CINEÓIDE

 

Viva-A vida é uma festa

Coco
2017
Lee Unkrich e Adrian Molina
95 min



Desde o lançamento de Viva, eu penso se este não é o melhor trabalho já realizado pela Pixar desde a criação do estúdio. Ontem, revendo o filme, posso afirmar com tranquilidade que sim. Trata-se de um filme primoroso tecnicamente e que ainda nos traz um texto absurdamente bom sobre família, a morte, a vida após a morte e alienação parental.

Miguel é um menino mexicano, como todo mundo, é um grande fã de Hernesto De La Cruz. Sonha ser músico como seu grande ídolo, mas sua família não concorda. Até aí um clichê. O ponto em que tudo se torna literalmente mágico é quando Miguel resolve roubar o violão do túmulo do famoso cantor, em pleno Dia de Los Muertos. O que o leva diretamente ao mundo dos mortos.



O resto do filme é uma correria para que Miguel possa voltar ao mundo dos vivos antes do amanhecer. Em meio a um grande aglomerado de casas com pintura fluorescente, o que podemos contemplar ao cruzar a ponte de pétalas que liga vida e morte. Esses signos cheios de significado aparecem toda hora como elementos simples, mas para espectador mais atento é simplesmente genial.

Mesmo os alebrijes. Figuras tradicionais na cultura mexicana, aqui ganham vida na pele dos animais de estimação dos personagens e acabam por salvar o dia. Fazendo jus ao seu papel de guias espirituais. O modo como os já espíritos se vão, é outro elemento muito importante. As pessoas mortas precisam ser lembradas. Creio ser uma crença mexicana de fato. Então, as famílias têm que contar a história dos antepassados para as novas gerações. Essa tradição guia o clímax dessa história, quando escutamos pela segunda vez a versão original de Lembre de Mim, a canção vencedora do Oscar 2018.



Por sinal, além de uma história de reconexão arrebatadora temos uma lista de canções
originais indispensáveis. Cada uma no lugar certo e na hora certa.

NOTA: 10 ...um absoluto 10 pela tremenda competência em impactar todos os tipos de públicos, de todas as idades e crenças. Não existe ninguém que não saia tocado de uma sessão desse filme. Afinal, ele fala de cada um de nós no momento mais triste de nossa vida. De uma forma otimista. :)



André  Moraes é Cineasta, Escritor e criador do Wasd Space, também é responsável pela coluna O Simióide, toda a segunda aqui no ColetiveArts .A Wasd Space está com uma linha de camisetas com ilustrações autorais muito show, entrem em contato com ele.
















Sempre algo interessante
para contar!

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