Elásticos e miopia
Qual o limite do sonhador?
Sei que para os sonhos não existem limites. A gente pode sonhar com o que quiser e imaginar a forma que quiser.
Einstein já dizia que "imaginação é melhor que conhecimento".
Mas e a ferramenta? O sonhador?
Nós, os que sonhamos, somos os instrumentos para os sonhos acontecerem. E nunca entendi porque alguns instrumentos são tão fracos. Sem potência.
Porque alguns sonhos são sim, difíceis de realizar. Mas alguns muitos, estão ao alcance. E mesmo assim, morrem como o sol do fim de tarde. Melancolicamente.
Meus sonhos tem vivido isso nos últimos tempos. Ora bolas, talvez tenham vivido nos primeiros tempos, também. E o mais incrível é que muitos destes sonhos, estiveram tão ao alcance, que eu pude sentir o hálito quente deles em mim, tal qual beijo prestes a acontecer. E eram beijos de Judas. Beijos da vida rindo debochadamente, antes de me trair vergonhosamente.
Se eu listar as coisas não realizadas, talvez precise pedir outra coluna aqui no blog.
Queria que a elasticidade de meus sonhos fosse como a da minha imaginação. E não como a da minha coluna. Queria que a endorfina que se manifesta em quem realiza sonhos, aparecesse em meu surrado corpo, ao invés do gosto amargo do Dorflex e do Rivotril diários.
Eu sei que matemática nunca foi meu forte (3 reprovações na escola). Mas queria muito entender essa equação que diz que a mim não cabe nenhuma realização. Queria entender que carma é esse que não me "acarma" e me só me irrita. O que fiz para estar pagando agora? Entreguei Cristo? Matei Luther King? Disse não a Marilyn Monroe, porque Audrey Hepburn era mais meu tipo?
Ou sou uma personificação da jornada do herói e preciso sofrer antes de vencer?
Mas ainda não deu?
Deus quebrou seus óculos e onde estava escrito Davison, leu Chuck Norris e disse : "Não...esse aguenta mais..."
Queria que meu coração fosse míope como meus olhos e eu pudesse tirar meus óculos para não ver mais esse mundo cão, como faço as vezes, e não sentir mais a dor horrenda da decepção que sinto 24 horas por dia.
Eu juro a vocês: não tem nada que doa mais. Porque dói o tempo inteiro.
E é mentira que com o tempo você nem sente mais. Você sente...mais...
Por que ainda sonho?
Eu não tenho limites, não?
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Davison Silveira |
Davison Silveira é escritor e sonhador. Não ganhou dinheiro com nenhuma das duas, mas continua achando que as respostas da vida estão em alguma canção do Belchior, num disco de Dylan, num livro de Kundera, numa revista do Asterix e nos beijos de Denise. Para ele o sentido da vida é Centro-Bairro. E segue sua vida esperando o retorno daquele que veio dos Céus para nós salvar: Goku. Ou que finalmente resolvam fazer a versão 600 ml do refrigerante Teem
1 Comentários
Todos temos que sonhar ,nunca perder as esperanças,embora seja difícil, mais lá dentro de nós sempre tem a certeza que se a gente realmente quiser a gente consegue bora lá viver esses sonhos .
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