É hora da faxina!
Pra uma mente inquieta e um coração ansioso, não existe refúgio melhor que a beira mar. Quem conhece a Transviada, sabe do que estou falando.
Não existe estação, não importa se tá quente ou se tá frio, se a maré me permitir, é lá que procuro refúgio, que refaço minhas forças e Jogo pras profundezas todo sentimento ruim.
A beira mar é meu templo, onde agradeço as conquistas e peço proteção para o que está por vir.
Lá me reconecto!
Relaxo com o balanço das ondas, admiro a beleza da fauna marinha, viro criança em meio as diversas conchas, cracas e bolachões jogados pra fora pela maré.
Mas ultimamente cada visita, a cada praia que procuro, tem me deixado de coração aflito,e descrente da humanidade.
Isso não é novidade, a gente acompanha e sabe que o lixo na beira mar é comum, e que nossos oceanos estão cheios dele. Mas nos últimos tempos a quantidade de lixo que temos encontrado, tem me assustado demais.
Não tem aqui ou ali, é por tudo!
O tanto de garrafa pet, de sacos plásticos entre tantas outras embalagens encontradas em nossas praias, não é pouca coisa não.
Em Tramandaí, o cenário que encontramos é devastador. O tanto de garrafas pet jogado contra as dunas, parecia ter sido largado de caminhão.
Em Mariápolis - Atlântida Sul/RS, camisinhas, viandas, escova de dente, spray desodorante e mais garrafas.
Eu sei que muito daquele lixo vem de longe, e sei também que o que consigo juntar, talvez seja menor que uma nano fração do problema, mas por alguém tem de se começar.
Observando as casas ao redor de nossas praias, a infraestrutura oferecida por nossas prefeituras, a gente percebe que ninguém tá nem aí pro problema.
Tá todo mundo preocupado com calçadões em dia pro veraneio, mas ainda não vi quem se preocupasse com lixeiras apropriadas nos calçadões. Agora tu imagina onde só tem dunas.
Em Tramandaí, na Barra, apesar de toda a infraestrutura da nova obra, as lixeiras ripadas e sem tampas, contribuem para os sacos de salgadinhos, sacolas e outras coisas leves serem levadas pelo vento.
Observando os pescadores que ali estavam, percebi que a pesca rendeu. Rendeu muita sacola e até roupas jogadas no rio, que se prendiam em anzóis.
Tramandaí Sul, a única lixeira que encontramos, um tambor de máquina de lavar , visivelmente colocado por moradores, transbordava lixo à beira das dunas.
Atlântida Sul, Mariápolis, Rainha do Mar, as lixeiras das casas que ficam na Beira Mar, sem tampas, com espaços abertos, onde os cães de rua puxam as sacolas e carregam, adivinhem pra onde?
A praia é onde vivencio mais, mas o problema se repete em nossas lagoas, em nossos morros, virando rotina e criando uma falsa normalidade do problema.
É ano eleitoral, e acredito que seja a melhor hora de tentarmos mudar esse cenário.
Nosso voto além de protesto, é a forma mais eficaz de fazer com que as questões ambientais tenham a atenção necessária, e que ela seja dada por quem tem o poder de fazer as mudanças que necessitamos.
Óbvio que a questão das lixeiras não é solução, mas é um começo, e a regularização delas é responsabilidade das prefeituras. Assim como o trabalho de conscientização, a limpeza dos bueiros, e todo trabalho de preservação de nossas APAS.
Então, antes de decidir teu voto, analisa
Quer reeleição?
Quais as medidas que teve em relação as causas ambientais do município?
Foram boas? Não?
Ou nem sequer existiram?
Quer ser eleito?
Quais tuas propostas, tuas lutas e engajamento nas causas ambientais?
Não dá mais pra gente pensar que esse é um problema maior, que a ação do município não resolveria, essa é uma ação para todos, sem isentar ninguém e por algum lugar, vai ter de começar.
Que comece por nós e que se dê segmento nas urnas.
Chegou a hora de faxinar nossas ruas, nossas praias, nossa política.
A arte dessa coluna, deu espaço aos registros do amigo Rafael Nielsen, na Beira mar de Atlântida Sul.
2 Comentários
Texto muito bom sobre um assunto urgente.
ResponderExcluirCada dia mais... Obrigada pela leitura!
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