A MÚSICA SEGUNDO O FILÓSOFO

 

Paulo César Pinheiro


Falar sobre Paulo César Pinheiro é fácil. Difícil é adjetivar seu talento imensurável. Compositor, escritor, poeta, teatrólogo. Compositor de mais de 2 mil canções. Começou cedo. Aos 14 anos escreveu ao lado de João de Aquino a música “Viagem”. Aos 16 tornou-se parceiro de Baden Powell. A primeira música feita pelos dois foi “Lapinha”. E foi gravada por Elis Regina. A pimentinha cantou a música com maestria no Primeira Bienal do Samba da TV Record. A interpretação foi classificada em primeiro lugar. O fato se deu no ano de 1968.

Outro parceiro importante foi João Nogueira. Dupla iluminada. Grandes sucessos foram feitos pelos dois. Certamente você já escutou alguma música feita pelos dois. Aliás, não só pelos dois, mais com a assinatura de Paulo César Pinheiro. Mauro Duarte também foi um parceiro de grande valia e que rendeu grandes músicas, Portela na Avenida é uma delas. Atendendo um pedido de Clara Nunes, que queria fazer uma música em homenagem a Portela, já que Paulinho da Viola havia feito anos atrás “Foi um rio que passou em minha Vida”.

Clara Nunes, Elis Regina, Elizeth Cardoso, foram às cantoras que ajudaram a impulsionar o nome do compositor. Com Clara Nunes foi casado por oito anos. Também foi produtor de alguns de seus discos. E convenhamos, a voz da Clara Nunes, deu um brilho especial a certas composições do Paulo César.

Com Eduardo Gudim, outro grande parceiro, também tiveram boas canções juntos. Nos anos de chumbo, fizeram o espetáculo “O importante é que a nossa emoção sobreviva”. O ano era 1975. Nas primeiras fileiras, agentes do Dops, iam escutar o que o compositor tinha a dizer no show. Em 1973, ao lado de Mauricio Tapajós, escreveu “Pesadelo”, que se tornou um hino de resistência e dos  guerrilheiros. A música era bem direta a ditadura. Cansado de escrever em metáforas, Paulo César quis arriscar e fez a música. Mais como driblar a censura? Paulo César trabalhava como produtor na EMI-Odeon enfiou a letra da música na pasta com as músicas do Agnaldo Timóteo e veio aprovada. O MPB-4 gravou brilhantemente a música.


Pesadelo: 


Daniel Filósofo 

Daniel Filósofo é cronista, jornalista, profundo conhecedor de rock'n'roll, torcedor do Fluminense e radialista Também escreve suas crônicas dominicais na coluna do Daniel Filósofo.

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