FRONTEIRAS
Durante longas vigílias fronteiriças
enxergo lados diversos que não habito,
testemunho o desenlear da vida ágil
que dialoga com aqueles que com ela dialogam.
Eu, de mim, dialogo com os meus eus,
troco de pele de tempos em tempos
renovando fidelidade àquilo que me dispus,
mesmo que nesse entre-lugar solitário
a sinceridade da alma própria que me inquire
me provoque desejos de fuga e conformidade
com os lugares que observo de longe,
mas que a mim não pertencem em absoluto.
Sigo minha estrada desajustada,
a única capaz de me conduzir ao centro do labirinto:
controverso e luminoso.
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Texto e arte-final: Patrícia Maciel |
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"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
- Ricardo Mendes
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