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Libertas Quae Sera Tamen
É Páscoa de novo e de novo estivemos no mercado, contando as moedas para que o Coelhinho recebesse os louros da glória de "Provedor do Sagrado Cacau Processado". Mas tudo bem. Estou acostumado com a cretinice desse arauto safado do Capitalismo, roubando meu reconhecimento. Ele e aquele amiguinho de barba branca dele.
Mas uma das poucas coisas boas que a religião me trouxe, foi desenvolver um lado espiritual, que me ajuda a encontrar conforto, quando parece não haver nenhum. Depois que abandonei as religiões, só tive que adaptar este pensamento. Acredito que tenho conseguido.
E tendo essa "crença", tento sempre usar esta data lambuzada de chocolate, para renascer. O dia em que Cristo supostamente teria ressuscitado e em que os hebreus teriam se libertado do jugo egípcio, me faz parar para pensar em minha própria vida. Uma ocasião neste jogo chamado vida, onde encontro um "posto de recarga" e recarrego as baterias. Um dia onde através da reflexão profunda, renasço e me liberto. Saio dos braços da morte que são os problemas, as aflições e as traições. E me liberto destes inimigos. Um dia onde também me liberto de MIM. Me liberto de quem sou e do que me tornei. Me liberto do homem miserável e auto-complacente que vou me tornando ao longo do ano. Daquele ser patético que vai aceitando quieto os golpes, atraiçoamentos e a tristeza profunda. Que vai se preenchendo de uma pena que insiste em sentir de si mesmo. E que não entende como não sentem, também.
Todos precisamos de um momento. Daquele momento onde tudo deve parar e recomeçar. O meu é esse.
Talvez seja a simbologia da data. Me permito esta licença poética.
Então, se eu fosse desejar algo a você nesta data, é que você renasça. Ressurja. Ressuscite. Que você se liberte. Dos outros. De você. Que você se torne uma outra pessoa. Aquela pessoa que você esperou a vida toda. E que é você mesma. Isso é tudo que quero para você, no dia de hoje. E Sonho de Valsa. Adoro Sonho de Valsa.
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| Davison Silveira |
Davison Silveira é escritor e sonhador. Não ganhou dinheiro com nenhuma das duas, mas continua achando que as respostas da vida estão em alguma canção do Belchior, num disco de Dylan, num livro de Kundera, numa revista do Asterix e nos beijos de Denise. Para ele o sentido da vida é Centro-Bairro. E segue sua vida esperando o retorno daquele que veio dos Céus para nós salvar: Goku. Ou que finalmente resolvam fazer a versão 600 ml do refrigerante Teem
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| Sempre algo interessante para contar! |
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