NAVALHAS AO VENTO

 

OSCAR DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO VAI PARA...

... e o coração dos brasileiros parou por décimos de segundos, até que a atriz espanhola Penélope Cruz soltou nosso ar... I’m still here! E a festa começou em todo o país.

Sob a direção de Walter Salles, o filme Ainda estou aqui retrata a história da família e do assassinato de Rubens Paiva durante a ditadura militar. As redes sociais ficaram repletas de comentários maldosos e agressivos tentando diminuir a história, eliminar o crime e o filme, mas, ainda bem que o mundo não é só de negacionistas...

Fernanda Torres não recebeu a estatueta de melhor atriz, mas a felicidade dela foi a premiação da história e isso a torna superior a muitos que a criticam. O reconhecimento vindo com o Oscar foi o trampolim que faltava para que a nova geração conheça essa parte da nossa história, parte que muitos tentam apagar e/ou minimizar o que aconteceu. Pode ser que agora, depois que o filme foi assistido e a história reconhecida pelo mundo todo, este bando de acéfalos pare de negá-la.

Nossos jovens não viveram o período triste da nossa história, por isso, muitas vezes criticam a democracia que vivemos. É nossa função contar aos jovens o que a perda da liberdade e de direitos pode acarretar. Cantar o hino nacional todo dia antes do começo das aulas ou ter os programas de TV censurados não torna um país seguro. São muitos os relatos de pessoas desaparecidas, assassinadas e torturadas pelo exército, nem crianças escapavam da ira da polícia. Vivíamos sob o manto do medo, ninguém era confiável. Muitas vezes a saída para continuar vivo era o exílio, como fez Rubens Paiva, mas voltou ao país e isso foi sua sentença de morte.

Eu não entendo como é que tem gente que defende este regime de governo, como tem gente que acha que os militares são a saída para o país. Tem muitos que pedem a volta dos atos institucionais sem nem mesmo saber o que isso significa. De acordo com o Google, “Os Atos Institucionais foram decretados pelos militares para legitimar a violência da ditadura. Eles estabeleceram restrições a direitos civis e políticos, e estabeleceram para os militares diversos poderes extra constitucionais.” Ainda no mesmo site: “Foram editados 17 Atos Institucionais (AI) durante a Ditadura Militar brasileira, entre 1964 e 1969.

Principais Atos Institucionais:

- O AI-1, o primeiro ato institucional, foi assinado em 9 de abril de 1964. Ele institucionalizou o regime militar e aumentou os poderes presidenciais. 

- O AI-5 foi o ato institucional mais notório, impactando todos os setores da sociedade. Ele removeu garantias constitucionais individuais, como o habeas corpus, e suspendeu direitos políticos.

Os criminosos do dia 8 de janeiro pedem a volta do AI cantando a música de Geraldo Vandré, “Pra não dizer que não falei de flores”, um hino contra a ditadura, achando-se muito inteligentes.

Walter Salles trouxe para a telona o drama relatado em livro por Marcelo Rubens Paiva, filho de Rubens Paiva e com isso o mundo todo pode conhecer a verdadeira história da ditadura militar, só quem não tem moral para repudiá-la. O sucesso do filme está sendo estrondoso. Ainda de acordo com o Google: “Com mais de 5 milhões de espectadores e R$104,7 milhões em renda, “Ainda estou aqui” se consolidou como a terceira maior bilheteria nacional desde 2018, atrás apenas de ‘Minha mãe é uma peça 3’ (2018) e ‘Nada a perder’ (2019).

Mas o gado acéfalo continua criticando o filme, desmerecendo a história, mugindo que artista vive da Lei Rouanet sem ao menos saber como ela funciona (para começar a Lei Rouanet não contempla longas metragem). O vírus da imbecilidade continua atacando os brasileiros, principalmente os negacionistas das vacinas...

Mas não podemos desistir de contar a história real, pois “Ainda estamos aqui”. E voltamos para ficar...



Isab-El Cristina


Isab-El Cristina Soares é poeta, membro do Clube Literário de Gravataí, autora de 6 livros.  Graduada em Letras/ Literaturas, pós-graduada em Libras, é Diretora Cultural do ColetiveArts.

Escute o episódio do podcast Coletive Som gravado com Isab-El , clicando Aqui.

"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
- Ricardo Mendes

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