ARTE E CULTURA


A MENTE DE DANIEL FILÓSOFO 

Conheci Daniel Filósofo no ano de 2020, quando o ColetiveArts esteve em parceria com uma web rádio, e foi encantamento mútuo, ficamos amigos. Durante um período ancorei o Psycho Killer todas as sextas a partir das 21:30. Daniel foi meu companheiro de programa durante toda a existência do mesmo. Ali no programa, conversando, descobri que ele adorava ler e que tinha vontade de escrever, então o convidei para uma coluna, ele topou e hoje tem duas colunas quinzenais fantásticas, a Daniel Filósofo (domingos) com crônicas e A música segundo o Filósofo (segundas), mostrando todo seu conhecimento de pesquisador  musical. 

Daniel é um grande camarada e para iniciar as suas publicações nesse ano, propus essa entrevista . Aliás outro detalhe, o rapaz é tricolor, torcedor do Fluminense, não tem como não gostar dele!

DANIEL FILÓSOFO



JORGINHO: Como a literatura e a música entraram em sua vida?

DANIEL FILÓSOFO: Através dos meus pais. Minha mãe me iniciou na leitura, comprando o gibi do Menino Maluquinho, do Ziraldo e A turma da Monica, do Mauricio de Souza. Na época de ginásio, lia bastante o diário O Lance e a revista Placar. E a música foi influência indireta do meu pai. Como ele, numa certa época, tinha bastante k-7 e vinil, eu passei a ter o hábito de escutar rádio. Isso foi me moldando e conforme os anos foram passando, fui definindo meu gosto musical, até conhecer a rádio cidade e me apaixonar de vez pelo rock n roll.


JORGINHO: Quais as suas maiores influências na escrita?

DANIEL FILÓSOFO:  Meus santos guias que eu sempre rezo antes de começar a escrever, que sempre me baseio neles. Caras como o Aldir Blanc, Chico Buarque, João Ubaldo Ribeiro, Jorge Amado, Caymmi, Nelson Rodrigues, entre outros caras do mesmo quilate, que são caras que sabem descrever o nosso povo, a sabedoria popular, são conhecedores do brasileiro genuíno.

JORGINHO: Como é escrever duas colunas tão diferentes, uma sobre música e outra com crônicas?

DANIEL FILÓSOFO:  É um enorme desafio escrever duas colunas totalmente diferentes. E é um belo exercício para mente e memória, poder escrever em um curto espaço de tempo e tentar entregar algo de qualidade e nas duas, sempre dar uma pesquisada em fatos ocorridos ou em lugares citados

JORGINHO: Como funciona seu processo criativo?

DANIEL FILÓSOFO: Baseado em leituras, em fatos vividos, observação das ruas, junto tudo e transformo em crônicas. É uma observação do cotidiano. O nosso povo é uma fonte inesgotável de boas histórias e fatos engraçados, tristes e várias situações que vemos no dia a dia e quem alguém já vivenciou.



JORGINHO:  Se você tivesse que escolher os dez maiores álbuns da música nacional e os dez da internacional, quais seriam?

DANIEL FILÓSOFO: 
 
Clash - London Calling
Black Sabbath - Black Sabbath
Iron Maiden -The Number of the beast
Beatles- Abbley Road

Led Zeppelin-2
Ramones - Ramones
Dead Kennedys-
Fresh Fruit For Rotting Vegetables
Rush-2112
Pink Floyd - The wall
Rolling Stones - Stick Fingers



João Nogueira - Vida Boêmia
Cartola - Cartola 2
Clube da esquina - O clube da esquina
Jorge Bem - A tabua da Esmeralda
Baden e Vinicius - Os Afro-Sambas
Chico Buarque - Construção
João Bosco - Galo de briga
Luiz melodia - Pérola Negra
Os três primeiros álbuns do Tim Maia
Elis & Tom




JORGINHO:  Como você vê o momento da música no Brasil e no mundo?

DANIEL FILÓSOFO: Em relação ao que sai na grande mídia, é de dar tristeza e ser um eterno saudosista. No submundo, escondido por aí, tem muita gente talentosa pedindo passagem. Na MPB, no rock roll e por aí vai. Ficamos relegados à música de péssimo gosto, se podemos chamar de música.


JORGINHO:  Como você está enxergando esse momento político social pelo qual estamos passando?

DANIEL FILÓSOFO: O Brasil sempre esteve assim desde que me entendo por gente. Nada mudou para o povo. Entra e sai político, o país continua essa miséria e bagunça por anos a fio e você não vê melhora. E de uns anos pra cá, os ratos perderam a compostura e não tem mais medo de nada, de demonstrar seus preconceitos e suas maldades.

JORGINHO: Quais os planos do Daniel para 2022?

DANIEL FILÓSOFO:  Ter mais tempo livre para continuar lendo mais, pesquisando, continuar escrevendo as minhas crônicas e a coluna musical no ColetiveArts, escrevendo as resenhas de discos para o On The Rock no Instagram e colaborando com web rádio Rota 220, no qual tenho dois programas e mexo na programação musical da rádio. E que eu possa ganhar grana e viver do que eu goste de fazer.



JORGINHO:  Indique uma lista com dez livros essenciais para nosso público leitor.

DANIEL FILÓSOFO: 

As veias abertas da América latina - Eduardo Galeano
O povo brasileiro - Darcy Ribeiro
Viva o povo brasileiro - João Ubaldo Ribeiro
O alienista - Machado de Assis
Macunaíma - Mário de Andrade
A alma encantadora das Ruas - João do Rio
Os sertões - Euclides da Cunha
Feliz ano velho - Marcelo Rubens Paiva
Triste fim de Policarpo Quaresma - Lima Barreto
Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Hollanda



JORGINHO: Deixe uma mensagem para o leitor do Arte e Cultura

DANIEL FILÓSOFO:  Espero que vocês não se deixem se enganar por falsos profetas que fazem promessas a torto e direito e mostram sua verdadeira face. Que continuem lendo bastante, escutando boa música, a verdadeira música brasileira, prestigiando novos e velhos artistas em qualquer área cultural.



CONTATOS:

Para ler as colunas do Daniel Filósofo clique aqui AQUI e escolha.



"O nosso povo é uma fonte inesgotável de boas histórias e fatos engraçados, tristes e várias situações em que vemos no dia a dia e quem alguém já vivenciou."
- Daniel Filósofo


Jorginho

Jorginho é pedagogo, filósofo, ilustrador com trabalhos publicados no Brasil e exterior, é agitador cultural, um dos membros fundadores do ColetiveArts, editor do site Coletive em Movimento, produtor do podcast Coletive Som - A voz da arte, já foi curador de exposições físicas e virtuais, organizou eventos geeks/nerds, é apaixonado por quadrinhos, literatura, rock n' rool e cinema.

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