NAVALHAS AO VENTO



SETEMBRO AMARELO - NÃO AO SUICÍDIO

A depressão é a principal causa do suicídio, seguido por problemas amorosos ou familiares, uso de drogas ou álcool , bullying , traumas emocionais e diagnóstico de doenças. Muitas pessoas julgam a depressão como bobagem ou "frescura" mas não tem como avaliar a dor de outra pessoa. Cada indivíduo é único e tem sentimentos únicos. O que para uma pessoa pode ser banal, para outra pode ser uma grave situação sem solução aparente.

Em setembro de 1994, nos Estados Unidos, o jovem de 17 anos Mike Emme cometeu suicídio. Ele tinha um Mustang 68 amarelo e, no dia do seu velório, seus pais e amigos decidiram distribuir cartões amarrados em fitas amarelas com frases de apoio para pessoas que pudessem estar enfrentando problemas emocionais. Inspirado no caso Emme, o “Setembro Amarelo” foi adotado em 2015 no Brasil pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Por isso Setembro Amarelo é o mês dedicado à prevenção do suicídio e visa sensibilizar as pessoas e evitar suicídios. No dia 10 é comemorado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Dados divulgados em julho (2022) pelo DataSUS apontam que o número de casos de suicídio no Brasil subiu de 7 mil para 14 mil nos últimos 20 anos, resultando em mais de um suicídio cometido a cada hora, sem contar casos não notificados. Muitas vezes vemos acidentes domésticos ou de trânsito e julgamos impossíveis de acontecer, mas não julgamos a possibilidade da vítima ter escolhido acabar com a vida e o "acidente" ter sido proposital. Nem sempre o suicida admite, deixa carta ou acena com a possibilidade de querer abreviar a vida. Também não é regra que o suicida seja uma pessoa triste, então esteja atento a pequenos detalhes, "avisos" sutis das pessoas que fazem parte da tua rotina.

O Centro de Valorização da Vida - CVV, que presta serviço voluntário e gratuito pelo número 188, oferece apoio emocional e de prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato, 24 horas por dia. De acordo com o CVV o suicida não tem um padrão de idade, escolaridade nem de classe social, mas é mais comum entre as pessoas de classe social mais elevada.

Façamos uma corrente de vida, podemos ficar atentos aos nossos amigos e familiares não apenas no setembro amarelo mas em todos os meses do ano. Muitos daqueles que estão sorrindo ao nosso lado, sem demonstrar nenhuma tristeza, pode ser o que mais precisa da nossa ajuda. Esse amigo chato pode estar pensando em suicídio e tu nem percebe. Esse familiar que grita e briga pode estar pedindo ajuda. Esse filho que não se enquadra no teu padrão pode estar avisando da vontade de morrer. Até mesmo essa pessoa que parece tão feliz e realizada pode estar usando o sorriso como máscara. Estamos no mundo para cuidarmos uns dos outros. Ninguém é uma ilha.

O suicida não é uma pessoa fraca. É uma pessoa que precisa de ajuda. E quem de nós não precisa de ajuda?

Isab-El Cristina Soares

Isab-El Cristina Soares é poeta, membro do Clube Literário de Gravataí, autora de 6 livros.  Graduada em Letras/ Literaturas, pós-graduada em Libras.

Escute o episódio do podcast Coletive Som gravado com Isab-El , clicando Aqui.


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