ARTE E CULTURA

 

Eis que surge o Felino, o mais novo vigilante dos quadrinhos Brazucas

Tem herói novo nos quadrinhos do Brasil: Felino, criação de Max Félix. Felino é um vigilante urbano que está com sua primeira edição no Catarse, edição essa roteirizada por Christyan Stussi e desenhada por Adão de Lima Júnior.

Felino é a primeira HQ do selo independente Max Comics, ele é o alter ego de Guilherme Garcia, jovem advogado que atua nos tribunais da cidade fictícia de Montenegro/MG. Órfão de pai aos 12 e de mãe aos 18, tem uma vida simples com sua namorada Karen. Atua como vigilante em Montenegro,  é desprovido de poderes e usa sua inteligência e habilidades nas artes marciais para combater o crime.

O ColetiveArts sempre apoiou a arte e nós não poderíamos ficar alheios a esse lançamento, então fomos conversar com as mentes por trás do Felino, para que os leitores possam conhecer um pouco mais sobre cada um e sobre o novo herói no pedaço.

MAX FÉLIX

Maxlon Félix de Andrade ou Max Félix é natural de Contagem-MG. Tem 32 anos e começou a desenhar aos 12 anos; aos 13, criou seu primeiro personagem: O Atômico, que recentemente participou da publicação Alfa - A Primeira Ordem, edição esta que reuniu uma gama de heróis brasileiros em uma batalha contra um vilão em comum: Aéris. 

Em 2022 criou o Felino, inspirado em todos os heróis que não tem super poderes, que utilizam de sua força física e de sua inteligência para combater o mal. Max também possui um canal no youtube: Max Gibizeiro

JORGINHO:  Quem é Maxlon Félix? Como você se define? 

MAX FÉLIX: Sou um ser humano que ama a vida, me preocupo muito com a cultura do país e em ajudar as pessoas. Isso, certamente, me dá muita alegria. 

JORGINHO:  Como os quadrinhos entraram na sua vida? 

MAX FÉLIX:  Ainda na minha infância. Aos nove anos de idade, em 1999, comprei de uma amiga minha duas revistas em quadrinhos do Homem-Aranha, mais precisamente a n°33 e n°36. Cada uma a 1 real.  Essas duas revistas eram dos anos 1980 e foram publicadas pela Editora Abril. Infelizmente não as possuo mais devido ao tempo e naquela época eu não sabia como conservar corretamente um quadrinho. 

JORGINHO:  Quais suas maiores influências no desenho e na criação de personagens?

MAX FÉLIX: São muitas as minhas influências, dentre elas posso citar os desenhistas estrangeiros Alex Raymond, John Buscema, Jack Kirby, John Romita Jr., Ério Nicoló, Guglielmo Letteri, Aurélio Gallepini, Cláudio Villa, Maurício de Souza, Ziraldo, Mozart Couto, Klebs Jr. Emir Ribeiro, Lacarmelio Alfêo de Araújo, Márcio Abreu e Fabiano Ribeiro.

Os escritores de quadrinhos que mais me influenciaram são: Gianluigi Bonnelli, Alan Moore, Gian Danton e Luciano Cunha.

JORGINHO: Fale sobre o ATÔMICO, como surgiu o personagem e como foi para você ter visto ele publicado na ALFA - A Primeira Ordem?

MAX FÉLIX:  O ATÔMICO surgiu no dia 23 de março de 2003. Quando o criei, usei como principal influência o SUPERMAN, que foi o personagem que li bastante na infância. O personagem, no início, usava roupa laranja e verde, com uma máscara como a do Robin da série de 1966. O uniforme passou por mais de 50 reformulações somando-se nome, identidade secreta, cidade onde se passava a história, cor do uniforme, etc. Vê- lo publicado na ALFA foi muito emocionante. Chorei por mais de cinco minutos ao ver o desenho do personagem na publicação. Só tenho a agradecer a Editora Kimera e ao meu amigo Elenildo Lopes pela oportunidade de ver meu personagem publicado.


JORGINHO:  Vamos falar sobre o FELINO. Como surgiu a ideia de criar o personagem? Como é estar vendo a possibilidade de ver ele publicado, roteirizado pelo Christian Stussi e desenhado pelo Adão de Lima Jr.?

