João Bosco e Aldir Blanc
Um tem o dom da palavra e o outro tem o dom de tocar muito bem o seu violão. Um é de ouro preto e o outro carioca da gema. Foi à união perfeita de duas almas tipicamente brasileira e que tinha muito a se dizer em forma de canção.
No fervilhante anos 70, os dois ainda jovens compositores e em busca do reconhecimento. A primeira gravação foi em 1972 no compacto disco de bolso. No lado A tinha Tom Jobim apresentando Águas de Março e no lado B a primeira parceria da dupla, Agnus Sei.
Mas foi com Elis Regina que a dupla teve holofotes. A cantora sempre a procura de novas canções, recebe algumas músicas de Aldir junto com João. A primeira gravada pela cantora foi Bala com Bala. Em 73 ela gravou mais quatro canções da dupla e eles sempre foram presença constante em seu repertório. Em 79 no álbum Elis essa mulher, eis que surge O Bêbado e a Equilibrista, música que se tornou o hino da anistia e que representa o momento que o país estava passando no momento.
Além de Elis, outras vozes femininas, deram voz as letras da boa dupla, Alcione, Simone, Zizi Possi, Nana Caymmi e o próprio João em seus discos, dava voz as composições com seu parceiro Aldir. No inicio da década de 80, a dupla deu uma esfriada, mas não se perdeu a amizade de forma alguma. Nem eles sabem o motivo desse esfriamento e falta de contato. Nesse período, surgiram novos parceiros para os dois. Com Guinga e Moacyr Luz, Aldir compôs dezenas de músicas, de alta qualidade.
João e Aldir voltaram ao estúdio em 2005 para a gravação do álbum Vida Noturna, um dos poucos discos que Aldir empresta a sua voz. A parceria foi retomada com Toma La da cá, tema do humorístico da rede globo e no álbum de João, intitulado Não vou para o céu, mas já não vivo no chão de 2009. Navalha, Mentiras de verdade, Plural singular e Sonho de caramujo, são as músicas dos dois no disco.
Em se tratando de música brasileira, João Bosco e Aldir Blanc, são a representação máxima do que é a verdadeira música brasileira de qualidade.
Daniel Filósofo |
0 Comentários