CINEÓIDE

ColetiveArts fevereiro 11, 2021

Mulher-Maravilha 1984

Wonder Woman 1984
2020
Patty Jenkins
151 min

Eu nem lembro direito do primeiro filme da Mulher-Maravilha. Só lembro que não era nada demais e que todo mundo falou relativamente bem. Não é o que acontece com o 1984. Recém visto, eu duvido esquecê-lo tão cedo. Porém, pelos piores motivos possíveis.

O filme não é um desastre. Ele é até um filme ok. O que me irritou foi o fato de cometer os mesmos erros de filmes ruins de super-heróis. Que em uma época seria o normal, pois 90% dos filmes eram ruins. Agora, temos parâmetros para ver que somente homenagens e uma ótima produção não salvam um filme com roteiro ruim, cenas mal dirigidas e ideias estranhas.

A começar que já vimos a desgraça que é filmes com dois ou mais vilões. Claro que existem bons exemplos, não é o caso. Pedro Pascal e Kristen Wiig estão perdidos no filme. Só não mais que o queridinho do Taranta, Chris Pine. Este foi puxado da morte com um desejo da Diana e fica o filme todo resolvendo pequenos problemas de uma amazona super poderosa. Ou seja, independente do conteúdo narrativo, a personagem já impõe isso implicitamente. Um personagem que foi ressuscitado para criar motivação na nossa heroína mas que foi completamente mal utilizado.

Quanto aos vilões, duas coisas resumem: a má atuação do Pedro Pascal é assustador. Não que ele seja um mau ator. O próprio Tommy Lee Jones já foi agredido pela DC ao fazer o Duas Caras. E a Kristen Wiig coitada, é o contraponto de força na história mas tem uma história bem rasa. Fora que a luta final é em sobre um bunker de concreto no escuro. Ou seja, em um cenário que não faz jus a grandiosidade dos personagens.

Não sei se os mil atrasos que esse filme sofreu, não abriu espaço para a Warner colocar a mão. A questão é que planos massivos "televisivos" para controle de massas à la Pink & Cérebro não funcionam mais. O público cresceu. Na verdade, nem o Jim Carrey conseguiu passar essa com o Tommy Lee em Batman Eternamente. Por que iria passar agora?

Nota: 5 ...o que salva é a produção e algumas cenas de ação. Pois o resto complicado. Tipo uma armadura dos deuses jogada no canto da sala.

André Moraes é Cineasta, Escritor e criador do Wasd Space, também é responsável pela coluna O Simióide, toda a segunda aqui no ColetiveArts .A Wasd Space está com uma linha de camisetas com ilustrações autorais muito show, entrem em contato com ele.