Os afrosambas
Com muita ancestralidade, brasilidade e magia, Baden Powell e Vinicius de Moraes fizeram com maestria esse álbum que é um clássico que atravessa o tempo e ainda causa brilho nos olhos de quem escuta pela milésima vez e deixa atônito o ouvinte que escuta esse disco pela primeira vez.
O ano era 1966, era inicio de Janeiro. Num estúdio no porão de um prédio no Centro do Rio, ainda combalido por alagamento uns dias antes. O que iluminou o poetinha a entrar nesse terreno desconhecido foi um presente dado pelo seu amigo Carlos Coqueijo Costa, o LP intitulado “Sambas de roda e candomblés da Bahia” que lhe deixou maravilhado com som escutado. Baden também foi apresentado ao disco e também ficou fascinado com canções, harmonias feita pelos músicos. Dias depois desse encantamento, a dupla compôs Berimbau e daí surge à ideia de fazer o LP com essa temática.
Resultado de uma pesquisa sonora nos terreiros dos candomblés baianos, o disco agrega, os sons de atabaques, bongôs e afoxés a instrumentos como o violão, a flauta e o contrabaixo.
Percorridos um pouco mais de meia hora, os afro-sambas, é o segundo disco da grandiosa dupla Baden/Vinicius,e fazendo o uso da musicalidade da umbanda, unido com a cadência do samba e ao mesmo tempo,temos o violão de Baden atinge notas densas, difíceis. Isso tudo resulta numa demonstração da música brasileira.
O maestro Guerra peixe foi o responsável pelos arranjos e pelas regências nas gravações e teve a participação do Quarteto em Cy, que abrilhantou ainda mais as canções. O álbum começa com o eterno clássico, canto de ossanha, que foi regravado inúmeras vezes. Xangô, Iemanjá e caboclo da cata preta, oram representados em cantos. Tristeza e Solidão e tempo de amor, são duas belas poesias em
forma de música.
Lançado pela gravadora Forma no ano de 1966, o Afro-Sambas álbum teve baixa vendagem e poucas edições no Brasil. Assim como outros álbuns com a mesma categoria, anos depois é considerado “Cult” e redescoberto por gente que nem era nascida na época. Uma nova versão do disco remasterizada, foi lançada pela Noise Record Club.
Daniel Filósofo |
Daniel Filósofo é cronista, jornalista, profundo conhecedor de rock'n'roll, torcedor do Fluminense e radialista Também escreve suas crônicas dominicais na coluna do Daniel Filósofo.
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1 Comentários
Ah, não existe coisa mais triste que ter paz
ResponderExcluirE se arrepender
E se conformar
E se proteger
De um amor a mais.. 🎶 sempre curti um punk rock, mas essa letra marcou tanto minha adolescência... ❤️ Valeu pela lembrança