CINEÓIDE

 

TODO MUNDO ODEIA O CHRIS

Everybody hates Chris
2005 - 2009
Ali LeRoi e Chris Rock
4 temporadas, eps de 20 minutos



Depois de 10 anos resolvi ver inteira essa série que aquece os corações brasileiros. Claro, todo mundo já havia visto algum episódio na tv aberta brasileira e por isso mesmo sabia que essa série tinha um algo mais.

A começar pela estética. Um sitcom gravado com uma câmera, tipo cinema. Com movimentos de câmera, direção de arte primorosa, tudo bem diferente de um sitcom padrão. Apesar dessa diferença, claro que não faltam os jargões clássicos nem situações que fogem a realidade. Chris Rock escreveu a série baseada em sua infância e pré-adolescência. Ele é o narrador e a história é contada pelo ponto de vista do Chris. Então, o alívio cômico nas situações mais absurdas tem aquela pitada lúdica da mente infantil.

Inclusive isso é o que nos leva às melhores piadas e aos maiores alívios. Existem cenas
realmente tristes que passam por cenas de comédia e só nos damos conta depois. Tudo de
ruim que poderia acontecer a um menino negro de bairro pobre em uma Nova York oitentista
acontece aqui. Ele é espancado no colégio diariamente, sofre racismo de sua professora
diariamente, é roubado diariamente, é preso sem chance de defesa, é chamado de drogado, de ladrão, etc. Chris Rock colocou no pequeno Chris muito de sua tristeza sim, mas como é dito na série, ele virou comediante para se defender de tudo isso.


Com tudo isso, Todo mundo odeia o Chris (o nome é uma paródia para Todo mundo ama o
Raymond, uma série de 96 sobre um rapaz branco) se mostra sim um nome pesado. Mas nada fora da realidade, da vida de Chris Rock que ele mesmo quis extrapolar. Criando assim a maior obra da sua carreira e para mim, um dos melhores seriados que vi na vida. Sim, um sitcom que é melhor que muito seriado com orçamento milionário de hoje em dia.


Nota: 10 …um sitcom com estética marcante. Com narrativa marcante. Com episódios
inesquecíveis. Ainda assim, o ponto alto é uma nostalgia inerente à história de qualquer família. Suas injustiças, suas dificuldades e o amor incondicional de seus membros.


André  Moraes é Cineasta, Escritor e criador do Wasd Space, também é responsável pela coluna O Simióide, toda a segunda aqui no ColetiveArts .A Wasd Space está com uma linha de camisetas com ilustrações autorais muito show, entrem em contato com ele.
















Sempre algo interessante
para contar!

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2 Comentários

  1. Essa série é incrível, debate temas sérios e pesados, em uma forma leve que trás a reflexão subconsciente.

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  2. Confesso que não vi quase nada do seriado talvez por andar meio enjoado de sitcons, mas tinha curiosidade. É claro que Julius (Terry Crews), o pai do Chris, com aquele porte de fortão marrento, indignado e ameaçador poderia ser um personagem xaropento e nojento... mas não! Ele é muito engraçado!!

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