REALINHAR O OLHAR COM A TELA DO COTIDIANO

       Na agitada vida contemporânea cada vez mais o olhar se perde dentro das telas digitais. As pessoas vivem a distância, e o aqui agora, presente ao alcance do seu corpo, deixa de existir. Ao observar a movimentação na estação do Trensurb, percebe-se que essa briga com o relógio e com o tempo, que nos direciona à pressa, apaga o nosso olhar para o cotidiano e nos induz à ansiedade da espera do próximo trem ou às últimas notícias do celular. Corpos que se movimentam, às vezes se tocam, sem se olhar, sem olhar ao redor.

       Mas se numa dessas distrações enganamos o falso tempo e observamos a tela cotidiana no entorno, viva, pulsante, podemos encontrar tesouros. Um deles é a Biblioteca sobre Trilhos, na estação Mercado do Trensurb. Ali é possível viver diferentes histórias durante as viagens de trem que fazemos. Outro tesouro é o espaço em frente a essa mesma biblioteca, que permite a artistas mostrarem a sua arte, instigando aqueles que se dispõem a olhar uma outra perspectiva de compreensão da vida, mais sensível, ou lúcida, ou louca.

         Permitir-se viver o presente, realinhar-se com a tela cotidiana, fazer diálogos com o agora, o passado e o futuro, pode parecer um desafio quase insano. Mas, nesse exercício de pegar na mão do artista e deixar-se levar por lugares jamais pensados reside a possibilidade de olhar e viver diferente, talvez até melhor que agora. Só a nós mesmos é que cabe a decisão.

         Dessa forma, não deixe de dar uma boa olhada na exposição que está acontecendo na estação Mercado em frente à Biblioteca sobre Trilhos, intitulada Coletive em Letras e Traços, que segue lá até o dia 25 de junho de 2019. Ela mostra trabalhos de todos os artistas do ColetiveArts.








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