TECITURA

 


A história da Língua Portuguesa

A origem da língua portuguesa remonta ao século IX, no território hoje conhecido como Península Ibérica. 

Antes do período da romanização e a latinização dos povos conquistados, passaram pela região a que hoje pertence Espanha e Portugal, povos como os Celtas e os Íberos, estes com importante papel nesta região tal que tiveram seu nome utilizado para designá-la. Avançando no tempo, vários outros povos passaram pela região, entre eles os fenícios, os gregos e os cartagineses, porém com predomínio celta na região que hoje equivale a Portugal; no século VIII há a chegada dos árabes, mais precisamente em 711, estendendo-se até o século IX, período em que Afonso VI, rei de Leão e Castela, delega a Dom Henrique de Borgonha a tarefa de expulsar os árabes da Península e, com o sucesso da tarefa, concede a mão de sua filha, D. Teresa, em matrimônio e o Condado Portucalense, nascendo desta união, Afonso Henriques.

Esta parte da história ganha grande importância na construção da língua portuguesa pois, em 1140, Afonso Henriques funda Portugal e torna-se seu primeiro rei; a língua então era uma mescla chamada galego-português, porém com a consolidação de Portugal e a anexação do território galego ao reino de Castela, as diferenças foram se acentuando e as línguas ganharam forma própria, nascendo o português.

O denominado Período Arcaico ocorre entre os séculos XII ao XVI, com a publicação da cantiga de Paio Soares de Taveirós, Cantiga da Ribeirinha, e segue com poesias trovadorescas reunidas em cancioneiros, e na prosa, com produções de cronistas como Fernão Lopes, o iniciador da histografia de Portugal. As duas primeiras gramáticas da língua portuguesa surgiram no século XVI, bem como uma de suas maiores obras, Os Lusíadas, de Camões, iniciando o chamado Período Moderno.

Percorrendo a história da região, várias outras palavras e termos foram anexados ao idioma, originados dos vários povos que por ali passaram, enriquecendo o vocabulário e evoluindo a linguagem oral e escrita.

Com o passar do tempo, Portugal participou junto a países como Inglaterra, França, Espanha, do período conhecido pelas grandes navegações e colonização de terras e povos além mar, expandindo sua cultura e língua para outros continentes, como Ásia (Macau), a África Lusófona e as Américas, em especial o Brasil. Fruto deste período de conquistas e colonização, a língua portuguesa sofreu influência destes povos, incorporando suas culturas e palavras. No Brasil, houve anexação de termos e palavras africanas e indígenas, somado aos processos naturais de transformação da língua através de processo de contração de palavras e outros processos conhecidos como substrato, superstrato e adstrato.

Segundo estatísticas da Unesco do ano 2000, o português ocupa a sexta posição em número de falantes do mundo (atrás do mandarim, hindi, inglês, castelhano e bengali), sendo que algumas fontes apresentam o português como sétimo ou oitavo lugar, atrás ainda do russo e do árabe. Tal fato se deve pelas dificuldades em determinar o número exato de falantes de uma língua, sendo estes sempre aproximados.

O português é língua oficial de oito países: Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, sendo falada ainda como primeira ou segunda língua em outros países, como Damão, Goa, Macau, Luxemburgo, Andorra. 

Substrato – processo em que o povo conquistado adota a língua do conquistador; 
Superstrato – ocorre quando o povo conquistador assimila a língua do povo conquistado; 
Adstrato – ocorre quando duas línguas convivem lado a lado, uma influenciando a outra, mas sem superposição dessas línguas, pois uma não chega a tomar o lugar da outra.


Filologia

Língua Portuguesa, originária do encontro de diversas culturas,

Onde os Ibéricos contribuíram com os sufixos –arra, -erro, -urro, -orro,

Que aparecem em palavras como bocarra e cigarro, e nomes comuns, como lousa, arroio, bezerro, cama, esquerdo, sapo;

Os Celtas contribuíram com bico, brio, cabana, peça, vassalo;

Aos Fenícos e Cartagineses, que falavam a mesma língua, coube legar as palavras mapa, saco, mata e nata;

