A MÚSICA SEGUNDO O FILÓSOFO

 

Clube da Esquina

Minas Gerais nos deu leite, cachaça e nos deu o Clube da Esquina. Não nessa ordem, e já esquecendo muita gente boa pelo meio do caminho. No campo musical, Minas nos apresentou diversos artistas de imenso talento. No Rock and roll, inúmeras bandas de Heavy metal surgiram do ruídos de Minas.

Mas, especificamente, falaremos sobre o Clube da esquina. Um clube composto por Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Tavito, Toninho Horta, Wagner Tiso, entre outros grandes músicos, que formataram e fizeram um dos discos mais importantes da música brasileira.

O ano era 1971, Milton Nascimento, Lô Borges e Beto Guedes resolvem morar no Rio de Janeiro, em Niterói exatamente. De passagem pela  casa, iam Fernando Brant e Ronaldo Bastos, único carioca do grupo. Nesses encontros, foram compostos o repertório do álbum, com participações de Eumir Deodato, Robertinho Silva.

E o porquê do nome Clube da Esquina? Na esquina das ruas Divinópolis e Paraisópolis, no tradicional bairro de Santa Tereza, o nome surgiu por um acaso, após um amigo, com a situação financeira melhor, convidar os músicos para se divertirem em um clube frequentado pela classe alta da cidade. Um deles respondeu: “Nosso clube é aqui, na esquina”

Em 1972, Milton nascimento já tinha lançado alguns álbuns e era aclamado no Brasil. Milton propôs à EMI-Odeon a produção de um álbum, reunindo os músicos de vanguarda de Minas gerais. Lançado em formato duplo, era uma novidade na época. Só o disco Gal Fatal tinha sido feito assim.

Clube da Esquina pode ser considerado um álbum inovador, que soube misturar a cultura regional com a música brasileira tradicional. Compreenderam como dosar a influência do Rock, Jazz, Bossa Nova em um diálogo com a música latina. O disco é uma miscelânea musical, sendo bem criativo em seus arranjos.

A curiosa capa do álbum, revela a imagem dos meninos Antônio Rosa Carlos de Oliveira, o Cacau, e José Antônio Rimes, O Tonho. Eles foram clicados pelo fotografo Cafi, enquanto passeava por uma estrada de terra em Nova Friburgo.



Daniel Filósofo 

Daniel Filósofo é cronista, jornalista, profundo conhecedor de rock'n'roll, torcedor do Fluminense e radialista Também escreve suas crônicas dominicais na coluna do Daniel Filósofo.

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