CADEIRANTE AGREDIDO NA AVENIDA
O que leva um ser abjeto a agredir um idoso de 65 anos preso a uma cadeira de rodas?
O autor do livro “Ainda estou aqui”, Marcelo Paiva, foi covardemente agredido quando carregava o estandarte do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta no domingo, dia 23 de fevereiro. De acordo com o G1 do dia 24: “Momentos antes da homenagem, um homem o agrediu e chegou a jogar uma mochila no rosto de Marcelo.”
Marcelo, filho de Rubens Paiva, cadeirante, é porta-estandarte há anos do bloco e lamentou o episódio, ele comenta que o agressor, além da mochila, também jogou uma lata de cerveja e uma camiseta em sua direção. Graças a Deus que o escritor não se feriu.
Em entrevista a GloboNews ele afirmou: “O cara jogou mochila na cara, não entendi o que aconteceu. Já é meu 16º desfile e nunca fui atacado. Coisa estranha e não entendi o porquê. Jogar uma mochila na cara de um cadeirante, porta-bandeira, que quer se divertir, que faz isso há 16 anos, não entendi esse grau de violência. Brasil está difícil, e ele não deve ter visto o filme.”
É claro que não assistiu ao filme, Marcelo. Muito menos leu o livro. Ainda não foi identificado o agressor, mas aposto meu dedo indicador da mão direita que se trata de um bozolóide, tão criminoso quanto aqueles que quebraram parte do patrimônio público em Brasília no dia 8 de janeiro ou os que explodiram ônibus. Os mesmos que tentam minimizar a ditadura e a história relatada no livro e no filme. Os mesmos que criticam a atriz Fernanda Torres, o ator Selton Mello e o diretor Walter Salles.
Rubens Beyrodt Paiva, engenheiro civil e deputado federal por São Paulo, desaparecido durante a ditadura militar. Foi torturado e assassinado por não compactuar com o regime militar da época. Após o golpe de 64, foi cassado pelo primeiro Ato Institucional e se auto exilou. Ao retornar ao Brasil, voltou a exercer a engenharia, mas manteve contato com exilados. Sua esposa, viúva, lutou durante anos pelo reconhecimento da responsabilidade do Estado na sua morte. Marcelo Paiva é autor do livro, posteriormente adaptado ao cinema, que relata essa triste página da nossa história.
A extrema direita não se cansa de agredir, de várias formas. Sempre negando que um dia existiu a ditadura, alegando que defendem a pátria e a família... Sempre usando fake news para provocar o medo, o pânico... a falácia do comunismo, a mamadeira de piroca, o kit gay... usando o nome de Deus em vão... e suplicando por anistia...
Nem um idoso cadeirante está livre de ser agredido por gente que pensa dentro da caixinha. Quando foi que abriram as portas do inferno?
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Isab-El Cristina |
2 Comentários
Realmente está difícil crer que pessoas assim defendam quaisquer direitos humanos. 😪
ResponderExcluirOi, sou a Isab. Eles só defendem os seus próprios interesses. Bjuuu
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