UM POUCO DE HISTÓRIA

 

“Mãe é uma só”, graças a Deus

Paulo Betti, quando apresentou seu monólogo “Biografia Autorizada”, emocionou a todos com as falas sobre a sua mãe, os sofrimentos, alegrias e os ensinamentos que uma mulher analfabeta, com seus imensos atos de amor, lhe transmitiu.

Erasmo Carlos já cantou sobre a mãe controladora: “ei mãe, não sou mais menino, não é justo que também queira parir meu destino”.

Tantas palavras já foram ditas e escritas sobre a mãe. Freud já dizia que “se o homem foi o indiscutível predileto de sua mãe, ele conserva durante toda a sua vida o sentimento triunfante, a confiança no êxito, que não raro traz consigo o verdadeiro êxito”. Entretanto, o outro lado da moeda também é verdadeiro: muitos dos nossos traumas são originados na infância graças a nossa relação com a mãe.

Ao lembrar da minha mãe, nascida na área rural de Glorinha... (na verdade, em 1942, Glorinha era parte de Gravataí, por isso dizer “área rural de Glorinha”, naquela época, era o mesmo que chover no molhado, uma redundância, mas enfim, sigamos...) e criada numa família com vários irmãos e irmãs, vivendo uma infância sofrida, me comovi ao ouvir de uma amiga de infância da minha mãe, lá das Contendas (quem conhece Glorinha sabe), ao me apresentar, dizendo-lhe o meu nome, uma história que me emocionou: quando eram crianças, ela e a minha mãe, acho que tinham talvez uns dez anos, viram um garoto passar na estrada e a minha mãe perguntou para esta sua amiga quem era o mancebo, ela disse-lhe que era o Nestor, sobrinho do Deoclécio. Minha mãe achou o rapaz bonito e teria dito a sua amiga: “o dia que eu tiver um filho vou chamá-lo de Nestor”.

Sempre achei o meu nome, por ser incomum, feio. Depois de ouvir esta história, considero o meu nome um lindo presente de minha mãe, fruto de uma boa lembrança. E, de mais a mais, vamos combinar: não é o nome que faz a pessoa, mas são os nossos atos que fazem o nosso nome ser bem ou mal lembrado.

Imagino minha mãe, uma guria de dezoito anos, assustada diante do mundo com um ser crescendo nas suas entranhas, aquela imensa bola de basquete que parecia prestes e explodir, parindo na cama dos meus avós, lá em Esteio, no longínquo 1960. Contam os meus tios que fui o último Ourique a nascer naquela cama. Todos os outros onze filhos da minha vó e mais alguns outros netos haviam nascido ali. Felizmente, penso eu, com os lençóis trocados por outros limpos, mas o colchão, aquele enorme de molas que rangiam, acho que era o mesmo.

Lembrar da mãe é lembrar de bons e maus momentos. Meu primeiro filme, levado pela sua mão ao cinema, junto com meu irmão mais novo, foi “Coração de Luto” do Teixeirinha. Chorei, chorei tanto nos meus seis anos de vida ao assistir a morte daquela mãe exibida na imensa tela do cinema Colombo, na Cristóvão Colombo, no bairro Floresta, em Porto Alegre, na clássica cena que ficou na memória de tantos como “churrasquinho de mãe”. Foi um trauma que, felizmente, não me tirou o interesse pelo cinema.

Mesmo que em alguns momentos tentou “parir o meu destino”, não posso deixar de pensar que a minha mãe foi a primeira mulher que me amou. (Sim, mãe também é mulher). Foi aquela pessoa que tornou possível a minha existência, o meu acesso às vacinas, às primeiras letras no Colégio Marechal Floriano Peixoto e depois no Grupo Escolar Argentina, que existia nos altos da Avenida Independência. Enfim, hoje estou aqui graças a esta pessoa maravilhosa na minha vida. Um beijo mãe.

PS.: e sobre o título: é só uma forma meio engraçada de chamar a sua tenção, na verdade, na minha vida encontrei mulheres que, pelo seu amor, poderia chamar de “mães”.



NESTOR OURIQUE MEDEIROS


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