MAX FÉLIX:  O FELINO foi criado em 01 de janeiro de 2022. Eu fui convidado para um crossover pelo Alexandre Pauli, editor da Spitter Dragon. Ele me disse que o Atômico seria poderoso demais para participar desse crossover e me aconselhou a criar outro personagem para a publicação. No fim das contas, ao enviar as imagens do FELINO, Alexandre abraçou a ideia de fazer uma publicação solo do FELINO. Aí ele chamou o roteirista Christyan Stussi e o desenhista Adão de Lima Jr. para o projeto. E digo que estou muito feliz de ter todas essas pessoas como meus amigos e me ajudado com o meu sonho de infância de ter uma publicação solo de um personagem de minha autoria.

JORGINHO:  Existe um planejamento a longo prazo para o FELINO?

MAX FÉLIX: Sim. Eu pretendo lançar publicações semestrais do personagem em forma de almanaques, ou seja, histórias relativamente grandes. Gosto disso, trabalhar na história para ela ficar bem feita. Já faço isso com o ATÔMICO. Aliás, o ATÔMICO já foi publicado no meu Instagram numa história que eu mesmo desenhei e roteirizei.

JORGINHO: Quais teus demais planos para 2022?

MAX FÉLIX: Iniciarei uma campanha no Catarse para o ATÔMICO e também para uma ficção científica que eu já escrevi a primeira parte, faltando ainda mais duas partes a serem escritas. Fiquem ligados que muita coisa bacana está sendo planejada e que, se Deus quiser, sairá do papel e se tornará realidade.

JORGINHO: Deixe uma mensagem para o leitor do Arte e Cultura. 

MAX FÉLIX: A todos vocês que sonham com seu personagem sendo publicado, nunca desistam. Sonhem e trabalhem para a realização do seu sonho. Só depende de vocês. Muito Obrigado!!!!!


CHRISTYAN STUSSI

Christyan Stussi é roteirista, colorista  e acima de tudo um "homem família". Com muito orgulho é pai de Sarah Stussi de 11 anos, Thalita Stussi de 4 anos e é casado com a artista Savia Mikaella da Silva Souza. Com 39 anos é um amante dos quadrinhos da Marvel/DC; outra de suas paixões é o RPG de mesa, que joga e narra  desde muito cedo, jogando sua primeira campanha em 1997 e narrando para sua primeira mesa em 1999, a qual joga com ele há 23 anos.

“Vivo nas histórias de RPG que crio, entre os roteiros que escrevo e as cores. O mundo real é a minha fantasia, e a fantasia que surge na minha cabeça é meu mundo real.”

-Christyan Stussi


JORGINHO: Quem é Christyan Stussi? Como você se define?

CHRISTYAN STUSSI: Christyan Stussi é um amante dos anos 80/90, um roteirista que tenta mostrar para suas filhas como escrever suas próprias histórias na vida, um jogador que não cansa de se aventurar pelos diversos mundos apresentados a ele. Sou apenas uma ferramenta dos infinitos mundos de fantasia e ficção, nada mais que um espectador que traz ao conhecimento do leitor essas realidades fantásticas, uma antena para traduzir as histórias veladas pelo desconhecido. 

JORGINHO: O que os quadrinhos e o RPG representam para você?

CHRISTYAN STUSSI: Comecei muito cedo lendo a coleção de HQ da Marvel que meu tio tinha; eu devia ter uns 7 anos quando fui apresentado à minha primeira HQ, não me lembro o número, mas sei que foi a primeira versão de Guerras Secretas, onde o Homem Aranha adquiria seu uniforme preto. Depois daquilo não parei mais de consumir HQs e elas criaram na minha cabeça um senso de caráter e justiça, pois apenas quem acompanha as HQs sabe que ali é uma fonte de aprendizado muito grande. O RPG é para mim a ferramenta ideal para traduzir toda a fantasia na cabeça da criança, é uma ferramenta que pode ser usada na educação, na reabilitação de dependentes químicos e no aprendizado de matemática, redação, história, enfim... O RPG é um canal para se chegar até à cabeça de um individuo e fazer com que ele se solte, aprenda e viva aventuras fantásticas em um mundo que em outro lugar não é possível, é insubstituível na minha vida e por isso sou narrador de RPG há 23 anos, tendo um grupo fixo, mas também ajudando outras mesas pela internet. 

