou a escrever meu primeiro conto de mistério, que chamei de Bando Macabro. Um Estudo em Vermelho e Os Arquivos de Sherlock Holmes vieram depois, e considero o primeiro um dos melhores romances policiais já escritos. Outros escritores detetivescos entraram na minha vida em seguida, como Edgar Allan Poe, (com destaque para a coletânea Histórias Extraordinárias), Agatha Christie (O Misterioso caso de Styles, por exemplo) e Raymond Chandler. Os livros de Chandler traziam um detetive mais durão, cínico e violento do que Sherlock Holmes ou Hercule Poirot. A obra Chantagistas não Atiram mostra bastante esse tipo de sujeito em quatro contos que abriram meus olhos para a literatura policial mais sombria. Atualmente ando lendo bastante a obra do francês Maurice Leblanc, e meu trabalho favorito seu é Ladrão de Casaca.
JORGINHO: O que a literatura significa para você?
LUCAS MARTINI: Literatura é uma arte basilar, é o que nos permite ver a vida com os olhos de quem escreveu. É também o que move o mundo. Um povo com conhecimentos literários é um povo culto, intelectualmente rico e criativo. A literatura nos torna mais compreensivos, mais empáticos, nos faz ver tudo com outros olhos e é também uma ótima companhia. Como meu pai me dizia, quem tem um livro como companheiro nunca se sentirá sozinho.
JORGINHO: O que é ser professor para você? Conte um pouco da sua experiência.
LUCAS MARTINI: Comecei a dar aulas de inglês em 2012, aos 19 anos. Desde então nunca parei, e se parei foi por pouco tempo. Também dei aula de Teoria da Tradução e de Literatura Norte - Americana em uma faculdade. Não me tornei professor por desejo, e sim por conveniência, já que para mim era fácil aprender e ensinar inglês, mas passei a desenvolver gosto pelo ensino com o passar dos anos. Hoje gosto bastante do que faço.
JORGINHO: Conte como foi a sua viagem pela Europa.
LUCAS MARTINI: Cheguei na Inglaterra fluente em inglês, mas confesso que levei duas semanas para começar a entender o que os britânicos diziam. Depois peguei o jeito e consegui me comunicar melhor com os nativos. Fiquei dois meses em Bristol e duas semanas em Londres, e adoraria repetir a experiência, e se possível morar lá um dia. Nos quinze dias seguintes fiquei em outros países da Europa, duas ou três noites em cada um, incluindo Holanda, Áustria, Suíça, Alemanha, Itália e França. A experiência foi incrível, é muito bom dizer que estive dentro da Capela Sistina ou que toquei em Notre-Dame. Gostaria de visitar novamente a Suíça e aproveitar melhor as ruas de Paris.
JORGINHO: Fale da sua paixão por filmes dos anos 40 e 50. Como eles te impactaram? Quais seus filmes e diretores preferidos? Dê dicas para os leitores.
LUCAS MARTINI: A paixão por esses filmes é outra coisa que devo ao meu pai. Ele começou mostrando a mim e ao meu irmão diversos filmes do Jerry Lewis, do Frank Sinatra, do Fred Astaire, entre outros. Eram filmes que possuíam uma aura especial, algo que os atuais não têm. As mulheres eram mais femininas, os homens eram mais masculinos, a elegância estava presente em todas as idades, a comédia era mais fina e o charme era algo que todo ator de sucesso precisava ter. Vale a pena se aventurar por esse mundo. Meus diretores favoritos são três: Woody Allen tem um estilo único, e inclusive meu filme preferido tem sua assinatura - Meia-Noite em Paris, no qual um roteirista de cinema, em uma visita à cidade francesa, viaja ao passado, aos anos 20, e encontra grandes personalidades da época que se reuniam em Paris. Alfred Hitchcock dispensa apresentações. Gosto muito de Psicose, um verdadeiro pioneiro no gênero do suspense. Billy Wilder, por fim, dirigiu dois filmes com Marilyn Monroe, mas seu trabalho mais famoso é o ganhador do Oscar Crepúsculo dos Deuses, em que uma atriz antiga de filmes mudos, já na meia-idade, vai lentamente perdendo a sanidade. Para os iniciantes que curtem suspense e mistério, indico os filmes 12 Homens e uma Sentença (1957), Casablanca (1942) e Janela Indiscreta (1954). Para os que preferem comédia, vale a pena conferir O Pecado Mora ao Lado (1955), Quanto Mais Quente Melhor (1959) - ambos com Marilyn - e O Meninão (1955).
