A MÚSICA SEGUNDO O FILÓSOFO

Luiz Melodia - Pérola Negra

Estácio, Rio de janeiro. Nesse bairro da região central do Rio de Janeiro, é um local importante para música brasileira. Lá se encontra a escola de samba, Estácio de Sá. A primeira escola de samba surgiu no bairro. Deixa falar, surgiu em 1928, fundada por Ismael Silva, nome importante para o nosso samba.

Mais um filho ilustre do Estácio, mostrou ao que veio no primeiro álbum lançado em 1973, Pérola negra é o primeiro disco lançado por Luiz Melodia. Clássico absoluto da música brasileira, Pérola Negra mostrou o talento de Melodia como cantor e compositor.

São vinte e sete minutos de pura poesia, bons arranjos e puro deleite musical que atravessou anos na mente do público e é reverenciado até hoje, sendo atemporal e respeitado pela critica.

A capa foi desenhada pelo fotografo Rubens Maia, amigo de Melodia. Clicada em um ferro velho em Copacabana. Melodia aparece deitado numa banheira, segurando um globo terrestre e cercado de feijão preto.

O disco é totalmente autoral. Produzido por Péricles Albuquerque, Pérola Negra foi uma junção de samba com jazz, blues, rock, forró e choro. São dez faixas bem produzidas e com músicos de primeira grandeza. Rubão Sabino, Antônio Perna, Rildo Hora, Hyldon, Regional do Canhoto, Altamiro Carrilho e Renato Piau que tocaram no disco. A censura da época proibiu duas músicas: Feras que virão e Feto, poeta do morro, atrasando em três meses o lançamento do disco.

A música Pérola Negra foi gravada por Gal Costa no álbum Gal a todo vapor em 1972. Foi uma amiga em comum de melodia que apresentou a música a Gal em 72, a cantora adorou a canção e inclui no seu repertório e a partir daí a carreira de Melodia começou a deslanchar. Bethânia gravou Estácio, Holly Estácio em 72 no disco Drama – anjo exterminado.

Daniel Filósofo é cronista, jornalista, profundo conhecedor de rock'n'roll, torcedor do Fluminense e radialista Também escreve suas crônicas dominicais na coluna do Daniel Filósofo.