JORGINHO: Quais as suas maiores influências quando escreve um roteiro? Como funciona seu método criativo?

CHRISTYAN STUSSI: Quando estou escrevendo um roteiro eu tento consumir o máximo possível de conteúdo a respeito do tema em questão, se é terror e suspense eu coloco uma música de fundo, fico sozinho no meu local de trabalho e tento entrar no clima, minhas referências nesse caso são Stephen King, Edgar Allan Poe e H.P Lovecraft. Se vou escrever um tema heroico, é claro que Stan Lee, Joseph Campbell, Jack Kirby e Steve Ditko vão ser a referência, sempre colocando uma música de fundo que faça o clima ficar adequado, mas na área de heróis eu também me referencio muito através da cultura japonesa, que traz os Kamen Riders, Metal Heros, Super Sentais, etc... irá depender do tema e o que eu necessito mostrar para o leitor. Mas se posso aconselhar, música de fundo, local reservado ou agradável para escrever e ter consumido materiais similares, mas nunca fazer igual, claro sempre alguma coisa ou outra vai lembrar outras obras, mas tentar sempre ser diferente, original. O processo de consumir obras que sejam do mesmo tema é para abrir sua mente para o mundo que você está prestes a criar.

JORGINHO: Como está sendo roteirizar Felino e trabalhar com Maxlon Félix e com o Adão de Lima Júnior?

CHRISTYAN STUSSI: O Marlon é uma pessoa muito legal, ele criou o Felino e compartilhou essa experiência de criar as histórias dele, tem sido uma honra para mim traduzir as aventuras desse herói que acredito que vai surpreender muita gente por ser um produto brasileiro de qualidade. O Adão é um artista que equilibra empolgação com profissionalismo na medida certa, é possível aprender muito com ele, sem falar que ali nos tornamos amigos e é sempre um privilégio trabalhar com amigos, ainda mais um tão talentoso. 


JORGINHO:  Você está trabalhando em mais roteiros do Felino ou de outros personagens?

CHRISTYAN STUSSI: Ainda não conversamos sobre Felino Volume 2, mas com certeza estou aberto para entrar nessa aventura com Maxlon e Adão. Sobre outros personagens, no momento estou escrevendo:

1 - Simon Rider – A Redenção Escarlate que mostra o início das aventuras de Simon, o campeão de Minerva, junto a um antigo herói que perdeu sua honra, o Barão Escarlate, o pai da nossa Baronesa Escarlate. Eles terão que atravessar o Hades em busca de uma segunda chance no mundo dos vivos. 

2 - Terminei há pouco tempo a adaptação de Orgulho dos Malditos, do grande Pedro Deleu.

3 - Escrevi Agony, uma das heroínas da Spitter Universe, um conto de terror que mostra como foi difícil ela se livrar das trevas que nasceram em seu coração.

4 - Esquadrão Supremo, a equipe que irá reunir Sky Dragon (Um metal hero espacial), Nasha (Uma Guerreira da Luz escolhida por Astréia), Agony (A Filha do Verdadeiro Mal), El (A Raposa Avatar de Amaterasu), Hopper (Um anti herói que busca se redimir) e Blix (Um pequeno ser da raça mutamid que esconde um grande poder), também da Spitter Universe.

5 - Astron (junto com Alexandre Pauli) que conta história do herói que luta por todas as vidas do universo.

6 - Patrulha Sideral (também com Alexandre Pauli) que traz uma equipe de mercenários espaciais que se vê no meio do conflito da guerra Alpha. Um herói da Spitter Universe.

7 - Vendetta e sua história magnífica de superação em busca de justiça, uma aventura eletrizante que mostra onde tudo começa para os modificados. Heroína urbana da Spitter Universe.

8 - Hopper, que mostra o nascimento do novo campeão de Marte, uma máquina de matar que teve sua vida destruída pelas ambições dos Deuses e do Império Alpha, essa é sua trajetória de sangue até o dia em que ele escolherá viver apenas pelos mais fracos, desenhada pelo artista BlasterHQ e colorida por mim. 


JORGINHO:  Na sua opinião, por que o público leitor deve ler Felino?

