
Não é sobre ser contra ou a favor...
Não é sobre condenar ou absolver...
Não é sobre ser de esquerda ou de direita...
É sobre olhar a morte como algo sagrado.
É sobre olhar o corpo humano atirado no asfalto e enxergar além do bandido.
É sobre se questionar...
Precisava matar?
Como chegamos até esse ponto?
Porque ainda existem pessoas que escolhem esse caminho de vida?
É realmente uma escolha ou simplesmente o único caminho?
No meio dos corpos haviam famílias...
No meio dos corpos haviam sonhos...
No meio dos corpos haviam esperança...
Entre aqueles corpos será que havia outra perspectiva de vida além da morte iminente?
Até quando corpos mortos serão normalizados?
Bandido bom, é bandido morto?
Pra quem?
A custo de quem?
Mandado por quem?
Bandido bom, é bandido morto?
Desde que seja favelado...negro... pobre...
Bandido rico?
Vai pra prisão.
Pede advogado!
Sai ileso, e de cabeça erguida.
Já o pobre?
Olhe pro chão...
O seu corpo estará ali, ensanguentado.
Enquanto os políticos corruptos estão de tornozeleira assistiam a carnificina na TV brindando com o sangue derramado.
Mas pensar assim... é coisa de esquerda.
Um brinde ao sangue derramado, dos pobres favelados.
Deixem os bandidos ricos soltos, que o sangue acalenta o cidadão de bem que a eles seguem.
Enquanto as lágrimas das famílias limpam o asfalto ensanguentado da favela.
"É corpo preto,
de favelado.
Que quando morto,
o governo comemora.
Tá ligado?"
"A operação foi um... SUCESSO!"
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| Lisi Olsen Lisi Olsen é uma pedagoga, profissional de letras, contadora de histórias, escritora, pesquisadora, ilustradora, bailarina, nerd e apaixonada por leituras, que usa da palavra e do desenho para expressar os seus devaneios. |



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