Os Gregos já haviam sido incorporados pelos romanos e introduzidos no latim pelo cristianismo, sempre apresentando novas palavras a partir de seus radicais, mas também houveram bolsa, corda, calma, chato, caixa, homeopatia, fonema, filosofia, teatro, academia, microscopia;

São germânicos os vocábulos canivete, norte, sul, leste, oeste, banco;

Os Árabes contribuíram com alecrim, alface, alcateia, assassino;

O Provençal emprestou as palavras alegre, anel, jogral, trovador, vassalo, refrão, balada;

O Francês presenteou o português com abajur, bijuteria, chofer, menu, restaurante, tricô;

Coube ao Espanhol o empréstimo de bolero, neblina, pandeiro, cavalheiro, façanha, pastilha, rebelde, trecho;

O Italiano, piano, camarim, aquarela, serenata, soneto, soprano, tenor;

O Inglês emprestou o computador, revólver, iate, jóquei, uísque, sanduíche;

Sânscrito trouxe o açúcar, gengibre, casimira, cânfora;

O Hindustani, pijama, jambo;

O Chinês, leque e chá;

Japonês, biombo, quimono, samurai;

O Persa, azar, bazar, berinjela, caravana, laranja, paraíso, turbante;

O Malaio, bule, bambu, manga, pires, junco;

O Malaiala (sudoeste da índia), canja, charuto, corja, jangada, jaca;

O Tagalo, ioiô;

O Hebreu, aleluia, sábado;

O Egípcio, crocodilo;

O Alemão, gás, cobalto, manganês, valsa, vermute;

O Russo, estepe, czar, czarina, vodca;

O Húngaro, coche;

O Turco, algoz, caíque, sandália;

O Polonês, polca;

O Sueco, edredom;

O Finlandês, sauna;

O Catalão, estopim;

O Holandês, escuna;

O Iraniano, tigre;

O Caribe, piroga, colibri;

O Taíno (Haiti), cacique, batata, tubarão, tabaco, canoa;

O Nauatle (México), cacau, chocolate, tomate, abacate, coiote;

O Mapuche (Chile), gaúcho, poncho;

O Quíchua (Peru), cancha, condor, chácara, charque, mate, guasca, pampa, puma, quina;

E este encontro de línguas proporcionou forte convergência no Brasil, Do Tupi vieram: Araci, Jaguaribe, Jaci, Juraci, Moema, Paranaguá, Guanabara, Guaratinguetá, Ipamena, Itatiaia, Itu, Niterói, Tietê, Paraíba, Paquetá, araponga, arara, caninana, capivara, curió, cutia, gambá, jiboia, jacaré, piranha, quati, sabiá, saúva, sucuri, tamanduá, abacaxi, araribá, buriti, carnaúba, cipó, guabiroba, jabuticaba, jacarandá, mandioca, ipê, peroba, pitanga, taquara, jequitibá, arapuca, jacá, jiqui, pororoca, catapora, saci, caipora, curupira, Mococa, pirão E os verbos capinar, empipocar, encoivarar;

Do Africano da Guiné, Sudão Ocidental e banto da África Austral encontraram o português: Bangu, Caxambu, Cubango, Quilombo, Muzambinho, Guandu, Murundu, Cacimba, Exu, Iemanjá, Ogum, Olorum, macumba, mandinga, muamba, candomblé, bangulê, batuque, maracatu, samba, berimbau, urucungo, marimba, acarajé, angu, vatapá, cachaça, jeritiba, abará, acará, efó, cuscuz, quindim, caxinguelê, camundongo, gongolô, marimbondo, mutamba, mulungu, dendê, inhame, chuchu, jiló, maxixe, quiabo, calombo, caxumba, calundu, cachimbo, tanga, mocambo, senzala, zambi, moleque, macamba, mucama, búzio, cafuné, dengue, fubá, caçula, macambúzio, batucar, cochilar, xingar.




Sandro Ferreira GomesProfessor de Língua Portuguesa, Conselheiro Municipal de Políticas Culturais em Gravataí/RS, Servidor Público, Porto Alegrense, admirador das belas artes, do texto bem escrito e das variedades de pensamento.







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3 Comentários

  1. Ótima pesquisa, não sabia da origem das palavras.

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  2. Obrigado!!! Que bom terem gostado, adoro pesquisas, dissertações. Filologia é uma ciência magnífica!

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