CHRISTYAN STUSSI: Felino é uma história sobre um homem que decidiu fazer o que é certo para proteger a população de onde vive, acredito que todos que já ficaram indignados com tanta maldade, tanta violência por parte de criminosos ou mesmo de nossos governantes, irão se identificar com ele. Pois ele é o que gostaríamos de ser. 

JORGINHO:  Quais seus demais planos para 2022?

CHRISTYAN STUSSI: 2022 é um ano chave para mim, pretendo terminar a coloração de Hopper e iniciar um curso de aperfeiçoamento de coloração para oferecer ao leitor algo ainda mais fantástico. Estou nessa luta com meus amigos da Spitter Universe, fazer o que adoramos é uma dádiva. Esse ano mais heróis nasceram, o volume 2 das revistas vai ser roteirizado e com certeza tentar alcançar o coração dos heróis leitores que irão se identificar com as histórias que produzo. Será o ano em que minha filha mais velha irá começar no RPG, a mesma já disse que quer inspirar as pessoas com suas narrativas e isso é muito importante. 

JORGINHO: Deixe sua mensagem para o leitor do Arte e Cultura.

CHRISTYAN STUSSI: Que saibam que os heróis existem, todos nós podemos ser heróis se acreditarmos que uma pequena ação pode mudar o mundo, seja ela escrevendo para inspirar aqueles que necessitam de inspiração, seja colorindo páginas para emocionar os olhos de quem está triste, seja doando, ou mesmo decidindo entrar de cabeça e ajudar quem precisa ao seu redor. Esses tempos de pandemia, de muitos adeus e de doenças que afetam nossa mente trouxeram as oportunidades para você se decidir. O mundo precisa de mais inspiração, de mais histórias que ajudem as pessoas que precisam a se erguerem, só depende de você.


ADÃO DE LIMA JÚNIOR

Adão de Lima Jr é ilustrador, escritor e quadrinista. Escreveu, ilustrou e editou o livro "Aonde foram os cabelos do vovô?", disponível em formato digital e gratuito em seu Adão de Lima Junior Blog , Criador da webtira “Mel e Bel” em melebel.blogspot.com, Desenhou as HQs Trinity - Origens década de 60, “Bagman - Natal” e “Fatal - Protetora” e Produziu osJogos de Cards “Infected Z” e “Spell Fast”, para editora Spitter Dragon. Desenhou a HQ Ynaiê - Origem, de Ricardo Thadeu, editora Jacuype Comics. Ilustrou as revistas didáticas “Agrinho” infantil e juvenil, para o SENAR.

Ilustrou o livro infantil “O Time da Rua de Cima”, Ed. Cassol. Coloriu “Missa do Galo e Outros Contos de Machado de Assis”, em quadrinhos, adaptados por Francisco Vilachã, Ed. do Brasil. Ajudou a organizar eventos de cultura pop, entre 2015 e 2019, como o Mutação na Feira do Livro de Porto Alegre e o Gibifest em Alvorada. É ilustrador solidário nos livros infantis ilustrados “Re-Contando Histórias da Lusofonia”, editora Chiado, e “Ajudaris”, ambos de Portugal. 


JORGINHO: Quem é o Adão de Lima Júnior ? Como você se define?

ADÃO DE LIMA JÚNIOR: Primeiro, gostaria de agradecer o espaço ao amigo Jorginho e a todos do ColetiveArts. Sou gaúcho, de Alvorada/RS. Me considero artista, antes de tudo. Uma pessoa com alma de artista, sabe? Sou desenhista e isso envolve muitas coisas: sempre gostei de escrever e desenhar: de poesia a livros infantis, de histórias de terror a ficção científica, ou outro estilo. Produzo caricaturas, charges, tirinhas, o que vier. Sou técnico em publicidade, designer gráfico, diagramador, editor de imagens, e trabalho com isso desde 2003. Além de ter trabalho com música, tocando em diversas bandas desde 1994.


JORGINHO: Como os quadrinhos entraram em sua vida?

