NAVALHAS AO VENTO


ABRIL LARANJA

Parece que algo se rompe quando perdemos a admiração por alguém. Essa lembrança veio forte quando li nas redes sociais que estamos no Abril Laranja, mês da prevenção contra a crueldade animal.  Até quando o “ser humano” será tão “desumano” a ponto de considerar divertido ou prazeroso maltratar animais?

Estávamos num grupo seleto, assuntos pertinentes, uma pessoa a quem eu admirava, muito respeitada na sua cidade, quebrou o respeito e o encanto quando relatou seu final de semana. Sem nenhum pudor e visivelmente feliz com sua atitude contou que para relaxar costumava girar gatos pelo rabo e lançar no rio. No início pensei ser brincadeira, pois a pessoa dava gostosas gargalhadas e lágrimas banhavam seu rosto de tanta satisfação. Contava que era divertido colocar fogo nos rabos dos gatos e que fazia isso porque odiava felinos. Também gostava de matar passarinhos com fundas e seu olhar era cheio de prazer. Lembrei daquele que se diz presidente afirmando que quando pequenos “os mais espertos iam atrás das jumentinhas…” e tive que sair da sala para não vomitar ali mesmo.

Se não gosta de animais, não crie e não maltrate. Qual o prazer em atirar um gato no rio? Em fazêlo sofrer ateando fogo em seu pequeno corpo? Em abreviar o voo e a vida de um pássaro com uma pedra? Isso é crueldade, é desumano, é patológico, atitude de gente emocionalmente desequilibrada. Da mesma forma, zoofilia é crime. Forçar um animal ao sexo é estupro, não tem outro nome. Nosso país é governado por um criminoso, um estuprador.

E assim segue o país… Uma cidade do interior homenageia um escritor assassino de gatos e o Brasil elege um estuprador de animais como presidente enquanto publicamos cards sem sentido sobre o Abril Laranja. “Lá vai o Brasil, descendo a ladeira…”


Isab-El estará participando hoje às 20h no De Frente com Vivi, para assistir clique aqui , caso perca o programa fica salvo no perfil do De Frente.



Isab-El Cristina Soares

Isab-El Cristina Soares é poeta, membro do Clube Literário de Gravataí, autora de 6 livros.  Graduada em Letras/ Literaturas, pós-graduada em Libras.


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7 Comentários

  1. Chegou a me dar asco essa história. Que tamanha crueldade, eu não tenho gatos, mas não posso ver eles sem dar atenção atenção e carinho, pois são fofos. Já ajudei o resgate de gatos abandonados para a adoção, me corta o coração ver o animal passando fome. Mesmo tendo problemas de joelho já pulei cerca para resgatar, se eu ouvisse isso gravava e denunciava, uma crueldade dessas é crime, infelizmente no Brasil prescreve rapidamente, mas ainda assim pode ser enquadrado como incentivo aos mals tratos.

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    1. Laís, não tive tempo de gravar. Fui pega desprevenida. Nunca esperaria ouvir isso.

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  2. Dá náuseas ler um texto assim, não que seja mal escrito, não, Isab-El sabe das coisas. Repugnante é o ser "racional" que comete crimes desta natureza.
    Tenho duas gatas, amo os animais, brigo por eles desde sempre, e há 21 anos sou vegetariano, por isso fico incomodado em ler uma ficção carregada de tanta crueza e desumanidade, pior ainda se forem fatos reais. Lembro os Vikings e suas formas de castigar os desafetos... Empalar um tipo assim não seria crime, quando muito uma contravenção por defender tão fortemente a natureza

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    1. Max, é uma história real. Queria eu que fosse ficção. Infelizmente é verdade.

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  3. Quando ouço esse tipo de relato, Isab-El sempre lembro de que um dos traços que definem a psicopatia é o mal trato à animais, sem culpa ou remorso. Quem não gosta de animais, não gosta de si mesmo e por conseguinte, não sabe se relacionar empaticamente com ninguém.

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    1. Tens razão, a psicopatia passa pela falta de empatia. É horrível.

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  4. Em tempo: registro um erro de digitação na palavra FAZÊ-LO.

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