O LIXO NOSSO DE CADA DIA
Eu, Lixeiro é uma obra do artista Derf Backderf, cartunista norte-americano que incluiu a 9ª Arte em seus projetos e, cá entre nós, se deu muito bem.
O quadrinho retrata situações corriqueiras e “normais” dos garis e mostra tudo o que ocorre nesse tipo de trabalho que agrega (literalmente) trabalhadores mais simples, geralmente com poucos estudos e muitos são “invisíveis” pra sociedade.
A obra tem um início básico e demonstra, aos poucos, o universo de simplicidade, amizade e que alerta para o descaso do público com a maneira desleixada quando deixa seu lixo sem pensar em quem vai levar ou como vai. É um tapa na cara de quem não entende que há um seguimento após o descarte do lixo e mostra, de maneira impertinente, muitas vezes engraçada (e “vomitante”), situações em que bate uma tristeza de ver o quanto o gari sofre.
Não procurem uma arte conceituada como nas hqs tradicionais, com traços refinados. Derf é um cartunistas, não esqueça disso. Por praticar mais esta área do desenho, facilita em mostrar detalhes, algumas vezes dando embrulho no estômago e noutras a gente se pega procurando algo em nos quadrinhos.
Não é uma história pra quem tem aversão à sujeira (e da pior possível), mas em algum momento diverte e noutros a gente se emociona.
O Universo do lixeiro é tão incrível quanto qualquer outro que estamos familiarizados. Derf mostra um grupo unido e alegre, mesmo trabalhando com pessoas grosseiras, patrão arrogante e num ambiente perigoso. No final de tudo, a história nos mostra o quanto estamos relaxando no cuidado com as embalagens, no tipo de lixo que colocamos, o quanto ignoramos isso e, principalmente, o que realmente deveríamos enxergar.
Eu, Lixeiro é uma lição de moral para filhos e netos.
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