TECITURA


Falando sobre ensino e educação …

Estava refletindo dias destes sobre argumentações e debates envolvendo a educação no país; entre tantas argumentações, por óbvio muitas não foram de minha concordância, enquanto outras serviram para bases e reflexões, podendo até influenciar minha forma de ver e pensar sobre o assunto. Lembrei de um artigo que escrevi quando estava cursando a Faculdade, em minha Graduação em Letras, e que serviu de base para publicação posterior, ao qual transcrevo aqui, ressaltando o papel do Professor no processo educacional:

“O PAPEL DO PROFESSOR E O PROCESSO EDUCATIVO"

No contexto ensino-aprendizagem, o professor exerce papel de destaque como elemento mediador de transmissão de conhecimentos, desenvolvendo não só as habilidades dos alunos, mas também influenciando de forma importante os vários estágios de formação e criação de identidades.

O processo educativo é constituído de mediações, pois não há educação sem mediação. Neste cenário, há papéis opostos e não antagônicos, como o do professor que está no plano mediato e o aluno, plano imediato, constituindo assim a mediação como um processo ao qual o professor é o intercessor de
conhecimentos e métodos para os alunos.

Para obter sucesso neste processo, é importante também planejar adequadamente como se dará esta transmissão de conhecimento, qual didática a ser abordada, conhecimento, domínio de classe e matéria.

O planejamento deve ser pensado sob uma visão crítica e desafiadora em que o professor exerça papel de mediador no auxílio ao aluno para que este tenha posição de construtor de seu conhecimento, e que o professor mantenha o foco em seu trabalho, buscando envolvimento com a/as instituição/instituições
em que leciona.”

Relendo novamente, gostei da abordagem dada. Mantém-se atual, visto que foi escrito originalmente em 2014 ou 2015, não lembro ao certo. Os desafios permanecem os mesmos, independente dos governos que estejam à frente dos executivos, ou das mudanças promovidas nos legislativos.

As Comunidades Escolares são complexas, envolvendo não só a ponta final, que é o aluno/a (corpo discente) e o professor/a em sala de aula; envolve o corpo docente, pais, comunidades do bairro e cidade ao qual se inserem, estruturas físicas, coordenadorias regionais, secretarias de educação municipal, estadual e afins, diretrizes e bases escolhidas, ou seja, uma série de fatores que determinam os caminhos aos quais as instituições escolares deverão seguir. Porém, assim como o conteúdo desta dissertação que transcrevi, alguns outros fatores são imutáveis: Educação - a educação provém da FAMÍLIA, que é o primeiro esteio da educação que existe, é onde a criança adquire a língua materna, os primeiros hábitos e costumes, começa a desenvolver a cultura familiar antes de tomar contato com as outras culturas e variáveis. A educação é responsabilidade primordial dos pais e da família, onde se passa os valores e conceitos. O que tenho observado em muitos casos e comentários versa sobre esta condição. Pais que estão, de alguma forma, “terceirizando” este papel de educadores para a escola e para os professores. NÃO! As instituições escolares e toda a sua estrutura, com corpo docente e funcionários de escola, comunidade escolar e diversas ferramentas, são o apoio, onde vão se trabalhar os alicerces da educação, complementando conhecimentos e desenvolvendo os intelectos. Mas a educação primordial vêm das famílias; a base familiar deve andar lado a lado com a estrutura organizacional, seja de estado ou através da iniciativa privada, esta que obedece também à Lei de Diretrizes de Bases da Educação, visto que as Instituições de Ensino Particular e quaisquer outros meios de educação são Concessões do Governo, ou seja, assim como as Escolas de Ensino
Público, as demais instituições de educação existentes devem também serem norteadas por uma Lei de Diretrizes e Bases Nacional, independente da “visão” a que tal instituição esteja submetida.

Outro aspecto que, a meu ver deve ser observado, é que a Educação em se tratando de uma forma plena, englobando seus diversos aspectos e papel institucional, é um organismo “vivo”, não estático, que deve acompanhar o dinamismo das evoluções humanas e sociais. Não sou contra o Conservadorismo, ainda mais em se tratando de valores e virtudes que estejam inseridos nos alicerces dos valores de nossas sociedades, mas creio que seja possível dosar fatores importantes do Conservadorismo em conjunto com os avanços que os diversos ambientes a que estamos inseridos proporcionam. Em outras palavras, a Educação deve sempre ser revista e pensada. Exemplos, dentro do processo de ensino, as formas de avaliação, o desenvolvimento de matérias aliado ao desenvolvimento do raciocínio lógico e crítico, a formação de pessoas aptas ao intercâmbio, o desenvolvimento de capacidades para as corretas interpretações dos ambientes, a reflexão acerca das tendências educacionais e os rumos a serem dados, como a Tendência Liberar Tecnicista, enfim. São minhas opiniões, uma pessoa que se formou dentro desta Tendência Liberal Tecnicista, desenvolvi uma profissão ao qual fiz parte por mais de 25 anos, mudando meus rumos já em idade madura.

A Educação no país apresenta-se sob diversas tendências, pois vivemos em um país com uma pluralidade cultural enorme. O Brasil é um dos poucos países “continentais” do mundo, com uma população expressiva e um território enorme, em que diversas variáveis linguísticas, culturais e sociais coexistem. Trabalhar com um sistema assim (educação) dentro de um país como o nosso não é tarefa fácil.

Um tema como este nunca é fechado, uma tese com uma conclusão definitiva. Minhas ideias sobre o assunto estão sempre abertas a novos conhecimentos e argumentos, assim como espero ser o debate sobre o mesmo. Creio que quanto mais informações e conhecimentos adquiridos sobre a Educação,
melhor fica a argumentação e o debate.


Sandro Gomes

Sandro Ferreira Gomes, Professor de Língua Portuguesa, Conselheiro Municipal de Políticas Culturais em Gravataí/RS, Servidor Público, Porto Alegrense, admirador das belas artes, do texto bem escrito e das variedades de pensamento. 

Confiram podcast gravado com Sandro Gomes clicando Aqui


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5 Comentários

  1. Papel do educador é ensinar, instigar, fazendo que o educando desenvolva o pensamento crítico. Não somos detentores da verdade a ponto de dizer que repassaremos conhecimento. Falar em conservadorismo na educação é complicado, pois como foi apontado acima, vivemos uma pluraridade a qual bateria de frente com isso.

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  2. Muitas opiniões sobre o papel do professor surgem. O problema é que a maioria delas advém de pessoas que não tem um pingo de conhecimento sobre uma instituição de ensino ou tem da época em que o Gugu entrevistava a atriz de Marimar.
    Concordo plenamente que a Educação vem das famílias. O problema é que não vejo mais isso no meu trabalho. Os pais mal conhecem os próprios filhos e quando cobramos o básico deles (como catar piolho, dar banho, ensinar os filhos a não agredir, ensinar a comer e a utilizar o banheiro) eles se avançam nos professores/as acusando das mais mirabolantes ideias, para que sejam castigados por cobrarem que voltem suas atenções para os filhos que fizeram, invés do Baile Fink, da MegaHair, da jornada de trabalho (que asseguram ser 12 horas diárias), do BBB, do jogo de futebol, do político que será eleito ou da igreja que frequentam todos os dias.

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  3. Professores como vc, Miriam, que estão na ponta, vivem o dia a dia, são os que devem ser primordialmente escutados para a construção de políticas públicas mais eficientes ...

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  4. Professores como vc, Miriam, que estão na ponta, vivem o dia a dia, são os que devem ser primordialmente escutados para a construção de políticas públicas mais eficientes ...

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