ESPAÇO PONTO E VÍRGULA

 O Jogador de Corações

Gustavo já foi um romântico. Houve um tempo em que acreditava em promessas eternas, em olhares que falavam mais que palavras, em noites onde a lua era cúmplice dos amantes. Mas esse tempo acabou. Ele aprendeu do pior jeito: entregou seu coração, e ele foi esmagado sem piedade. 

A mulher que ele amava foi embora sem olhar para trás. Não houve explicações, não houve despedidas. Apenas um vazio que o consumiu por meses. Ele tentou entender, tentou se reerguer, mas o peso da desilusão o moldou de outra forma. O Gustavo que sonhava com o amor morreu naquele dia. No lugar dele, nasceu outro homem — um que não amava, que não se apegava, que só queria viver o presente. 

Ele descobriu que tinha talento para a conquista. Aprendeu a observar, a dizer as palavras certas no momento certo, a criar o encanto perfeito. Seu novo jogo era simples: seduzir, envolver, e depois seguir em frente. Nunca mais se permitiria ser refém de sentimentos. 

As mulheres o adoravam. Ele era charmoso, confiante, misterioso. Sabia ser doce sem ser meloso, intenso sem ser grudento. E quando elas começavam a desejar algo mais, quando seus olhares pediam compromisso, ele desaparecia como um sopro de vento. 

Nos primeiros anos, isso lhe deu prazer. Cada nova conquista era uma vitória sobre seu antigo eu, um troféu contra o amor que o traíra. Mas, com o tempo, algo começou a mudar. O vazio que ele tentava preencher com corpos e beijos passageiros nunca desaparecia por completo. As madrugadas solitárias se tornavam mais frias. O silêncio da sua própria companhia começou a incomodar. 

Uma noite, ele conheceu Luciane. Ela era diferente. Não se impressionava com seus truques, não se derretia com suas palavras ensaiadas. Ela via através dele. E, pela primeira vez em anos, ele sentiu medo. Medo de que, talvez, ainda houvesse algo dentro dele capaz de amar. Medo de que tudo o que construiu fosse apenas um castelo de areia prestes a desmoronar. 

Mas Gustavo hesitou. Porque amar significava se tornar vulnerável de novo. E ele não sabia se estava pronto para isso. Então, como sempre, escolheu o caminho mais fácil. Deixou Luciane que ela pudesse deixá-lo.

E assim ele seguiu, repetindo o ciclo, fugindo do que mais temia. Mas, no fundo, talvez já soubesse a verdade: não era ele que conquistava as mulheres. Era o passado que ainda o dominava. e tudo se repita como um paradoxo,


Samurio

Sou um simples pescador de frases que estão flutuando pelos mares da criatividade. Eu jogo minha rede e assim consigo escrever, traduzindo tudo para meus incríveis escritos sou o Samurio muito prazer.

"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
- Ricardo Mendes

COLETIVEARTS, 06 ANOS DE VIDA,
CONTANDO HISTÓRIAS, 
CRIANDO MUNDOS!


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