Malditos Teclados Bailarinos -Post Mortem-

 


Mais um escrito sai do subterrâneo 

Do universo após a morte 

Da cova

Do caixão 

Do túmulo 

Enquanto a enxada trabalha abrindo novo espaço na terra

A foice

Ou a bacia partida

Transformada em cinzas no forno crematório 

A mão cheia de terra, lama, chagas e vermes

O gélido corpo febril

E você fingindo que está tudo bem

Dançando cantigas de roda

Embalando o bebê enquanto exala o podre hálito a ninar

Sussurra febril

Enquanto as bombas caem

Matando com seu poder devastador

Transformando tudo em sangue, morte e carne tostada

Ossos fragmentados

Crânios afundados

E políticos marionetes cínicos comprando sua alma por uma mixaria

E você se vende com prazer

Com o foco em se dar bem

Quer ser melhor que os outros

O grande salvador massacrando milhares 

Enquanto seus irmãos derretem entre as mãos sádicas e suadas

Que cumprem o difícil ofício da tortura


Fabio da Silva Barbosa

O escritor Fabio da Silva Barbosa, um dos membros mais antigos e ativos do ColetiveArts  (foi dele a coluna Malditos Teclados Bailarinos ).Dono de um olhar cirúrgico, Fabio é um verdadeiro cronista do underground, caminha pelos becos e bares da vida, que depois transforma em textos que são verdadeiras pedradas nas janelas dos "donos da moral e dos bons costumes". Também é dele um dos maiores fanzines do Brasil, o seminal Reboco Caído.


"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
- Ricardo Mendes

COLETIVEARTS, 06 ANOS DE VIDA,
CONTANDO HISTÓRIAS, 
CRIANDO MUNDOS!


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1 Comentários

  1. Gélido como a mão esquelética da morte sobre o ombro dos cúmplices silenciosos da nossa triste mesmice.

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