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A METAMORFOSE DA ALMA

Já não sou quem fui um dia. O que eu era dissolveu-se no tempo, como uma sombra que se apaga ao nascer do sol. Cada momento vivido esculpiu-me em uma nova forma, moldando minha essência com golpes de aprendizado e tempestades de transformação. O passado não pode me definir, pois sou obra em eterna construção. 

Houve um tempo em que carregava certezas inabaláveis, verdades que pareciam escritas em pedra. Mas a vida, com sua ironia sutil, tratou de desgastá-las, como o mar que corrói a rocha ao longo dos anos. O que restou foram fragmentos, pedaços de um eu que já não se encaixam na nova pele que visto. 

O que eu era já não existe mais. O espelho reflete um rosto conhecido, mas os olhos… ah, os olhos já não brilham da mesma forma. Há algo diferente neles, uma profundidade que só quem já se perdeu e se reencontrou pode compreender. 

Cada cicatriz que carrego não é apenas uma marca do que passou, mas um lembrete da força que me reconstruiu. Sofrimentos que pareciam insuportáveis tornaram-se degraus para algo maior. Ergui-me das ruínas, não como quem busca revanche, mas como quem aceita a lição e segue em frente com um olhar renovado. 

Já não sou prisioneiro das lembranças que um dia me assombraram. O passado tentou me aprisionar em seus corredores escuros, mas escolhi a luz. Rompi as correntes que me prendiam a uma versão enfraquecida de mim mesmo.

O tempo me ensinou que nada é eterno, nem a dor, nem a alegria. Tudo passa, tudo se transforma. E eu, que um dia temi a mudança, agora a abraço como parte da jornada.

Houve um tempo em que eu buscava respostas fora de mim. Queria que o mundo me dissesse quem eu era, que me desse um propósito claro e inquestionável. Mas a verdade é que o verdadeiro sentido nasce dentro de nós, moldado pela experiência, pelo autoconhecimento e pela coragem de seguir adiante. 

Não lamento as versões antigas que deixei para trás. Elas foram necessárias para que eu chegasse até aqui. Foram elas que me ensinaram a lutar, a cair e a levantar. O que antes parecia um fim, hoje vejo como um novo começo. 

O medo já não me paralisa como antes. Aprendi que ele é apenas um mensageiro, um sussurro que me lembra do que está em jogo. Mas não permito que ele dite meus passos. Caminho firme, com a certeza de que sou o autor da minha própria história. 

O que eu era já não existe mais, e isso não me assusta. Pelo contrário, me fortalece. Sei que amanhã serei diferente de hoje, e essa é a beleza da existência. Não há estagnação para quem aceita a metamorfose como parte do destino. 

Os ciclos continuam, as folhas caem, as estações mudam. E eu, como parte desse grande espetáculo da vida, sigo em constante renovação. O que importa não é o que deixei de ser, mas a grandiosidade do que estou me tornando. 

O passado é uma página virada. O presente, uma tela em branco. O futuro, uma promessa de infinitas possibilidades. E eu, renascido das minhas próprias cinzas, sigo adiante, mais forte do que nunca.


Texto: Leonardo Pacheco

Arte: Miriam Coelho

"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
- Ricardo Mendes

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