RETRATOS DA VIDA, Comentários informais

 

A ERA DAS COMUNICAÇÕES
 INSTANTÂNEAS

Vivemos na era das comunicações rápidas. No tempo das resoluções instantâneas, ou seja, passou a época em que perdíamos horas procurando saber algo sobre um fato histórico por exemplo folheando livros e revistas em bibliotecas.

Hoje, num piscar de olhos, ou melhor dizendo, num toque sutil no smartphone — conseguimos descobrir em que ano nasceu e morreu Freud, o pai da psicanálise, ou quem foi e onde viveu Frida Kahlo.

Por isso que, embora pareça termos em nossas mãos um mundo mágico de informações — podemos ser sobrecarregados também, sem aviso, de lixo informativo, ou as famosas fake news.

Não se trata, obviamente, de teoria da conspiração, ou seja, ver em tudo um plano diabólico para enganar os incautos, que podemos ser todos nós, se não tomarmos certas precauções.

Todo cuidado é pouco. O maravilhoso às vezes vem sobrecarregado de fantasias sem nexo, só para deleite dos olhos, oportunamente com o intuito de nos levar ao erro ou à ilusão.

De qualquer forma, ninguém pode negar, de fato, que o mundo das comunicações em que vivemos hoje é espetacular.

Voltemos por alguns instantes ao passado longínquo, mesmo não tendo vivido nessa época — e passemos o nosso olhar rapidamente aos telefones há cinquenta anos. Para conversar com alguém, era necessário solicitar a uma telefonista completar a ligação, e a custos não muito econômicos (e é importante salientar que nem todo mundo tinha telefone em casa, e neste caso, tinha que se deslocar até uma Central Telefônica para fazer a chamada).

Agora falamos com todos rapidamente, onde quer que estejamos. Diminuímos as distâncias... ou as aumentamos? Parece loucura, mas embora tenhamos encurtado as distâncias nas comunicações — nos mantivemos distantes... Quem nunca viu duas pessoas lado a lado manuseando seus celulares sem nenhum diálogo? Estamos todos juntos, mas longe ao mesmo tempo. É paradoxal. Mas basta observar. Famílias inteiras vão aos parques, um ao lado do outro, manuseando seus celulares. Distantes, num mundo só seu. Inteiramente virtual. Nos ônibus, nos metrôs, nos táxis — ou seja, nos lugares onde há pessoas e celulares — estes é que são a atração principal.

Ele é mágico, encantador. É um mundo onde há de tudo: esportes, músicas, filmes, fofocas... E as pessoas esquecem tudo o mais para se voltarem exclusivamente a ele... Parece de certo modo contraproducente usar um aparelho como esse em nossas vidas, no entanto, ele é imprescindível em nosso dia a dia, e nos desesperamos quando ele não funciona ou quando o perdemos. É preciso apenas saber usá-lo com parcimônia. Ele pode continuar sendo mágico e maravilhoso. Contudo, não podemos perder o convívio com as pessoas, no diálogo amigo e necessário. Dar folga ao smartphone e oportunizar aquela conversa grandiosa e imprescindível, é importante. Porque os celulares podem ficar, mas as pessoas não.

Fernando Medina

Fernando Medina é escritor , tem Licenciatura em Letras na ULBRA e Pós Graduado em Literatura pela UFRGS, escreveu os livros ,A Testemunha (contos) e O Circo (romance infanto-juvenil). Aficionado por música instrumental tem como orquestras preferidas Ray Conniff, Percy  Faith, Nelson Riddle e o saxofonista Kenny G. Leitor prolífico tem como autores preferidos Machado de Assis, Júlio Verne, Victor Hugo e Sir Arthur Conan Doyle. Também é cinéfilo, apaixonado por filmes dos gêneros suspense e policial, e também não dispensa um bom documentário.


04 ANOS DE COLETIVEARTS,
CONTANDO HISTÓRIAS, CRIANDO MUNDOS
Não espalhe fake news,
espalhe cultura!


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2 Comentários

  1. Ontem eu estava conversando sobre isso com uma amiga. O celular roubou a cena. Vivemos com o nariz dentro da telinha e estamos perdendo de ver o mundo.

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  2. Me irrita muito estar conversando com uma pessoa e ela ali no celular sem prestar atenção em nada, alheia ao mundo ao seu redor.
    A alguns anos atrás fiz um vídeo arte sobre isso, chamei de visão monocular, as pessoas agem como se olhassem em um monóculo o tempo inteiro enquanto olham telas. Esse vídeo é pra ser exibido dentro de um monóculo grande que fiz.

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