ADÃO DE LIMA JÚNIOR: Eu sempre tive vontade de desenhar histórias em quadrinhos. Nunca comprei muitas HQs por falta de grana mesmo. As primeiras HQs que li acho que foram na casa de uns primos. Eram Gibis da Disney: Peninha, Tio Patinhas, Pateta, e da DC lembro de ler um Batman em formatinho, mas naquela época eu não curti muito aquele tipo de desenho. No final dos anos 90, procurava comprar nas bancas as HQs com arte pintada, tipo Slane do Simon Bisley. Então, eu li a minissérie Marvels de Alex Ross, emprestado de um amigo. Aquilo sim era arte! Eu cheguei a comprar na banca Batman Guerra ao Crime do Alex Ross, edição gigante. Quadrinhos feitos com aquarela realista! Mas nessa época eu estava bem desacreditado de desenhar. Nunca tive muita motivação. A velha história de que desenhar é coisa de criança e não um trabalho. Então eu escolhi a música como expressão de arte. Mas eu nunca deixei de desenhar, sem perspectiva de trabalhar com isso. Eu trabalhava como designer gráfico em gráficas expressas, produzindo arte para material gráfico impresso. Depois passei a trabalhar por conta com isso, fazendo tudo, desde a arte até a venda e entrega. E ainda dava aulas de violão e guitarra no instituto IEMAT, em Alvorada/RS. No fim dos anos 2000 eu voltei a desenhar com pouco mais de frequência. E quando minha mãe estava quase se despedindo dessa vida, em 2009, eu fui procurar um curso de quadrinhos, pra tentar interagir com pessoas que gostavam desse tipo de arte. Fiz o primeiro nível e uma parte do segundo, do curso do Daniel HDR, na Dínamo. Eu já sabia os fundamentos, pois sempre estudei como autodidata, mas minha intenção era ter contato com outros desenhistas e não pensar só na minha mãe. Em agosto ela faleceu e em novembro meu pai se internou também. Daí eu me afastei novamente do desenho, e parei de dar aulas de músicas também, porque não tinha cabeça. Só em 2013 eu voltei a ter contato com desenho e a praticar um pouco. Fui no evento Mutação na Feira do Livro de Porto Alegre/RS, onde assisti a bate-papos com caras que faziam fanzines desde os anos 80: Fafá Jaepelt, , Henry Jaepelt, Law Tisso, Denilson Reis, Daniel HDR, Paulo Kobielski, Alex Droeppe, Marcio SNO, Fabio Barbosa, entre outros artistas que conheci lá também, Mathias Streb, Jader Corrêa... E aquilo me inspirou a voltar a desenhar. Comecei a produzir um fanzine chamado ZinAdão, onde escrevi e desenhei algumas HQs bem simples, sempre na correria para finalizar (risos). E produzi várias artes e algumas HQs em parcerias com outros fanzineiros. De 2015 a 2019 fui co-organizador dos eventos Mutação em POA e Gibifest em Alvorada. No final de 2019 comecei a produzir algumas HQs para a então recém lançada editora Spitter Dragon, do litoral do RS: Trinity – anos 60, Bagman – Natal, Fatal – Protetora. E este ano estou participando de uma iniciativa em que  artistas produzem HQs para autores independentes. O Felino é o primeiro a entrar no Catarse, mas estou produzindo outros projetos que vamos divulgar em breve. Só seguir a gente no instagram @adaodelimajr

JORGINHO: Quais tuas maiores influências no traço?

ADÃO DE LIMA JÚNIOR: Sempre fui muito aberto pra arte, então curto muita coisa. Acho que um desenhista é a soma de tudo que ele viu e curtiu, o mesmo sobre o músico. Eu fui bastante influenciado pela revista MAD também, de onde veio a vontade de fazer caricaturas, e por isso sempre tive um traço mais cartunizado. Mas posso citar algumas influências de desenhistas: Will Eisner, Mort Drucker, Tom Richmond, Jon Buscema, Ernie Chan,Alex Ross, Neal Adams, García-López, curto muito o que o Eddy Barrows faz com Batman, entre tantos ótimos brasileiros e estrangeiros.

JORGINHO: Como é estar trabalhando com o Felino? 

ADÃO DE LIMA JÚNIOR: Tenho curtido desenhar o Felino. Acho que é um personagem que pode se tornar cada vez melhor. Espero que as tramas das histórias fiquem cada vez mais envolventes para os leitores. E estou sempre tentando evoluir o traço, principalmente o claro-escuro, que é uma técnica difícil, e estou apenas começando a entendê-la e soltar o braço (risos).

