Cristo morto, o jogador e a tentativa
Ele vive! É o que estão postando nas redes sociais agora. Ainda prefiro o Cristo morto. Muito mais educativo, uma vez que os fiéis que o seguissem entenderiam do que se trata a vida e a importância da morte. Os ciclos seriam muito mais bem pensados se não tivéssemos esse conceito de segunda chance. Ainda que seja comum olhar para o outro lado quando queremos fazer merda. Sempre fizemos e sempre iremos fazer.
A questão é aceitar ou não o que somos. Pois em algum momento teremos que desistir de lutar para sermos algo, e deveremos apenas ser.
Falando em segunda chance, D'Alessandro está se aposentando. Acabo de ver um pedaço de seu vídeo de despedida. Eu, como gremista, nem gosto muito da sua pessoa e não acho que tenha jogado tanto assim. Mas existe uma aura em volta desse cara. Uma aura única que poucos têm. Uma aura de jogador. Não só de futebol. Uma aura de quem gosta de jogar o que quer que seja. Alguém que gosta de dar o seu melhor sempre, e isso sim me conquistou. Fora que despedidas prematuras nunca me agradam. Mas no futebol é assim. Com 40 anos tu já é considerado velho para o esporte. Vai ser treinador, dirigente, coordenador. Tudo em volta do futebol. Nunca mais chutará uma bola que define vidas. Eis a ligação de tudo isso que eu estou falando: não existe segunda chance.
Como viralizou o cara que fazia as propagandas da C&A ao falar em um podcast: "não existe o tentar. ou se faz ou não se faz". Ou se consegue ou não se consegue. O conceito médio disso é uma amenização de quem não conseguiu. O problema é que é normal não conseguir. Muito mais que conseguir.
Aqui o Simióide, abalado como sempre. Acabo de perder o almoço de Páscoa com a minha família. Só dormi demais depois de uma noite muito longa. Enfim, renascido. O sono é a morte de cada dia, não?
Feliz Páscoa e bora se entupir de chocolate.
André Moraes |
3 Comentários
Também questiono sobre segunda chance. A vida é uma grande injustiça... Abraço.
ResponderExcluirDepende do ponto de vista. Do ponto de vista prático é sim uma grande injustiça. Obrigado pelo comentário.
ExcluirMuito boa essa reflexão
ResponderExcluir