NAVALHAS AO VENTO

 

ESCOLAS MILITARES – ESCOLA DE ADESTRAMENTO

Vitória para a educação, de acordo com publicação no site poder360, no dia 10 de junho de 2022 o Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu a implementação do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (PECIM) em escola estadual em São José do Rio Preto, estado de São Paulo. O Juiz José Eduardo Cordeiro Rocha acolheu a ação civil pública protocolada pelo Sindicato dos professores Oficial do estado de São Paulo (APEOESP). Nas palavras do magistrado há “risco de desvirtuamento das diretrizes básicas da educação, como previstas em nossa Constituição Federal”.

De acordo com o sindicato o programa foi adotado por intermédio de lei meramente autorizativa, com vício de iniciativa e sem respaldo constitucional. O G1 cita que a instalação se deu de forma irregular por deliberação do conselho da escola, sem parecer ou resolução do Conselho Nacional de Educação nem do Conselho Estadual de Educação. Bolsonaro instituiu o Pecim por decreto onde reza que as escolas civico-militares seriam formatadas pelo Ministério da Educação (MEC) juntamente com o Ministério da Defesa, implantadas em parceria com estados e municípios usurpando a competência do legislativo federal que legisla sobre princípios e diretrizes educacionais.

O intuito do fascista expulso do exército era criar escolas de caráter nitidamente ideológico e partidário gerando uma legião de “soldadinhos de chumbo”. A desculpa da disciplina militar seria usada para adestrar seres incapazes de pensar. Lembra-me a época da ditadura, quando os murais das escolas eram enfeitados com cartazes escrito “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Tivemos essa vitória na educação graças ao magistrado que a sustou. E se estivesse nas mãos de alguém sem pudor, o que seria de nossas crianças?

A educação já está destruída, os professores desrespeitados e desvalorizados, cada vez menos nossas crianças e adolescentes são preparados para a vida. Só falta tirarem o uniforme e lancheiras e colocarem uma arma nas mãos de cada aluno fardado, gritando “Heil, Bolsonaro”. Nossas crianças precisam de escolas que os ensinem a pensar e a questionar. Um local onde as crianças e adolescentes sintam-se acolhidos e respeitados em cada diferença, conhecendo e aprendendo a respeitar todas as religiões, todas as formas de família, ideologias de gênero e cores de pele. Uma escola que promova a paz e não a ganância do poder pelo poder.

De uma coisa eu tenho certeza, Jair Bolsonaro não seria o inútil que é se as escolas militares fossem tão boas. Pelo menos saberia falar e não fugiria de debates.

Isab-El Cristina Soares

Isab-El Cristina Soares é poeta, membro do Clube Literário de Gravataí, autora de 6 livros.  Graduada em Letras/ Literaturas, pós-graduada em Libras.

Escute o episódio do podcast Coletive Som gravado com Isab-El , clicando Aqui.


04 ANOS DE COLETIVEARTS,
CONTANDO HISTÓRIAS, CRIANDO MUNDOS
Não espalhe fake news,
espalhe cultura!

Postar um comentário

8 Comentários

  1. Muito bom o texto! Concordo plenamente. Eu não conheço uma escola militar de perto, mas sei que elas preparam os alunos para o vestibular (tudo tem um ponto positivo), por isso muitas pessoas sonham que seus filhos estudem em uma. Porém o preço disso é alto, como tu mesmo disseste: a transformação em soldadinhos de chumbo. Invés de militarizar as escolas, por que não melhorar a educação? Por que não destinar verbas reais e completas - sem desvios - para a atualização da estrutura física? Por que não valorizar os professores começando a aumentar seus salários e oferecendo os direitos que foram tirados? Se o objetivo é melhorar a educação, não precisa militarizar ninguém.

    ResponderExcluir
  2. Texto maravilhoso! Tem como colocar para compartilhar no Face?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Tânia. Acredito que Control c Control v dê certo. Não sei. Não domino tecnologia kkk. Pelo contrário, sou bem limitada.
      Obrigada pelo retorno.

      Excluir