JORGINHO: Na sua opinião, por que o leitor deve ler a HQ do Felino?

ADÃO DE LIMA JÚNIOR: Primeiro, porque é a realização de sonhos, tanto do autor quanto dos artistas que estão produzindo, o sonho de viver produzindo esse tipo de arte. Segundo, para ajudar a fomentar o quadrinho nacional. Neste momento tem muitas HQs em produção m todo país, e temos que deixar um pouco de achar que só o que vem de fora é bom. Muitas HQs produzidas lá fora tem arte de desenhistas brasileiros que, se tivessem chance de produzir aqui para o Brasil, com certeza o fariam. Porém, o mercado lá é muito forte, e aqui gibi ainda é visto como coisa infantil e não um trabalho digno. Visão absurda que estamos todos tentando mudar enquanto produzimos. Então, Felino é uma HQ para se divertir e curtir a ação do personagem, que é um advogado e um justiceiro, contra os vilões, também criados pelo Félix.

JORGINHO: Quais os outros projetos que você está desenvolvendo?

ADÃO DE LIMA JÚNIOR: No momento estou redesenhando e arte finalizando a parte 3 de Brandar, de Jerry Souza, que deve sair em breve na revista Profecia, da editora Profecia Comics. Inclusive podem se cadastrar no site para receber a revista de forma gratuita. Só não sei qual o prazo dessas edições gratuitas.

E pela iniciativa, que são projetos que vão para o Catarse em breve, estou contribuindo com as HQs: Guardiões Salvadores Nº2, Tigre Dourado, Tropical Troll, Supernova, Épicos, e tem outros projetos vindo por ai.

JORGINHO: Deixe sua mensagem para o leitor do Arte e Cultura

ADÃO DE LIMA JÚNIOR: Peço que apoiem o quadrinho nacional. Para que possamos voltar a ter um mercado de quadrinhos competitivo aqui no Brasil, como era há algumas décadas, quando eram produzidos milhares de exemplares. Quanto mais incentivo do público leitor, mais produção teremos e mais qualidade também, porque o público é quem diz o que fica ou não em produção. Então os artistas estarão sempre procurando fazer seu melhor para levar boas histórias até você, leitor ou leitora amig@. Se puderem apoiar o projeto do Felino no Catarse, agradecemos demais: https://www.catarse.me/felino_e9ec 

Muito obrigado a todos do Arte e Cultura e do ColetiveArts!


PARA APOIAR O PROJETO FELINO NO CATARSE: 


Para apoiar o Felino clique aqui, além de você estar apoiando o quadrinho nacional ainda tem a possibilidade de adquirir a recompensas conforme o pacote de apoio.

CONTATOS:

Max Félix

Christyan Stussi

Adão de Lima Júnior

Felino

"A todos vocês que sonham com seu personagem sendo publicado, nunca desistam. Sonhem e trabalhem para a realização do seu sonho. Só depende de vocês."
- Max Félix



Jorginho

Jorginho é pedagogo, filósofo, ilustrador com trabalhos publicados no Brasil e exterior, é agitador cultural, um dos membros fundadores do ColetiveArts, editor do site Coletive em Movimento, produtor do podcast Coletive Som - A voz da arte, já foi curador de exposições físicas e virtuais, organizou eventos geeks/nerds, é apaixonado por quadrinhos, literatura, rock n' rool e cinema.

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2 Comentários

  1. A matéria ficou excelente, Jorginho. Obrigado pelo espaço! Viva o quadrinho nacional! Grande abraço ao pessoal do Art e Cultura!

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  2. Vou contar um segredo que só falei num editorial do meu extinto zine Visão ANDF... o engraçado é que... lá por 1994 eu tinha criado uma hq do meu próprio vigilante: "Felinus- O Homem-Gato", baseado em brincadeiras com playmobils e massa de modelar. Era uma cópia do Batman com personagens tendo nomes em inglês e numa cidade chamada "Metrocity", o mesmo nome de uma metrópole do desenho "'Inspetor Bugiganga" e que foi usada também no filme "Megamente". Infelizmente, não tenho mais os únicos 2 números dos gibis do Felinus que fiz em folhas de cadernos

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