JORGINHO: Como surgiu a paixão por Marilyn Monroe, e a ideia para fazer escrever sua obra?
LUCAS MARTINI: A paixão por Marilyn nasceu quando assisti ao filme Quanto Mais Quente Melhor. Fiquei fascinado pela beleza e trejeitos únicos daquela mulher. Isso me fez querer assistir a outros filmes dela e a pesquisar sobre sua vida pessoal. Li duas biografias e assisti a diversos documentários. Como eu já escrevia contos de mistérios ambientados nos anos 50, pensei que seria uma ideia interessante incluir Marilyn como personagem em uma das minhas histórias. Fiquei fascinado ao imaginar como seria um encontro dela com meu detetive, Clint Harper. O resultado foi uma mistura interessante de dureza com maciez, Inglaterra e América, método e emoção. Tanto para quem gosta de Marilyn Monroe quanto para os fãs de ficção policial, O pai de Marilyn Monroe é um prato cheio.
JORGINHO: Fale sobre um pouco mais sobre “O pai de Marilyn Monroe”.
LUCAS MARTINI: O ano é 1950. O detetive particular Clint Harper se prepara para desembarcar no aeroporto de Los Angeles e atender ao chamado de uma atriz iniciante de Hollywood, a jovem Marilyn Monroe. Ele recebe a missão de contactar o homem que Marilyn afirma ser seu pai, o Sr. Charles Stanley Gifford, e relatar a ela todas as suas ações. Harper aceita o trabalho, mas não será tão simples como ele imagina. Acontece que Gifford é um velho conhecido do investigador, e isso o deixa dividido entre a lealdade a seu amigo e o compromisso com sua cliente. Se decidir manter sua amizade, Harper perde o pagamento, e sua reputação como profissional é afetada. Se resolver cumprir com seu dever como detetive, poderá perder para sempre uma de suas amizades mais antigas. Para complicar ainda mais sua vida, Harper precisa lidar tanto com as repentinas mudanças de humor da atriz quanto com a personalidade difícil de sua colega de quarto e professora de teatro, Natasha Lytess, que podem dificultar seu trabalho e até mesmo colocar em risco sua missão. O livro significa muito para mim, já que eu havia trabalhado mentalmente nele por pelo menos oito anos.Tudo foi escrito com muito carinho, muita pesquisa e com o máximo de fidelidade possível à realidade, retratando os personagens reais da novela como realmente eram. O livro físico pode ser comprado no site skoobooks.com.br, assim como nas Livrarias Curitiba. A versão em e-book está disponível no Kindle. Todos os que leram, até agora, gostaram bastante.
JORGINHO: Como você enxerga o momento cultural no Brasil nos dias de hoje?
LUCAS MARTINI: Ler nunca foi a coisa favorita do brasileiro. E a maioria de quem gosta de ler geralmente tem preferência por leituras mais simples, digestivas. Os clássicos são uma categoria pouco apreciada no Brasil, e isso se deve à falta de incentivo por parte dos pais, do governo e até mesmo de alguns professores, que preferem mostrar aos alunos adaptações de livros ou até filmes baseados neles, ao invés das obras originais. Isso faz com que o mercado acabe beneficiando a produção de livros apelativos. Ainda assim, grandes leitores existem, e desejam livros diferenciados, que atendam às suas expectativas.
JORGINHO: Quais seus próximos projetos?
LUCAS MARTINI: Estou trabalhando em um novo livro no momento, um romance. Trata-se de Bernie Engelmann, uma criminosa que sempre escapa das garras da lei e penetra em qualquer fortaleza, por mais bem guardada que seja. Além disso, a mulher parece ser imortal, supostamente “ressuscitando” sempre que morre e aparentemente não envelhecendo com o passar das décadas. Essa trama também contará com o detetive Clint Harper, e com vários outros personagens interessantes e reviravoltas surpreendentes. Será a minha obra mais ambiciosa e, sinceramente, acho que vai ficar bom.
JORGINHO: Deixe sua mensagem para o leitor do Arte e Cultura
LUCAS MARTINI: O tipo de público do Arte e Cultura com certeza gostará de O pai de Marilyn Monroe. É a primeira ficção policial brasileira a retratar Marilyn como personagem. Para quem curte uma mistura de ficção e realidade, para os fãs de Marilyn Monroe ou simplesmente para quem gosta de ler um bom livro de mistério no inverno, esse é o livro que você procura.
O pai de Marilyn Monroe
Autor: Lucas Martini
Editora: Autores Catarinenses
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