ARTE E CULTURA

Memórias de Quebra-cabeça


Leandro Dóro é um dos artistas mais fantásticos com que cruzei em minha vida, educado, gentil, sempre "cartuneando", adepto do trocadilho e do "jogo do empulha" (tirar um sarro aproveitando a deixa do "oponente") e Dóro eu não me esqueço, vai ter volta kkkk....Dóroé um inquieto e está sempre pronto para novos desafios, pois ele na Pandemia de Covid 19 o Dóro se desafiou e criou algo que eu chamo simplesmente de genial, que ganhou forma cada vez maior,  virou livro e amanhã vira exposição, Memórias de Quebra-cabeça.


Exposição e lançamento de quadrinhos reúnem memórias afetivas registradas na pandemia

O livro Memórias de Quebra-cabeça reúne 120 histórias em quadrinhos de página única com memórias do cartunista Leandro Malósi Dóro. A série foi publicada em rede social entre março de 2020 e outubro de 2021. O formato é resultado da dissertação de mestrado em Design Estratégico, cujo tema foi quadrinhos digitais, misturando quadrinhos e literatura. O apoio é do Sintrajufe/RS.

O lançamento será lançado em 9 de dezembro, no bar Parador (General Canabarro, 100) em Passo Fundo (RS). No dia 11 ocorre a abertura da exposição dos desenhos do livro, ás 18 horas, na Galeria Estação de Arte, na Gare, na mesma cidade. Em 14 de dezembro, o lançamento será no Theatro São Pedro, em Porto Alegre (RS).

"O objetivo foi guardar memórias nesse período de incertezas, desde que começou a pandemia de Corona vírus. Ninguém saberia quem sobreviveria ou como ficaria. Por isso decidi deixar pistas, pequenas histórias, com minhas vivências e de outrem", afirma o autor.


Posfácio do Memórias de Quebra-cabeça

Memória é ilusão

Essas memórias são licenças poéticas sobre indivíduos ou situações que fizeram parte da minha formação, com única intenção de registrá-las resumidas, artísticas e literárias. 

Agradeço a todos que me auxiliaram, direta ou indiretamente, a concluir esse trabalho que busca dar algum sentido às vivências e diálogos. 

O que consideramos realidade é apenas a maneira como organizamos as informações a nossa volta. A experiência muda o sentido e a relevância do que passou.

A linguagem e imagens são apenas signos que usamos para oferecer pistas sobre o que queremos dizer.

O tempo é uma ilusão. Há o instante. As marcas que deixamos nos lembram que existe um passado e, graças ao medo do que virá, um futuro. Essa obra guarda pistas do passado - embaçado, impreciso, poético e sem sentido.

Adquira o seu


O livro custa R$20 e está a venda pelo e-mail leandro.doro@gmail.com, O frete é de R$7. O lançamento acontecerá amanhã dia 09/12 em Passo Fundo (RS) no bar Parador (General Canabarro, 100) e no dia 11/12 ocorre a abertura da exposição dos desenhos do livro, ás 18 horas, na Galeria Estação de Arte, na Gare, também em Passo Fundo. Em 14 de dezembro, o lançamento será no Theatro São Pedro, em Porto Alegre (RS).


Nós do Arte e Cultura fomos conversar com Dóro sobre o projeto Memórias de Quebra-cabeça, Dóro é um grande cara, confiram:

DÓRO

JORGINHODóro como surgiu o livro Memórias de Quebra cabeças?

DÓRO: O livro memórias de quebra-cabeça surgiu como lembranças de pessoas e situações significativas na minha vida. Comecei em março de 2020, no início da pandemia. O formato surgiu em uma mistura de ilustração e literatura. São minicontos ilustrados que podem ser chamados de histórias em quadrinhos. Pego o auge da ação e o ilustro e narro, sempre buscando uma frase significativa do personagem. O método orgânico teve apoio dos leitores do Instagram, que se lembravam de indivíduos ou tinham curiosidade sobre os fatos narrados.


