A morte da década


   Enquanto estava eu escrevendo esse texto, se foi uma década. Dez
anos, 3,650 dias olhando para a tela e escrevendo poucas palavras. Mas
fique calmo, isso daqui não é uma retrospectiva de uma década que
nasceu e morreu sem ninguém perceber. Mesmo sendo uma das mais
determinantes para a humanidade. Nessa década o mundo se conectou de
fato. Estamos vendo avanços absurdos da tecnologia. Hoje em dia as
pessoas não precisam mais falar com atendentes de restaurante para
fazer um pedido. Em dois toques, conjuram um carro na frente da sua casa
com motorista. Produzem arte fora da grande mídia e milhões olham.
Curtem e criticam. Existem robôs limpadores entre nós, carros elétricos
autômatos, caixas de autoatendimento em fastfoods. Telas e câmeras em
todos os ambientes que entramos. Cardápios digitais, cartões que podem
ser colocados “dentro dos celulares” e esses encostados em
equipamentos de cobrança. Existem filtros que nos deixam jovens de
forma assustadora ou velho de forma preocupante. Existe técnica para
colocar a cara e voz de quem a gente quer em quem a gente quer.
Novamente, de forma assustadora.
   O mais curioso de tudo é que nem um autor ou cientista conseguiu
prever esse futuro. Pelo bem ou pelo mal, o avanço agora sim começar a
escalonar vertiginosamente. Ou seja: agora sim, bem vindo ao admirável
mundo novo!
   Otimista ou não, o trem já partiu e estamos todos nele… bem vindo,
novamente, aos anos 20.

Texto: André Palma Moraes
Arte: Jorginho                      


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