Cinder & Ashe
Uma História de Amor, Guerra e Superação
A história segue os dois sócios de uma empresa de investigação privada; Jacob Ashe (um veterano da Guerra do Vietnã dos EUA) e Cinder DuBois (filha de um soldado afro-americano e uma mulher vietnamita).
Enquanto trabalham (geralmente em resgates de pessoas) alguns flashbacks mostram como os dois se conheceram. Um terceiro personagem entra em cena, Lacey, um tipo de cafetão que estuprou Cinder quando ela era uma garota de treze anos no Vietnã. Cinder trabalhava para Lacey fazendo pequenos furtos e sobrevivendo num ambiente hostil em pleno período de Guerra.
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Após os abusos, Cinder decidiu fugir e sentiu na pele o quanto difícil seria ter essa liberdade. Com a vida nas mãos de Lacey, ela foi resgatada por Ashe, quando este passava no local do atentado, disparando um tiro na cabeça de seu algoz.
De início, o desenvolvimento parece atrapalhado com duas linhas de raciocínio. Enquanto eles trabalham em Nova Orleans, as cenas do Vietnã voltam de repente. Com o tempo, as histórias paralelas vão montando um quebra-cabeça e dando motivos para uma “guerra psicológica” de Cinder, principalmente quando descobre que seu algoz (Lacey) não só está vivo como viajou do Vietnã até Nova Orleans em busca de vingança. O tiro de Ashe não fez exatamente o que ele merecia.
A partir daí, os dois passam de “caça” para “caçados” e a tensão toma outro rumo.
A arte do espanhol José Luiz Garcia-López está maravilhosa, detalhando a tristeza, as emoções, as diferenças de comportamento dos três personagens centrais. O roteirista Gerry Conway foi detalhista e soube conduzir as histórias paralelas fechando com chave de ouro esta obra maravilhosa de Amor, Guerra e Superação. O carisma e confiança entre os dois nos mostram o quanto estão em guerra psicológica; até torcemos pra um relacionamento amoroso entre ambos (uma cena ocorre), mas o muro que os afastam é mais complicado do que imaginam.
Cinder & Ashe foi publicada em 1988. A série foi sugerida para leitores maduros, já dando continuidade no estilo da obra anterior, Camelott 3000, de Alan Moore. As cenas de nudez estão no momento certo, as ações de Lacey nos mostra o que de pior um personagem passa pra ser odiado, desde o momento da violência sexual sofrida pela personagem até o encontro fatídico dos dois em Nova Orleans.
Uma obra para amar, se emocionar e guardar para sempre.
"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
- Ricardo Mendes
1 Comentários
Eu tenho as minhas duas edições da Editora Abril. Cinder & Ashe é uma estória bem legal, o Garcia López arrebenta! 😉👍🏻
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