JORGINHOComo foi o desafio de lançar um livro nesse quase pós pandemia? Como tem sido a aceitação?

DÓRO: O livro está sendo lançado ainda. Surgiu do estímulo de amigos. Na realidade, foram por várias tarefas gratuitas que exerci. Apoiei livros de amigos, projetos, e nessa trajetória fui descobrindo métodos de financiamento que possibilitaram eu fazer o livro por demanda, pagando um mínimo.




JORGINHOPretende lançar um segundo volume do mesmo?

DÓRO: Tenho mais de 300 histórias. É possível um volume dois. Todavia tenho inúmeras histórias que gostaria de lançar. Creio que vou focar nelas, nos próximos anos.



JORGINHOSobre a exposição que vai inaugurar dia 11 em Passo Fundo, poderia falar para o leitor como surgiu essa ideia? Quantas peças compõem a exposição?

DÓRO: São 60 dos 120 desenhos do livro. Foram impressos em um método onde as imagens não são perfeitamente focadas. Elas tem falhas. Isso acontece porque as memórias também são embaçadas e imprecisas e isso está claro no método de impressão e acabamento.


JORGINHOComo você, artista do traço, um soldado no front da charge e do cartum está vendo esse momento atual social e político em que estamos vivendo? Você acredita numa virada de panorama nas próximas eleições?

DÓRO: A elite brasileira fez uma escolha clara pela desigualdade e inferioridade, ao eleger Bolsonaro. Sofremos um lawfare – uma guerra jurídica – que destruiu o sistema democrático brasileiro, na Lava Jato. Ao mesmo tempo, Steve Banon e Trump possibilitaram o uso de redes sociais para eleger esse governo, gerando uma divisão política extrema no país. Hoje temos um presidente sem protagonismo internacional, que trabalha pela desigualdade social e em nome de quem exporta oferecendo tudo a quem possui dinheiro em paraísos fiscais e pertence ao agronegócio. Esse é um projeto de governo que exclui quase 90% da população do jogo social e da possibilidade de ascensão econômica. Para a elite isso é ótimo. Essa elite é menos de 5% da população. Mais da metade dos brasileiros ganha até R$2,1 mil. Quem ganha mais de R$5,6 mil já pertence aos 10% mais ricos. E verdadeira elite, que começa em 5%, começa em renda mensal de R$16 mil. Porém quem manda são os realmente ricos, ou seja, 2% da população, que tem a maior parte do PIB. Esses bilionários desejam mão-de-obra barata, passiva e miserável. O próximo governo possui o dever de reduzir as desigualdades e aumentar a renda da população em geral. Todavia historicamente nossa elite quer um Brasil escravista, no sentido de salários baixos e moeda desvalorizada.


JORGINHOQuais os teus planos para 2022?

DÓRO: Quero finalizar outros livros e talvez dar aulas.


JORGINHO:  Deixe uma mensagem para o público leitor do Arte e Cultura. 

DÓRO: Arte e cultura são terapias. Entretanto também são política. Precisamos sempre pensar na máxima da Dostoiévski: fala da tua aldeia para ser universal.


CONTATOS:

e-mail: leandro.doro@gmail.com

Quer conhecer um pouco mais sobre o Dóro e seu trabalho? Confira o episódio de nosso podcast, Coletive Som - A voz da arte, gravado com ele clicando aqui.

"O próximo governo possui o dever de reduzir as desigualdades e aumentar a renda da população em geral. Todavia historicamente nossa elite quer um Brasil escravista, no sentido de salários baixos e moeda desvalorizada."
- Leandro Dóro

Jorginho é Pedagogo, Filósofo, ilustrador com trabalhos publicados no Brasil e exterior, é agitador cultural, um dos membros fundadores do ColetiveArts, editor do site Coletive em Movimento, produtor do podcast Coletive Som - A Voz da Arte, já foi curador de exposições físicas e virtuais, organizou eventos geeks/nerds, é apaixonado por quadrinhos, literatura, rock n' rool e cinema.

Jorginho













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