Enfim, nossa bandeira ficou vermelha
Avermelhou o Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul. Avermelhou São Paulo, Minas Gerais …E o que não avermelhou, entrou em luto.
Os dias ficaram pesados, o cinza tomou o azul e a chuva enlutou. Resultado da fuligem proveniente das queimadas.
Em tempos de seca, onde a chuva não chega e botos têm de ser salvos depois de encalhar no Araguaia, a ação humana dá uma forcinha pra desgraça acontecer.
Os incêndios, são resultados de ações criminosas, e já somam 52 inquéritos para investigar a prática de crimes ambientais e lavagem de dinheiro, por “ organizações criminosas”. É, a gente sabe …
São biomas inteiros, sendo devastados pelo fogo.
Pessoas perderam suas casas, tiveram de deixar tudo, e quem não foi atingido, sofre com o ar contaminado com alto índice de poluição , que enchem os pulmões e podem acarretar sérios problemas de saúde.
É triste, é desesperador!
Parece que quanto mais a gente fala em preservação do meio ambiente, quanto mais a gente alerta sobre o efeito estufa, mais a ganância e a imprudência tomam conta.
Assistir aos vídeos que circulam na internet, é desolador.
São araras, onças, macacos, várias espécies de nossa fauna, sendo encurraladas pelo fogo, sem ter pra onde correr. Sem falar na destruição da flora.
Sabe, quando era pequena, lá na década de 80, lembro de ouvir falar no fim do mundo, de uma possível catástrofe com meteoros e aquilo pra mim, era apavorante.
Hoje, vendo tudo que vivemos, acompanhando tantas catástrofes, ainda mais negacionismo e falta de consciência, chego a conclusão que aquele meteoro, não é a pior das hipóteses.
Estamos falhando miseravelmente na única missão realmente relevante que recebemos, garantir o futuro das próximas gerações.
Enquanto alguns tentam descobrir se existe vida fora da Terra, enquanto buscam novas possibilidades de habitar outros planetas, esquecem que aqui temos tudo que precisamos, basta que se cuide.
Tem quem diga que estamos acabando com a Terra, mas sabe, tenho de discordar, estamos acabando com a vida HUMANA na Terra.
Caminhamos pro único capítulo dessa história de mais de 4 bilhões de anos, onde a extinção não dependeu de fatores externos. Dessa vez, estamos providenciando o sexto evento de extinção em massa, todo dia, com nossa ganância e soberba.
Estamos sempre procurando um culpado pras coisas, mas jamais assumimos que alguns pequenos atos do nosso dia a dia, contribuem pra tudo isso.
Alimentamos a indústria e contribuímos para a produção de fumaça e resíduos, por puro modismo. Afinal, do eletromédico, aos carros, estamos sempre querendo atualizar conforme a moda do momento, e o que sobra, nem sempre tem o destino e tratamento correto.
O alarme vem tocando há anos…
Passou da hora da gente acordar.
Ano de 2024 assistimos uma sequência de eventos climáticos como nunca tivemos, Foram inundações no Rio Grande do Sul, Japão, Alemanha e por aí vai. O Deserto do Saara, com chuvas acima do normal, deserto do Atacama florescendo, e a América do Sul batendo recorde em incêndios. E ainda nos restam 3 meses pro ano acabar.
Chegou a conta galera, e agora precisamos decidir como e o mais importante, será que teremos condições de pagar?
Teremos condições de parcelar ou essa conta vai vir à vista?
Quais as medidas que tomaremos, pra tentar ao menos amenizar os efeitos de todos esses anos de negligência?
Ouvindo a Rádio outro dia, me chamou atenção uma das chamadas, ela dizia:
Ao invés de perguntar que tipo de filho deixará para o mundo, se pergunte que tipo de mundo deixará pro seu filho.
É isso…
Consciência galera!
D'Anjo D'Anjo é gaúcha, educadora, controversa e gosta de brincar entre rabiscos e palavras. |
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