Conhecer o futuro
Uma cena que sempre me vem à memória quando penso no futuro é do filme Krull, de 1983. Uma obra de ficção ambientada em um planeta onde alguns bravos guerreiros tentam resistir ao cruel invasor que já dominou outros mundos e, como todo o bom imperialista, possui insaciável fome de poder.
Filme recheado de fantasias e personagens fantásticos para todos os gostos, porém, de um em especial me recordo: é um ciclope, ser mítico de um olho, que conta a sua triste história de último membro da sua espécie que, no passado distante, possuía dois olhos, mas aceitou entregar um deles para o invasor em troca do dom de ver o futuro. O invasor, na sua crueldade, deu aquele povo o dom de ver apenas o futuro da sua própria morte. Assim, tornados ciclopes, apenas conseguiam ver no futuro como iriam morrer, o que lhes provocava imensa dor e tristeza.
O conhecimento a respeito do futuro pode ser uma maldição que só nos fará sofrer, neste sentido, a ignorância é uma benção.
Não sabemos como será a nossa morte, assim como não sabemos como será o dia de amanhã. Entretanto, para os menos obtusos, é possível deduzir que o futuro é uma consequência, ou melhor, é o resultado de uma equação na qual A + A não será nem B e nem C, ou, em termos botânicos, quem planta beterraba jamais colherá moranguinhos.
Enfim, quem quiser saber o futuro aprenda a olhar o presente e, mesmo assim, isto não é garantia de nada porque o futuro é um mistério.

NESTOR OURIQUE MEDEIROS |
CULTURA!
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